Brasil

Falta de competitividade limita crescimento da indústria, diz CNI

Para a Confederação Nacional da Indústria a raiz do problema é valorização cambial

Dólar barato prejudica competitividade da indústria, diz CNI (Alex Wong/Getty Images)

Dólar barato prejudica competitividade da indústria, diz CNI (Alex Wong/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2010 às 11h43.

Brasília - Apesar de o Brasil ter retomado o ciclo de expansão interrompido com a crise internacional e a indústria mostrar o melhor desempenho entre os setores de atividade, ainda há descompasso entre a evolução da demanda doméstica e da produção. A avaliação é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em documento que faz um balanço da economia brasileira em 2010, divulgado nesta terça-feira (14), em Brasília.

De acordo com a CNI, a valorização cambial é a raiz do problema e dificulta a competição dos produtos brasileiros. Segundo o relatório, a continuidade do real valorizado trará como consequência uma indústria menor e menos diversificada.

A previsão para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2010 é de 7,6% e que o que impulsionou esse resultado foi a demanda doméstica. O documento destaca que a expansão da demanda doméstica beneficiou todos os setores da economia, mas apara a indústria de transformação, o crescimento da demanda foi atendido pelas importações – o que prejudicou a indústria nacional.

 Recuperação pós-crise

De acordo com a CNI, de 26 setores industriais analisados, 24 conseguiram se recuperar do efeito da crise internacional, em 2010 ante os resultados de 2009. Destacaram-se os setores de máquinas e equipamentos, veículos automotores, produtos de metal e metalurgia básica.

No entanto, na comparação com 2008, 12 setores apresentaram taxa negativa, ou seja, não conseguiram recuperar o nível de produção pré-crise. Material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações e metalurgia básica são alguns dos ramos industriais que continuam com nível de produção inferior ao de 2008.

Os dados das exportações no acumulado entre janeiro e setembro deste ano mostraram que dos 22 setores analisados, apenas dois apresentaram queda entre 2010 e 2009, no entanto apenas três setores apontaram crescimento na comparação com 2008: celulose, produtos alimentícios e bebidas e produtos químicos. Já nas importações, o cenário é de aumento do valor importado para todos os setores na comparação com 2009.

Perspectiva para 2011

Para a CNI, a economia brasileira "caminha em uma trajetória de convergência ao seu potencial de crescimento". A expectativa da entidae para o crescimento da economia brasileira em 2011 e de 4,5%. Para o ano que vem, a confederação espera um menor crescimento das importações, mas o fluxo de investimento estrangeiro direto deve continuar forte.

Para a inflação o esperado é uma desaceleração nos preços, e que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fique próximo ao centro da meta de 4,5% e que no fim de 2011, o índice acumule alta de 5%.

Nas previsões para o ano que vem, a CNI deixou um alerta: "caso não haja alterações na proposta orçamentária, o caráter expansionista da política fiscal deverá permanecer". A expectativa da entidade é que em 2011, o setor público obtenha superávit primário de 2,2% do PIB.

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