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Festa de 30 anos do PSDB é o símbolo da crise do partido

A sigla comemora 3 décadas tentando manter a relevância nas eleições de outubro, mas não faz renovações

PSDB: Reunião do partido, em Brasília, que decidiu a permanência no governo de Michel Temer — outro revés para a popularidade atual  (Ueslei Marcelino/Reuters)

PSDB: Reunião do partido, em Brasília, que decidiu a permanência no governo de Michel Temer — outro revés para a popularidade atual (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2018 às 06h20.

Última atualização em 26 de junho de 2018 às 09h42.

Uma comemoração sem motivos para alegria: este é o clima do aniversário de 30 anos do PSDB. A sigla promove nesta terça-feira um discreto encontro fechado a correligionários em Brasília, pela lembrança da data especial.

Em meio ao aniversário, os caciques travam uma luta para manter a relevância nas eleições de outubro. A três meses da votação, o partido tenta se desvencilhar de seu pior momento. Ao mesmo tempo, três eventos são determinantes para a crise ética tucana.

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O senador Aécio Neves (MG) tenta enterrar o escândalo do “empréstimo” de 2 milhões de reais requisitados a (e gravados por) Joesley Batista, divulgados há um ano. O ex-governador Eduardo Azeredo (MG), primeiro grande tucano implicado pela Justiça, acaba de ser preso por corrupção no mensalão tucano. Por fim, o presidenciável e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (SP), patina nas pesquisas eleitorais enquanto antigos assessores começam a surgir nos inquéritos da Operação Lava-Jato. Para piorar, o cerco se fecha contra outro tucano de destaque, Beto Richa, ex-governador do Paraná. Ontem, o juiz Sergio Moro encaminhou inquérito contra ele à Justiça Eleitoral.

Um forte agravante ao cenário: renovação zero. Alckmin venceu a corrida para ser candidato à Presidência pelo simples fato de que não há outra opção. O senador José Serra (SP), único que revezou com Alckmin o status de importância e o posto de governador de São Paulo, também sofre com a exposição nas investigações judiciais e nem deve disputar cargo público — ele tem mandato no Senado Federal até 2022.

Em entrevista sobre novas lideranças ao jornal O Estado de S. Paulo, Serra tentou se explicar: “Você não muda as lideranças por decreto. Há gente jovem boa, mas lideranças políticas têm de aparecer. Renovar não é uma decisão”.

Agora, Alckmin, o candidato Planalto continua sem dar mostras de subida nas pesquisas e não há quem o substitua, embora a pressão interna por João Doria siga viva nos corredores do partido. Um alento pode vir num novo acordo com o DEM para a corrida ao Planalto. Eis uma questão com cara de aniversário: com quem será que o PSDB vai casar? Neste caso, vai depender se Rodrigo Maia, líder do DEM, vai querer.

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