Exportações devem crescer 12% em 2011, prevê Barral
Segundo o secretário de Comércio Exterior do MDIC, o ritmo de crescimento do comércio mundial deve diminuir, mas as vendas brasileiras vão crescer mais que as do mundo
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2010 às 13h49.
São Paulo - Depois da expansão de 30% este ano, as exportações brasileiras devem crescer apenas 12% em 2011, de acordo com o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Welber Barral. Segundo ele, após a recuperação em relação ao ano passado, que foi bastante afetado pela crise, o ritmo de crescimento do comércio mundial deve diminuir, mas ainda assim as vendas brasileiras continuarão crescendo mais do que as do resto do mundo. "A ideia, o desafio é crescer 12%, enquanto as exportações mundiais devem aumentar 9%", disse Barral.
Se concretizada a perspectiva, os embarques brasileiros somarão em torno de US$ 220 bilhões no próximo ano, superando o recorde de US$ 198 bilhões de 2008, que deve ser igualado este ano. Faltando duas semanas para fechar 2010, as exportações totalizam US$ 192,5 bilhões.
De acordo com Barral, como as exportações mundiais devem se expandir 19% este ano, a participação brasileira no total deve crescer dos atuais 1,26% para algo próximo de 1,30% em 2010. "Ainda assim 2011 será um ano difícil. Com a competição acirrada temos o desafio de avançar no acesso a mercados", disse o secretário.
Barral afirmou esperar que o próximo governo avance em negociações de acordos importantes em andamento, com o México e a União Europeia, mas ressaltou que às vezes um acordo sanitário pode trazer mais resultado do que um acordo comercial propriamente dito.
O secretário também destacou o crescimento do comércio com a Argentina, que poderá ultrapassar os Estados Unidos como segundo maior parceiro comercial brasileiro, ficando atrás apenas da China.
Gargalos
Ao traçar o cenário para o comércio exterior brasileiro no próximo ano, Barral ressaltou que o Brasil ainda precisa corrigir uma série de gargalos internos para não ficar refém da questão cambial. "Antes de jogar a culpa nos outros e querer mais medidas protecionistas, temos que ver onde a culpa é nossa" afirmou.
Mesmo com o contínuo aumento das importações, cuja expansão em 2010 é de cerca de 42%, Barral projeta um superávit de US$ 16 bilhões na balança comercial em 2011, semelhante ao previsto para este ano. "No início do ano, muitos analistas de mercado previram déficit de US$ 15 bilhões e agora estão prevendo resultados menores para 2011. Mas mantidas as condições, podemos manter o saldo no patamar atual", completou.