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Eunício Oliveira costura chapa única em disputa pelo Senado

Senador do PMDB está tentando montar uma chapa com integrantes da base aliada e da oposição para se eleger como presidente da Casa

Eunício Oliveira: dificuldade do senador é acomodar membros do próprio partido, o PMDB, nos cargos da diretoria (Geraldo Magela/Agência Senado/Divulgação)

Eunício Oliveira: dificuldade do senador é acomodar membros do próprio partido, o PMDB, nos cargos da diretoria (Geraldo Magela/Agência Senado/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 09h55.

Brasília - O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), vem costurando nos bastidores acordos com integrantes da base aliada e da oposição para consolidar seu nome na eleição para o comando da Casa prevista para ocorrer no dia 2 de fevereiro.

A ação de Eunício é para tentar garantir, com o acerto de uma chapa de consenso para os outros dez cargos da Mesa Diretora do Senado, o mais amplo espectro de apoios à sua candidatura.

A maior dificuldade, no entanto, está no acerto dos cargos dos senadores do PMDB, a maior bancada da Casa, e, em especial, do atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

A eleição para a Mesa é secreta e vence o candidato que conquistar a maioria dos votos. Estarão em disputa a presidência, duas vice-presidências, quatro secretarias e os quatro suplentes para esses cargos.

O regimento do Senado prevê que se deve assegurar a participação proporcional das representações e blocos parlamentares com atuação na Casa.

É com esse respeito à proporcionalidade que Eunício, próximo ao presidente Michel Temer, trabalha seu nome. Na última reeleição de Renan, em 2015, o PSDB e o PSB - que apoiaram a candidatura avulsa do ex-senador Luiz Henrique (PMDB-SC) - foram alijados dos cargos da Mesa.

'Chapa única'

O líder do PMDB tem mantido conversas para fechar uma espécie de "chapa única", contemplando as maiores bancadas na Mesa Diretora.

Com a futura filiação de Elmano Ferrer (PI), hoje no PTB, o PMDB amplia a vantagem de ser a maior bancada, com 20 senadores - a Casa tem 81 parlamentares.

Nesse desenho, o PSDB, com 12 senadores, ficará com a primeira-vice-presidência. O mais cotado para assumir o posto é o atual líder tucano, Paulo Bauer (SC).

O cargo é importante por ser o substituto imediato do presidente da Casa, conduzindo, por exemplo, as votações de propostas em plenário.

O acerto prevê que o PT, terceira bancada com 10 senadores, vai optar pela primeira-secretaria, espécie de "prefeitura" do Senado que gerencia bilhões de reais em recursos e contratos.

Os cotados são José Pimentel (CE), Jorge Viana (AC), atual primeiro-vice, e Paulo Rocha (PA).

Há um grupo minoritário no PT, contudo, que não deseja fechar uma chapa encabeçada por Eunício, antigo aliado da presidente cassada Dilma Rousseff e que, posteriormente, apoiou o processo de impeachment da petista.

Renan

Além da presidência, no acordo costurado por Eunício, o PMDB manterá a segunda-vice-presidência, cargo hoje ocupado pelo presidente do partido, Romero Jucá (RR).

Mas a bancada ainda não definiu quem será o indicado para o posto e também terá de definir quem substituirá Eunício na liderança do partido e quem presidirá a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o colegiado mais importante do Senado.

O atual presidente do Senado ainda não comunicou oficialmente a bancada peemedebista de que deseja ocupar a liderança da legenda ou a CCJ, o que tem adiado o acerto do PMDB nos postos - ao menos três senadores peemedebistas querem o comando da CCJ: Edison Lobão (MA), Eduardo Braga (AM) e Rose de Freitas (ES).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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