João Goulart: por imposição do regime militar brasileiro, João Goulart foi sepultado em sua cidade natal, São Borja, no Rio Grande do Sul, sem passar por uma autópsia (Dick DeMarsico/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2013 às 12h34.
Brasília – O governo criou um grupo de trabalho no âmbito da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República para providenciar a exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart e a realização de exames e atividades periciais.
A exumação ocorrerá na próxima quarta-feira (13).
A portaria que cria o grupo de trabalho, assinada pela ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, foi publicada no Diário Oficial da União de hoje (7).
O grupo é composto por representantes da própria secretaria, da Comissão Nacional da Verdade e da Polícia Federal, que vai coordenar a equipe de peritos.
Os especialistas designados pela família do ex-presidente também participarão de todos os procedimentos de exumação e análises.
Segundo a portaria, o grupo de trabalho encerrará suas atividades após a entrega do laudo oficial conclusivo das atividades periciais à ministra Maria do Rosário e à Comissão Nacional da Verdade.
Deposto pelo regime militar (1964-1985), Goulart morreu no exílio, no dia 6 de dezembro de 1976, na Argentina.
O objetivo da exumação é descobrir a real causa da morte e se ele foi assassinado. Por imposição do regime militar brasileiro, João Goulart foi sepultado em sua cidade natal, São Borja, no Rio Grande do Sul, sem passar por uma autópsia.
Existe a suspeita de que sua morte pode ter sido articulada pelas ditaduras do Brasil, da Argentina e do Uruguai, na chamada Operação Condor. Após os exames, os despojos voltarão para São Borja no dia 6 de dezembro, data de morte do ex-presidente.