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Entre a campanha e a realidade: um governo pueril?

Demissões nos Correios e no BNDES mostram que executar promessas irreais de campanha tem sido mais difícil do que se imaginava

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URNA ELETRÔNICA: entre as promessas que ficarão pelo caminho estão a de levantar um trilhão de reais com privatizações  / Ueslei Marcelino/ Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters)

URNA ELETRÔNICA: entre as promessas que ficarão pelo caminho estão a de levantar um trilhão de reais com privatizações / Ueslei Marcelino/ Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Redação Exame

Publicado em 17 de junho de 2019, 03h26.

Última atualização em 17 de junho de 2019, 10h26.

A fritura de Joaquim Levy no BNDES e a demissão de Juarez Cunha nos Correios, num intervalo de 48 horas, reforça uma análise que deve entrar de vez na agenda ao longo da semana: Bolsonaro e sua equipe subestimaram, e continuam subestimando, as dificuldades da vida real de Brasília.

Um dos pontos de atrito de Bolsonaro com Levy foi a dificuldade do presidente do BNDES de abrir a “caixa preta” da instituição, uma promessa de campanha. A ideia era mostrar as fraudes em empréstimos concedidos nos governos do PT. Segundo o colunista Lauro Jardim, de O Globo, técnicos do banco dizem que não há nada a ser revelado.

O governo também quer com celeridade a devolução de 130 bilhões de reais em recursos do BNDES ato Tesouro. Paulo Guedes, o ministro da Economia pouco acostumado aos tempos da gestão pública, quer os recursos para ontem. Por não conseguir cumprir promessas de difícil resolução, Levy saiu com carimbo de “petista”.

Outro que foi jogado aos leões foi o presidente dos Correios. Segundo Bolsonaro, vinha atuam como “sindicalista”. Reportagem publicada por EXAME no início de junho mostra que Cunha vinha conseguindo reduzir o rombo bilionário dos Correios desde sua nomeação, no governo Temer. Segundo ele, a ideia era mostrar que os Correios são uma empresa “viável”. Não recebeu, do governo, a meta de trabalhar para privatizar a instituição. E rodou assim mesmo.

Ou seja: dois exemplos de como a desorganização e a inexperiência do governo jogaram contra seus próprios objetivos. Em lugar de reconhecer a incompetência, o Planalto preferiu recomeçar do zero. “O governo vem tratando questões que deveriam ser técnicas em uma caça às bruxas desnecessária”, diz Sergio Vale, economista-chefe da consultaria MB Associados e Colunista de EXAME.

Um dos cotados para assumir o lugar de Levy é Salim Mattar, secretário responsável pelas privatizações. Guedes chegou a falar em privatizar um trilhão em imóveis e estatais. Com seis meses de governo, já ficou mais do que claro que a meta é irreal. A dúvida é se Mattar será jogado às feras, ou promovido. Os próximos dias vão mostrar se as incoerências entre o discurso e a prática no governo terão impacto sobre câmbio e bolsa.

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