Estiagem leva o Acre a decretar emergência ambiental
Nível dos rios tem baixado com a ausência de chuvas
Agência de notícias
Publicado em 24 de julho de 2024 às 14h48.
O Rio Acre atingiu nesta quarta-feira, 24, a cota de 1,54 metro, segundo medição feita pelo Serviço Geológico Brasileiro (SGB) no fim da manhã. A pesquisa, realizada em Rio Branco, aponta uma redução de dois centímetros em relação à medição dessa terça-feira, 23, ficando o rio próximo de atingir a pior cota da história: 1,25 metro em setembro de 2022. Em todo o estado do Acre sete municípios já decretaram estado de emergência em razão da estiagem .
A capital, Rio Branco, decretou, no dia 28 de junho, emergência face ao baixo nível do Rio Acre e da falta de chuvas. A situação do rio tem prejudicado o abastecimento de água potável na capital. A prefeitura informou que distribui, diariamente, mais de 200 mil litros de água para 32 comunidades da capital.
No dia 11 de julho, foi a vez da cidade de Jordão, distante 839 km de Rio Branco, decretar situação de emergência em razão da baixa no nível dos Rios Jordão e Tarauacá. O município está com dificuldades para garantir o abastecimento de água por causa do nível do igarapé São João, que abastece quase a totalidade da cidade, ter chegado a um estágio crítico.
Na semana passada, as cidades de Feijó, Epitaciolândia e Bujari decretaram situação de emergência. A medida foi tomada em razão da seca nos igarapés, o que atinge, além do Rio Acre, os Rios Purus, Juruá, Tarauacá, Envira e Iaco.
Na cidade de Bujari, o decreto cita prejuízos econômicos e sociais à população afetada e a "imperiosidade de resguardar a dignidade da pessoa humana, com o atendimento de suas necessidades básicas". Em Epitaciolândia, que fica na fronteira do Acre com a Bolívia, a falta de água afeta 18 mil moradores.
Na cidade de Feijó, além dos problemas relacionados ao desabastecimento de água, o decreto alerta que o nível dos rios e igarapés pode causar o isolamento de ribeirinhos e indígenas "devido à falta de navegabilidade dos mananciais, ocasionando diversos problemas de abastecimento de alimentos e outros insumos” para a população.
Novos decretos
Nesta quarta-feira, o Diário Oficial do estado do Acre publicou decretos de estado de emergência nos municípios de Cruzeiro do Sul, pelo prazo de 180 dias, e Porto Walter: 190 dias.
Em Porto Walter, a seca prolongada causa muitos problemas para a navegação no Rio Juruá e seus afluentes, afetando quase onze mil pessoas, incluindo comunidades indígenas e ribeirinhas que sofrem com a falta de água potável e a escassez de alimentos.
Também há registros de incêndios na área verde do aeródromo da cidade, comprometendo voos. A rota aérea poderá sofrer obstrução por conta das nuvens de fumaça.
Em Cruzeiro do Sul, as condições climáticas adversas, relacionadas à estiagem prolongada, altas temperaturas, ondas de calor, baixa umidade relativa do ar e intensos ventos, propiciam a ocorrência de incêndios florestais. O aumento da ocorrência de queimadas e incêndios florestais tem elevado a concentração de monóxido de carbono e partículas na atmosfera, levando riscos à saúde da população.
Por conta dos reduzidos índices de chuva, baixa umidade relativa do ar, aumento de temperatura e risco de incêndios, o governo do Acre decretou situação de emergência ambiental nos 22 municípios do estado. A medida vale até o fim do ano.
Além disso, instalou-se no governo local um gabinete de crise para tratar da situação. O decreto tem validade até 31 de dezembro próximo. Caberá ao gabinete governamental tomar as medidas para reduzir a situação de seca no estado e os impactos na população.
Secas e crimes agravam incêndio no Pantanal
![This handout photo released by the Mato Grosso do Sul Fire Department shows firefighters battling to control a wildfire at Pantanal Biome, Abobral Region, located in the city of Corumba, Mato Grosso do Sul State, Brazil, on June 21, 2024. (Photo by Handout / MATO GROSSO FIREFIGHTERS DEPARTMENT / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT This handout photo released by the Mato Grosso do Sul Fire Department shows firefighters battling to control a wildfire at Pantanal Biome, Abobral Region, located in the city of Corumba, Mato Grosso do Sul State, Brazil, on June 21, 2024. (Photo by Handout / MATO GROSSO FIREFIGHTERS DEPARTMENT / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2024/06/000_34Y624T.jpg?quality=70&strip=info)
2 /8This handout photo released by the Mato Grosso do Sul Fire Department shows firefighters battling to control a wildfire at Pantanal Biome, Abobral Region, located in the city of Corumba, Mato Grosso do Sul State, Brazil, on June 21, 2024. (Photo by Handout / MATO GROSSO FIREFIGHTERS DEPARTMENT / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT "AFP PHOTO / MATO GROSSO FIREFIGHTERS DEPARTMENT" - NO MARKETING - NO ADVERTISING CAMPAIGNS - DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS(BRAZIL-FOREST-FIRE)
![(FILES) An aerial view of a forest fire in the Encontro das Aguas park in the Pantanal wetlands in Porto Jofre, Mato Grosso State, Brazil, on November 19, 2023. The severe drought in much of Brazil, caused by climate change, and the expansion of agricultural crops are the main reasons for the record number of fires in the Pantanal region, according to Brazilian physicist Paulo Artaxo. (Photo by ROGERIO FLORENTINO / AFP) (FILES) An aerial view of a forest fire in the Encontro das Aguas park in the Pantanal wetlands in Porto Jofre, Mato Grosso State, Brazil, on November 19, 2023. The severe drought in much of Brazil, caused by climate change, and the expansion of agricultural crops are the main reasons for the record number of fires in the Pantanal region, according to Brazilian physicist Paulo Artaxo. (Photo by ROGERIO FLORENTINO / AFP)](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2024/06/000_34Y89E4.jpg?quality=70&strip=info)
3 /8(FILES) An aerial view of a forest fire in the Encontro das Aguas park in the Pantanal wetlands in Porto Jofre, Mato Grosso State, Brazil, on November 19, 2023. The severe drought in much of Brazil, caused by climate change, and the expansion of agricultural crops are the main reasons for the record number of fires in the Pantanal region, according to Brazilian physicist Paulo Artaxo. (Photo by ROGERIO FLORENTINO / AFP)(Brésil: le Pantanal ravagé par les flammes avant la saison sèche)
![This handout photo released by the Mato Grosso do Sul Government shows firefighters battling to control a wildfire at Pantanal Biome, in the region of Corumba, Mato Grosso do Sul State, Brazil on June 23, 2024. (Photo by Handout / Mato Grosso do Sul State Government / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT This handout photo released by the Mato Grosso do Sul Government shows firefighters battling to control a wildfire at Pantanal Biome, in the region of Corumba, Mato Grosso do Sul State, Brazil on June 23, 2024. (Photo by Handout / Mato Grosso do Sul State Government / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2024/06/000_34YL7NB.jpg?quality=70&strip=info)
4 /8This handout photo released by the Mato Grosso do Sul Government shows firefighters battling to control a wildfire at Pantanal Biome, in the region of Corumba, Mato Grosso do Sul State, Brazil on June 23, 2024. (Photo by Handout / Mato Grosso do Sul State Government / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT "AFP PHOTO / Mato Grosso so Sul Government" - NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS - DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS(BRAZIL-FOREST-FIRE)
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