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Tentativa de atentado em Brasília: tudo o que sabe e o que ainda falta esclarecer sobre o caso

Nesta quinta-feira, a Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil do DF vão realizar diligências para avançar na investigação

Brasília (DF) 13/11/2024 - Explosões são ouvidas perto do STF; prédio é evacuado, uma pessoa morreu.
Foto: Bruno Peres/Agência Brasil (Bruno Peres/Agência Brasil)

Brasília (DF) 13/11/2024 - Explosões são ouvidas perto do STF; prédio é evacuado, uma pessoa morreu. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil (Bruno Peres/Agência Brasil)

Publicado em 14 de novembro de 2024 às 10h01.

Última atualização em 14 de novembro de 2024 às 10h48.

A Praça dos Três Poderes amanheceu interditada nesta quinta-feira, 14, após duas explosões no local resultarem na morte de um homem na noite anterior. O caso está sob investigação da Polícia Federal (PF) e da Polícia Civil do Distrito Federal.

A Polícia Militar permanece no local, dando continuidade à varredura antibombas iniciada ainda de madrugada. De acordo com a PM, alguns artefatos estão sendo desativados “um a um”, e, por isso, novas explosões foram ouvidas pela manhã.

Segundo o portal G1, o corpo do homem foi removido do local por volta das 9h e levado ao Serviço de Medicina Legal da Polícia Federal.

O trânsito está restrito a veículos oficiais, e os expedientes no Supremo Tribunal Federal (STF), Senado e Câmara dos Deputados estão suspensos ao menos até as 12h de hoje.

O que se sabe até agora sobre a explosão em Brasília?

Por volta das 19h30 de quarta-feira, 13, um carro explodiu no estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados. O veículo, com placa de Rio do Sul, Santa Catarina, continha fogos de artifício e tijolos no porta-malas, segundo imagens divulgadas.

Após essa primeira explosão, uma segunda foi ouvida na Praça dos Três Poderes, onde um homem foi encontrado morto. Até o momento, as autoridades suspeitam que o homem seja o autor das explosões. Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, houve um “autoextermínio com explosivo”. A vítima usava um terno verde com símbolos de naipes do baralho. 

Segundo o portal G1, uma testemunha relatou à Polícia Civil que o homem carregava uma mochila, de onde retirou uma blusa, alguns artefatos e um extintor. Ele jogou a blusa na estátua em frente ao Supremo e, ao ser abordado por um segurança, “abriu a camisa”, revelando o que parecia um relógio digital, possivelmente uma bomba. O homem lançou dois ou três artefatos que explodiram e, em seguida, deitou-se no chão, acendeu outro artefato e o colocou sob a cabeça.

O posicionamento das autoridades e a segurança nos Três Poderes

No momento das explosões, a sessão do STF já havia sido encerrada, mas sessões nos plenários da Câmara e do Senado estavam em andamento e foram suspensas após o incidente. Em nota, o STF informou que, após o fim da sessão, “dois fortes estrondos foram ouvidos, e os ministros foram retirados do prédio em segurança”. Servidores e colaboradores também foram evacuados por precaução.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em coletiva, lamentou o ocorrido e afirmou que a segurança na Praça dos Três Poderes foi reforçada após o episódio do 8 de janeiro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava no Palácio do Planalto, mas determinou o reforço da segurança com o Exército. Após o incidente, ele se reuniu no Palácio da Alvorada com os ministros do STF, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, além do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.

Quem é o homem morto na explosão?

Na noite de quarta-feira, a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, afirmou que aguardava a perícia para confirmar a identidade do homem. Segundo o boletim da Polícia Civil, divulgado pelo jornal o Globo, Francisco Wanderley Luiz, dono do carro que explodiu foi a vítima fatal da explosão na Praça dos Três Poderes.

Identificado nas redes sociais como Tiü França, Luiz foi candidato a vereador em Rio do Sul, Santa Catarina, em 2020. Segundo o TSE, ele tinha um patrimônio de R$ 263 mil, incluindo três veículos, uma moto e um prédio residencial. A Polícia Civil também identificou que ele alugou uma casa em Ceilândia duas semanas antes.

Em entrevista à rádio CBN, o porta-voz da PMDF, Raphael Van Der Broocke, informou que foram encontrados artefatos explosivos na casa alugada, semelhantes aos usados no atentado.

Dono do carro fez ameças em redes socias

Nas redes sociais, o homem identificado como dono do carro incendiado, Francisco Wanderley Luiz, aparenta ter feito ameaças a autoridades e antecipado as explosões.

Em uma das postagens, ele deu à Polícia Federal “72 horas” para “desarmar a bomba” e fez referências à casa de políticos. Em outra, mencionou o dia 13 de novembro e escreveu sobre um “grande acontecimento”. Em outras postagens, ele citou generais, políticos e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Em uma foto publicada no plenário do STF, Francisco escreveu: “Deixaram a raposa entrar no galinheiro” e, em outra, segurando uma taça de vinho, escreveu: “Não chores por mim”. Ele também mencionou que “vocês foram avisados”.

O que ainda falta esclarecer?

Nesta quinta-feira, PF e Polícia Civil realizarão diligências para avançar na investigação. Ambas as corporações abriram inquéritos e ainda buscam entender as circunstâncias do ataque.

A Polícia Civil ainda desconhece o tipo de artefato e a carga utilizados na detonação. Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, o inquérito será enviado ao ministro Alexandre de Moraes.

Ainda há dúvidas sobre a motivação do ataque e sobre a possibilidade de suicídio. Segundo o portal G1, o corpo do homem foi removido do local por volta das 9h e levado ao Serviço de Medicina Legal da Polícia Federal.

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