Faixas de ônibus empurram ciclistas para o meio da rua
Para CET, recomendação é que ciclistas utilizem apenas os caminhos e rotas onde a velocidade máxima permitida é de até 40 km/h
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2013 às 10h17.
São Paulo - A criação de 150 quilômetros de faixas exclusivas de ônibus acabou gerando uma polêmica com quem pedala. Cicloativistas afirmam que seria ideal que bicicletas pudessem compartilhar as vias. A Companhia de Engenharia de Tráfego ( CET ), no entanto, não aconselha esse tipo de procedimento. Após a criação dos espaços exclusivos para coletivos, alguns ciclistas passaram a usar outras faixas e encararam ainda mais xingamentos e buzinadas dos motoristas de carros. Os que continuam do lado direito, compartilhando o espaço com os ônibus, contam que também passaram a ouvir mais reclamações.
"Em qualquer faixa que usamos somos mal recebidos", afirma o cicloativista Wilian Cruz, que mantém o site Vá de Bike!. "É preciso haver um posicionamento da CET sobre onde devemos circular." De acordo com Cruz, é até melhor circular na via dos ônibus, já que o volume de veículos em geral diminuiu nessas faixas, mas ele diz que também é possível seguir pela segunda faixa, com os automóveis. No entanto, além de um discurso oficial, ele cobra também uma política pública, que incluiria, por exemplo, a criação de sinalização indicando o espaço apropriado para bicicletas.
A resposta dada pela CET ao jornal O Estado de S. Paulo esquenta a polêmica. Segundo a nota enviada, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) proíbe o tráfego de bicicletas em vias de trânsito rápido e em rodovias, exceto em locais que tenham acostamento. "Independentemente dessa proibição, a CET também mantém a recomendação expressa de que os ciclistas devem utilizar apenas os caminhos e rotas onde a velocidade máxima permitida é de até 40 km/h", afirma.
A companhia diz ainda que a criação das faixas preserva a segurança dos ciclistas. "Com a segregação dos coletivos, os veículos mais vulneráveis na cadeia, ou seja, as bicicletas estão menos sujeitas a disputar espaço com os veículos mais pesados", informa a nota.
Quem pedala vê contradição no discurso, já que sinalização para ciclistas foi pintada na Avenida Rebouças, com limite de 60 km/h. E cicloativistas também não abrem mão de pedalar pelas avenidas da cidade. "Essas grandes vias estão construídas em cima dos leitos dos rios, que são as áreas mais planas", diz Thiago Benicchio, diretor-geral da Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade). "Não faz sentido tirar o ciclista do lugar mais plano e colocá-lo na montanha."
A utilização de faixas compartilhadas entre ônibus e bicicletas é um modelo adotado em várias cidades europeias. Em Londres, bicicletas e motos podem usar todas as faixas de ônibus. Uma pesquisa revelou que, nas três vias onde houve a primeira experiência, em 2006, acidentes com ciclistas e motos caíram 44%. O compartilhamento também é uma política adotada nas cidades de Paris e Berlim. A Prefeitura de São Paulo promete construir 210 quilômetros de ciclovias, 300 km de rotas para bicicletas e outros 140 km de estruturas cicloviárias até 2016. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - A criação de 150 quilômetros de faixas exclusivas de ônibus acabou gerando uma polêmica com quem pedala. Cicloativistas afirmam que seria ideal que bicicletas pudessem compartilhar as vias. A Companhia de Engenharia de Tráfego ( CET ), no entanto, não aconselha esse tipo de procedimento. Após a criação dos espaços exclusivos para coletivos, alguns ciclistas passaram a usar outras faixas e encararam ainda mais xingamentos e buzinadas dos motoristas de carros. Os que continuam do lado direito, compartilhando o espaço com os ônibus, contam que também passaram a ouvir mais reclamações.
"Em qualquer faixa que usamos somos mal recebidos", afirma o cicloativista Wilian Cruz, que mantém o site Vá de Bike!. "É preciso haver um posicionamento da CET sobre onde devemos circular." De acordo com Cruz, é até melhor circular na via dos ônibus, já que o volume de veículos em geral diminuiu nessas faixas, mas ele diz que também é possível seguir pela segunda faixa, com os automóveis. No entanto, além de um discurso oficial, ele cobra também uma política pública, que incluiria, por exemplo, a criação de sinalização indicando o espaço apropriado para bicicletas.
A resposta dada pela CET ao jornal O Estado de S. Paulo esquenta a polêmica. Segundo a nota enviada, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) proíbe o tráfego de bicicletas em vias de trânsito rápido e em rodovias, exceto em locais que tenham acostamento. "Independentemente dessa proibição, a CET também mantém a recomendação expressa de que os ciclistas devem utilizar apenas os caminhos e rotas onde a velocidade máxima permitida é de até 40 km/h", afirma.
A companhia diz ainda que a criação das faixas preserva a segurança dos ciclistas. "Com a segregação dos coletivos, os veículos mais vulneráveis na cadeia, ou seja, as bicicletas estão menos sujeitas a disputar espaço com os veículos mais pesados", informa a nota.
Quem pedala vê contradição no discurso, já que sinalização para ciclistas foi pintada na Avenida Rebouças, com limite de 60 km/h. E cicloativistas também não abrem mão de pedalar pelas avenidas da cidade. "Essas grandes vias estão construídas em cima dos leitos dos rios, que são as áreas mais planas", diz Thiago Benicchio, diretor-geral da Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade). "Não faz sentido tirar o ciclista do lugar mais plano e colocá-lo na montanha."
A utilização de faixas compartilhadas entre ônibus e bicicletas é um modelo adotado em várias cidades europeias. Em Londres, bicicletas e motos podem usar todas as faixas de ônibus. Uma pesquisa revelou que, nas três vias onde houve a primeira experiência, em 2006, acidentes com ciclistas e motos caíram 44%. O compartilhamento também é uma política adotada nas cidades de Paris e Berlim. A Prefeitura de São Paulo promete construir 210 quilômetros de ciclovias, 300 km de rotas para bicicletas e outros 140 km de estruturas cicloviárias até 2016. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.