Enquanto BNDES debate 2035, seu presidente pensa nas eleições
ÀS SETE - Nesta terça-feira, o banco organiza a Conferência Visão 2035: Brasil Desenvolvido, com Rabello focado em sua campanha eleitoral para presidência
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2018 às 06h34.
Última atualização em 20 de março de 2018 às 07h20.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ) organiza hoje a Conferência Visão 2035: Brasil Desenvolvido.
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O tema toma como base um planejamento estratégico feito dentro do próprio banco estatal com objetivo de tornar o Brasil um país desenvolvido nas próximas duas décadas.
Há duas semanas, em um encontro do LIDE (Grupo de Líderes Empresariais), o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, disse que o objetivo é realizável. “‘Será possível?’, vocês se perguntam. É matematicamente possível e calculamos isso”, afirmou.
“Seríamos um país medianamente desenvolvido em termos de renda se aumentarmos o IDH de 0,75 para 0,86, elevando a renda (per capta) de 14.000 dólares para 25.000. O objetivo é ficar, em termos de renda, entre Portugal e Grécia”.
O caminho até lá, por outro lado, deve ser duro. Nas últimas décadas, o Brasil experimentou um crescimento inconstante. Para tornar-se uma nação desenvolvida em 2035, o crescimento teria que ser constante e de, em média, 3,2% ao ano. Para colaborar com isso, o banco deve investir 90 bilhões de reais nas áreas de infraestrutura até o fim do plano.
Ainda assim, para que a expectativa de crescimento venha a se realizar, um fator importante é que a agenda econômica se descole da política. O próprio Rabello assumiu o BNDES com a intenção de criar uma plataforma que o colocasse em exposição para uma possível candidatura à presidência da República.
A menos de um mês de sair do banco para assumir de vez a postura de pré-candidato, até a data para o lançamento do novo programa pode ser vista como politiqueira.
Rabello é filiado ao Partido Social Cristão (PSC). Ontem, o presidente do PSC, pastor Everaldo, afirmou que o presidente do BNDES é “candidatíssimo” ao Planalto.