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Ex-aluna do Colégio Militar cobra Bolsonaro sobre cortes do MEC

"Vergonha, ser inimigo da educação pública", afirmou a ex-aluna do Colégio Militar que atualmente estuda Direito na UFRJ

O governo anunciou corte médio de 30% dos repasses das instituições de ensinos federais (Fernando Frazão/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de maio de 2019 às 14h56.

Rio — Ao contrário das centenas de estudantes que foram impedidos de entrar nesta segunda-feira, 6, no Colégio Militar para protestar contra o corte de verbas na educação pública, a ex-aluna e hoje estudante de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Maria Eduarda Sá Ferreira, 24 anos, "lavou a alma", segundo a própria, ao conseguir abordar o presidente da República, Jair Bolsonaro , durante a festa para cobrar uma revisão das medidas.

Apesar de receber apenas um leve sorriso de espanto, "ele não esperava", diverte-se a estudante, ao se dirigir a ele e falar apenas "vergonha, ser inimigo da educação pública" (fato que foi confirmado depois pela assessoria do presidente), Sá Ferreira se deu por satisfeita e espera que o governo reveja os cortes anunciados na semana passada pelo Ministério da Educação (MEC).

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O governo anunciou corte médio de 30% dos repasses das instituições de ensinos federais, inclusive do Colégio Pedro II, cujos alunos eram a grande maioria do protesto desta segunda-feira em frente ao Colégio Militar, enquanto lá dentro Bolsonaro comemorava os 130 anos da instituição.

Sá Ferreira, que se formou no Colégio Militar em 2013, afirma que o maior sonho de quem se forma na instituição centenária é chegar às universidades federais, o que poderá ficar comprometido, se Bolsonaro levar adiante o anúncio feito pelo MEC. "Eu sou contra esses cortes porque sei que a maioria dos sonhos dos estudantes daqui, que não vão seguir na carreira militar, justamente é estudar nas universidades de ponta do país, e as universidades de ponta do país são as universidades públicas", alertou.

Para ela, estudar no Colégio Militar foi fundamental para chegar à UFRJ, e denuncia que o custo do Exército para manter os colégios voltados para a categoria são muito mais elevados do que os colégios civis, por isso são melhores. "Foi o que me fez chegar na UFRJ, aqui eu tive um bom ensino e estou me formando em Direito", ressaltou. "Sou totalmente contra esse corte e por isso vim aqui para passar essa mensagem, para ele (Bolsonaro)."

E concluiu: "Espero que ele reveja essa posição, eu espero que repense, atacar as universidades públicas federais é atacar a produção de conhecimento,a iniciação científica, isso é muito custoso para um País que quer se desenvolver."

Segundo a assessoria de Bolsonaro, "ele foi educado e não comentou sobre a cobrança da ex-aluna".

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