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Escolas particulares do Rio suspendem aula presencial após avanço da covid

Professores também têm denunciado atitudes incompatíveis com a pandemia praticadas pelas unidades de ensino onde trabalham

Escolas: ensino particular decidiu suspender as aulas presenciais a partir da próxima segunda-feira (izusek/Getty Images)
AO

Agência O Globo

Publicado em 11 de dezembro de 2020 às 19h59.

O Colégio Santo Inácio, em Botafogo, decidiu suspender as aulas presenciais a partir da próxima segunda-feira por conta do avanço da covid-19, não só na cidade, como entre alunos e profissionais da escola. De acordo com a instituição, "há grande número de licenças médicas" entre os educadores. As aulas seguirão remotamente até o dia 18, quando termina o ano letivo. O colégio , por nota, informou que as provas e recuperações finais já foram concluídas e que, na semana que vem, haverá revisões e oficinas complementares.

"Apenas os alunos do 3ª série do Ensino Médio permanecerão tendo aulas, remotas, em janeiro", diz um trecho da nota enviada pelo Santo Inácio. " Em função do aumento considerável de casos de Covid-19 no Rio de Janeiro, com consequente crescimento das notificações de casos suspeitos e confirmados entre alunos e colaboradores, o Colégio Santo Inácio decidiu suspender as aulas presenciais a partir da próxima segunda-feira, dia 14 de dezembro. As aulas seguem remotamente até 18 de dezembro, quando termina o ano letivo", explica o comunicado.

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"Além de preservar a saúde de nossa comunidade, a medida é necessária diante do grande número de licenças médicas entre os educadores. A decisão considerou também os baixíssimos índices de presença de alunos nas atividades presenciais nos últimos 10 dias", acrescenta. O colégio garante que não foi constatado nenhum caso de contágio sustentado dentro da unidade após a retomada das aulas presenciais.

"Isso se explica pelos rigorosos protocolos sanitários adotados, com medidas de prevenção, de distanciamento social e de acompanhamento de casos suspeitos e confirmados. A área de saúde da instituição acompanha cuidadosamente cada caso notificado, fazendo o mapeamento de todos os que tiveram contato próximo, identificando as prováveis origens da contaminação e monitorando o estado de saúde de cada um até a alta médica", concluiu.

Sindicato diz que recebeu 74 denúncias de irregularidades em diferentes instituições

Professores de escolas particulares da capital vinculados ao Sindicato do Professores do Rio (Sinpro-RJ) têm denunciado atitudes incompatíveis com a pandemia praticadas por unidades de ensino onde trabalham. Até agora, desde a reabertura do ensino presencial, em outubro, foram feitas 74 denúncias contra escolas, seja por não informar casos de contaminação por Covid-19, seja por não seguir corretamente os protocolos de proteção contra a doença.

As escolas denunciadas estão identificadas no site do Sinpro-RJ. Ao todo, 34 instituições, responderam aos questionamentos do sindicato, sendo 21 sobre casos de Covid-19 não informados e 13 sobre quebra dos protocolos exigidos.

— Nós tentamos mais uma vez com o sindicato patronal um acordo porque a situação da pandemia está voltando ao vermelho e continua o processo como se a gente estivesse na bandeira laranja, que foi um dos motivos da reabertura. A gente já vinha tendo casos de denúncias de não cumprimento dos protocolos. E os adoecimentos por Covid-19 eram muito grandes. E, segundo informações que a gente tem, escondendo isso da rede escolar. O número de casos está aumentando e é claro que os professores, com essa circulação toda, não ficariam imunes — contou o vice-presidente do Sinpro, o professor Afonso Celso Teixeira.

Ele também disse que as denúncias foram encaminhadas a autoridades competentes já que a entidade não tem poder de fiscalização.

— A gente tem recebido essas informações, mas não temos um panorama geral. A gente tem colocado no nosso site denúncias de desrespeitos e dá o direito de resposta às escolas. E temos enviado para os órgãos fiscalizadores, já que o sindicato não tem poder de fiscalização. Enviamos para a Vigilância Sanitária do município, para os conselhos estadual e municipal de Saúde e de Educação e para as comissões de saúde e educação da Alerj e da Câmara de Vereadores. E também ao Ministério Público, que tem nos dado algum retorno sobre visita às escolas.

Afonso Celso apontou alguns dos desrespeitos:

— A gente tem três casos dentro de um mesmo segmento de não informação de contato com alguém com Covid, falta de uso de máscaras, de muitos alunos andando sem máscaras nas escolas, não ter álcool em gel disponível nas dependências das unidades, o que é um ato muito alertado pelos professores — comentou.

No site, o Sinpro informa que atualiza a página sempre que recebe resposta de alguma escola. O comunicado explica:

"Publicamos abaixo a lista de escolas das quais recebemos denúncias neste período após a reabertura das unidades, com as respectivas respostas das instituições. Assim que recebermos um retorno das instituições que ainda não entraram em contato conosco, atualizaremos esta notícia com as novas respostas".

A entidade separou as denúncias em dois grupo. O grupo 1 diz respeito a escolas denunciadas por terem suspeita ou confirmação de casos de Covid-19 depois da reabertura. O grupo 2 trata das unidades que não estariam seguindo os protocolos de saúde. Entre as unidades que responderam ao sindicato está o Colégio Liessin, que afirma estar "em conformidade com todas as normas exaradas pelas autoridades públicas de saúde (…), fato já confirmado e atestado mediante recentes vistorias realizadas pela Vigilância Sanitária da Prefeitura e pela Secretaria de Estado de Educação. Os professores integrantes do grupo de risco continuam ministrando as aulas de forma remota."

Já a Britânica, com unidade na Barra da Tijuca, também destacou seguir um compromisso com a saúde de seus profissionais, como os professores, e com seus alunos. A escola afirmou que "vem seguindo os protocolos de segurança adequados, orientando seus funcionários e cumprindo as normas pertinentes e decisões vinculantes proferidas, conforme reconhecido, inclusive, pela Vigilância Sanitária em recente vistoria".

O Colégio e Curso Intellectus tinha agendado um curso de formação continuada para o corpo docente, a ser realizado entre os dias 5 e 12 de dezembro. A instituição, no entanto, afirmou que "já havia uma predisposição ao cancelamento do evento que se confirmou após o recebimento do comunicado do Sinpro". O comunicado sobre a mudança teria sido enviado a todos por e-mail.

A assessoria do Colégio e Curso Pensi informou que as aulas presenciais no Rio estão suspensas desde o dia 7 de dezembro e até o final do ano letivo de 2020. "A decisão foi tomada em virtude do aumento do número de casos de pacientes diagnosticados com a COVID-19 no Rio de Janeiro. Os alunos seguirão tendo aulas em ambiente virtual até o encerramento do ano letivo, no dia 16 (para os alunos que passarem direto). As atividades previstas para este período, incluindo as dos módulos de conteúdos e avaliações, estão confirmadas", diz nota enviada pela instituição.

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