Falta mão de obra qualificada para o agronegócio
Agronegócio brasileiro se tornou um dos mais produtivos do mundo, mas a formação de profissionais não acompanhou a evolução, afirmaram especialistas
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2013 às 15h29.
Rio de Janeiro - O agronegócio brasileiro se tornou um dos mais produtivos do mundo, mas a formação de profissionais não acompanhou a evolução, afirmaram especialistas que participaram hoje (7) do 14º Congresso Agribusiness, promovido pela Sociedade Nacional da Agricultura (SNA).
Para o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, a solução passa pela adequação dos cursos universitários.
"A complexidade vai marcar a agricultura no futuro. Teremos uma agricultura cada vez mais integrada, com sistemas como lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta, exigindo mais cuidado com questões como o meio ambiente. Vamos precisar de pessoas cada vez mais capacitadas e com uma visão ampla do processo. É preciso trabalhar com as universidades para que ajustem seus currículos e sejam adequados à realidade que vivemos e aos novos desafios que estão vindo".
Para Lopes, no entanto, o país tem uma posição privilegiada: "Temos mais de 70 universidades agrárias e institutos que formam técnicos. Só temos que cada vez mais modelar a formação para que tenhamos oferta de profissionais que atendam a um agronegócio tão complexo e tão diverso como é o brasileiro".
O presidente da SNA, Antonio Alvarenga, concordou que a adequação de currículos é um ponto de partida, mas argumentou que é preciso também convencer os jovens de que o campo pode ser promissor.
"Nossas instituições de ensino formam profissionais para os centros urbanos. É preciso desenvolver nos alunos, nos universitários, uma consciência de que o setor rural tem mercado, bons salários e grandes oportunidades, e que ele não precisa ficar apenas nos centros urbanos para ser um profissional de sucesso".
Alvarenga destacou a necessidade de profissionais de gestão, como economistas agrícolas.
"Hoje o produtor precisa acompanhar o mercado de commodities, a cotação do dólar, os mercados internacionais e conhecer logística. Tem que gerir bem a produção, ganhar produtividade, conhecer técnicas modernas. É um profissional que está sendo muito demandado e que não existe", diz o presidente.
Ele recomenda especialização a quem esteja interessado nesse mercado, com bons cursos universitários e cursos de qualificação em órgãos como o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Sebrae.
O principal tema do congresso foi a segurança alimentar global e nacional, e o representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Alan Bojanic, afirmou que em um cenário em que a produção de alimentos precisará crescer 20% até 2020, o Brasil poderia contribuir com até 40% dessa expansão.
"Países árabes, do Sul da Ásia e da África não têm possibilidade de aumentar a produção, e a principal fonte, a mais fácil, é a que vai vir do Brasil. Para isso são necessários acordos comerciais para fazer disso uma realidade. Os Estados Unidos e a Ucrânia também são grandes produtores, mas a cota para o Brasil pode chegar a 40%. Estamos falando de daqui a seis anos".
De acordo com a FAO, será preciso aumentar a produção mundial de grãos em 1 bilhão de toneladas até 2050, em um quadro em que as mudanças climáticas e catástrofes naturais podem causar perdas de até 30% da produção.
Atualmente, quase 900 milhões de pessoas sofrem com insegurança alimentar no mundo, e, por outro lado, 2 bilhões têm obesidade ou sobrepeso, o que também exige do setor alimentos mais saudáveis para prevenir doenças e gastos com saúde.
Rio de Janeiro - O agronegócio brasileiro se tornou um dos mais produtivos do mundo, mas a formação de profissionais não acompanhou a evolução, afirmaram especialistas que participaram hoje (7) do 14º Congresso Agribusiness, promovido pela Sociedade Nacional da Agricultura (SNA).
Para o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, a solução passa pela adequação dos cursos universitários.
"A complexidade vai marcar a agricultura no futuro. Teremos uma agricultura cada vez mais integrada, com sistemas como lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta, exigindo mais cuidado com questões como o meio ambiente. Vamos precisar de pessoas cada vez mais capacitadas e com uma visão ampla do processo. É preciso trabalhar com as universidades para que ajustem seus currículos e sejam adequados à realidade que vivemos e aos novos desafios que estão vindo".
Para Lopes, no entanto, o país tem uma posição privilegiada: "Temos mais de 70 universidades agrárias e institutos que formam técnicos. Só temos que cada vez mais modelar a formação para que tenhamos oferta de profissionais que atendam a um agronegócio tão complexo e tão diverso como é o brasileiro".
O presidente da SNA, Antonio Alvarenga, concordou que a adequação de currículos é um ponto de partida, mas argumentou que é preciso também convencer os jovens de que o campo pode ser promissor.
"Nossas instituições de ensino formam profissionais para os centros urbanos. É preciso desenvolver nos alunos, nos universitários, uma consciência de que o setor rural tem mercado, bons salários e grandes oportunidades, e que ele não precisa ficar apenas nos centros urbanos para ser um profissional de sucesso".
Alvarenga destacou a necessidade de profissionais de gestão, como economistas agrícolas.
"Hoje o produtor precisa acompanhar o mercado de commodities, a cotação do dólar, os mercados internacionais e conhecer logística. Tem que gerir bem a produção, ganhar produtividade, conhecer técnicas modernas. É um profissional que está sendo muito demandado e que não existe", diz o presidente.
Ele recomenda especialização a quem esteja interessado nesse mercado, com bons cursos universitários e cursos de qualificação em órgãos como o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Sebrae.
O principal tema do congresso foi a segurança alimentar global e nacional, e o representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Alan Bojanic, afirmou que em um cenário em que a produção de alimentos precisará crescer 20% até 2020, o Brasil poderia contribuir com até 40% dessa expansão.
"Países árabes, do Sul da Ásia e da África não têm possibilidade de aumentar a produção, e a principal fonte, a mais fácil, é a que vai vir do Brasil. Para isso são necessários acordos comerciais para fazer disso uma realidade. Os Estados Unidos e a Ucrânia também são grandes produtores, mas a cota para o Brasil pode chegar a 40%. Estamos falando de daqui a seis anos".
De acordo com a FAO, será preciso aumentar a produção mundial de grãos em 1 bilhão de toneladas até 2050, em um quadro em que as mudanças climáticas e catástrofes naturais podem causar perdas de até 30% da produção.
Atualmente, quase 900 milhões de pessoas sofrem com insegurança alimentar no mundo, e, por outro lado, 2 bilhões têm obesidade ou sobrepeso, o que também exige do setor alimentos mais saudáveis para prevenir doenças e gastos com saúde.