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Fábio Faria explica como 5G vai impactar transporte, varejo e agronegócio

Uma das ideias é levar a tecnologia para a Amazônia, para ajudar em operações policiais contra o desmatamento ilegal, com drones autônomos em atuação junto com a Polícia Federal

Fábio Faria no CEO Conference Brasil 2022. (BTG Pactual/Divulgação)
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Alessandra Azevedo

Publicado em 23 de fevereiro de 2022 às 17h00.

Última atualização em 25 de fevereiro de 2022 às 12h03.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, participou nesta quarta-feira, 23, da CEO Conference , evento organizado pelo BTG Pactual, e comentou sobre os impactos esperados do 5G na economia do Brasil. À frente da pasta desde junho de 2020, ele afirmou que todos os setores da economia serão beneficiados.

É possível assistir à CEO Conference de forma totalmente gratuita e pela internet se inscrevendo neste link.

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O ministério fez um mapeamento com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e constatou que 10 mil localidades no país ainda não têm internet. Segundo Faria, todas elas receberão pelo menos internet 4G.

O governo pretende colocar internet em todas as escolas até o fim do ano, destacou o ministro — 85% com 5G e 15% com pelo menos 4G. "Depois da pandemia, ficou evidente que a telecomunicação é um setor transversal, que interfere me todos os setores da economia", pontuou.

Segundo Faria, outra prioridade é conectar a Região Norte com 5G. “Vai ser um cabo de fibra óptica, que já foi lançado, subfluvial, sem cortar nenhum galho de árvore, que vai cortar toda a região amazônica e conectar 10 milhões de pessoas naquela região”, contou.

Com a implementação do 5G em todo o país, será possível avaliar os impactos da nova tecnologia em vários setores da economia.O agronegócio é um dos destaques. O ministro ressaltou que hoje, com o 4G, é possível colocar 10 mil sensores em 1 km² de área. Com o 5G, será possível colocar 1 milhão de sensores. O resultado é que haverá fazendas inteligentes, completamente conectadas, com maior produtividade.

O CEO da Nokia Brasil, Aílton Santos, que também participou do painel na CEO Conference, acrescentou que, com a cobertura de fazendas, é possível reduzir muito o desperdício. "Hoje, um terço do alimento produzido no mundo é desperdiçado na cadeia produtiva. Com o advento do 5G, fazendo logística de precisão, pelo estudo feito pela Nokia, um terço desse desperdício pode ser recuperado pela automação", disse.

Em relação aos transportes, o ministro destacou a cobertura das rodovias federais. “Hoje, o caminhoneiro passa 80% do tempo sem internet”, disse. Segundo ele, portos e aeroportos passarão a ser autônomos, e todo o setor de infraestrutura será altamente impactado.

A tecnologia também possibilitará avanços na área de saúde, como na telemedicina, em telecirurgias e em cirurgias robóticas à distância, por exemplo. “Poderemos ter paciente em Pau dos Ferros sendo operado por médico em São Paulo ou Israel”, comentou Faria. "Isso vai acontecer nos próximos anos, em breve", disse.

No varejo, será possível otimizar as compras. "Antes, compra de terno era artesanal. Depois, vem a industrialização em larga escala. Com o 5G, teremos, com impressoras 3D e outras aplicações, como comprar um terno perfeito para você em larga escala", disse. "Não vai ter mais provador. Com inteligência artificial, você vai ver o número perfeito, escolher o que quer e já provar como se fosse você", continuou.

No evento, o CEO da TIM Brasil, Alberto Griselli, ressaltou que há uma diferença primordial entre a tecnologia 4G e a 5G. Enquanto a primeira é essencialmente direcionada ao mercado de pessoas, a segunda permitirá acessar cada vez mais um mercado dos sensores, das coisas inteligentes, da internet das coisas.

Com isso, outro benefício do 5G será na proteção do meio ambiente, citou Faria. Segundo ele, uma das ideias é levar a tecnologia para a Amazônia, para ajudar em operações policiais contra desmatamento ilegal, com drones autônomos em atuação junto com a Polícia Federal.

Faria ressaltou que o Brasil fez o maior leilão de 5G da América Latina, e o primeiro não arrecadatório de telecomunicações no mundo, de R$ 47 bilhões, com 90% do valor convertido em investimentos. “E o primeiro país a inaugurar o 5G na América Latina também foi o Brasil”, comemorou.

Mas ainda há desafios pela frente.O head de soluções e cibersegurança da Huawei América Latina, Marcelo Motta, ressaltou que é preciso que os smartphones tenham preços acessíveis, para que a população consiga fazer uso dessa rede. "Seria interessante se a gente tivesse algum programa para poder ter redução do preço dos dispositivos para a população em geral", sugeriu.

 

 

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