Brasília - Após reunião com a presidente Dilma Rousseff para tratar da crise hídrica, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse nesta quarta-feira, 28, que não pensa em rodízio, racionamento de água nem em sobretaxa por agora. De acordo com o governador, a prioridade do governo do Rio de Janeiro é garantir o abastecimento humano.
"Se for alguém penalizado, vão ser as empresas primeiro", disse Pezão. "Nossa prioridade é o abastecimento humano. Não queremos prejuízo de ninguém. Agora, se for alguém penalizado, vão ser as empresas primeiro, não o abastecimento humano, que dá para gente garantir por um bom tempo ainda."
Pezão reuniu-se com a presidente Dilma Rousseff e os ministros Nelson Barbosa (Planejamento), Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) para tratar do tema.
"(Os ministros) Nos alertaram com as informações de que o período de seca deve continuar, nós não teremos período chuvoso, deve ser melhor fevereiro que janeiro. Mas estão nos alertando, nos colocando as preocupações que têm hoje, colocando a disposição de nos ajudar, nos auxiliar em obras que a gente possa fazer, e tomar medidas imediatas para a gente não sofrer o que outros Estados estão sofrendo", comentou Pezão, que garantiu que o governo fluminense vem adotando uma série de medidas nos últimos anos para garantir o abastecimento de água.
"Neste momento a gente não quer tomar nenhuma dessas medidas (racionamento, rodízio) porque ainda não é necessário, mas nada está afastado se essa seca se prolongar. Se (passar) fevereiro, março, abril, e não chover o suficiente, vamos tomar outras medidas", alertou o governador.
Segundo Pezão, o governo do Rio de Janeiro está em contato permanente com a Agência Nacional de Águas (ANA), com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e a ministra Izabella Teixeira para avaliar o quadro na região sudeste.
"Vamos fazer grande campanha institucional para as pessoas pouparem água, para não esbanjarem, vamos intensificar essa campanha. Tem diversas medidas que a gente vem estudando", comentou o governador, ressaltando que não discutiu com a presidente Dilma Rousseff a possibilidade de um racionamento no Estado do Rio de Janeiro.
Questionado se a situação do Rio seria melhor que a de Minas Gerais e São Paulo no enfrentamento da crise hídrica, Pezão respondeu:
"Um pouco melhor. Com essa seca aí não tem ninguém melhor, está uma seca geral. Se São Paulo atravessa (crise hídrica), a gente atravessa."
O governador do Rio assegurou que não pensa em sobretaxa "agora, no mês de janeiro, fevereiro". "A gente vai intensificar o ritmo das obras, que é o que a gente acredita, e agora é torcer muito para que comece a chover e torcer que a gente não precise tomar outras medidas mais drásticas", disse Pezão.
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1/28 (Getty Images)
São Paulo – Por dia, cada brasileiro usa em média 166,29 litros de
água distribuída pelas companhias de água e esgoto locais. Mas a relação de consumo com o recurso varia em cada estado. No
Rio de Janeiro, por exemplo, o gasto de água foi 50% maior do que a média nacional. Segundo dados do Ministério das Cidades de 2013, os fluminenses usaram 253 litros de água por dia em média. Já no Alagoas, o consumo não chega a 100 litros de água por dia. Na prática, a região Sudeste é a que possui o maior índice de consumo per capita diário. O estado de São Paulo, que vive a sua pior crise hídrica, é o sexto com maior taxa de uso. A abrangência da rede de distribuição de água encanada pelos estados também denuncia as desigualdades regionais. Na região Norte, pouco mais da metade da população tem acesso à água encanada, segundo o governo federal. Em 2013, o Rio Grande do Sul, por sua vez, era o estado com a água mais cara do país. Por lá, a tarifa média de cada metro cúbico de água estava cotada em 6 reais, segundo dados do Ministério das Cidades. No Acre, o mesmo volume custava R$ 1,64. Veja nas fotos um retrato de como os brasileiros consomem água em cada estado.
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2. 1. Rio de Janeiro - 253,08 litros por dia
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2/28 (Mike Vondran / Flickr Commons)
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3. 2. Maranhão - 230,80 litros por dia
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3/28 (Divulgação/ Prefeitura de Presidente Dutra)
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4. 3. Amapá - 194,88 litros por dia
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4/28 (Jorge Junior/ Secom Amapá)
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5. 5. Distrito Federal - 189,91 litros por dia
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5/28 (Pedro França/Agência Senado)
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6. 6. São Paulo - 187,97 litros por dia
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6/28 (Friedemann Vogel/Getty Images)
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7. 7. Rondônia - 183,89 litros por dia
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7/28 (Divulgação/ Prefeitura de Buritis)
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8. 8. Mato Grosso - 165,09 litros por dia
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8/28 (Embratur/Fotos Públicas)
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9. 9. Minas Gerais - 159,36 litros por dia
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9/28 (Creative Commons)
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10. 10. Amazonas - 159,25 litros por dia
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10/28 (Embratur/Fotos Públicas)
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11. 11. Santa Catarina - 157,10 litros por dia
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11/28 (Divulgação / Martinho Ghizzo)
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12. 12. Pará - 156,58 litros por dia
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12/28 (Divulgação/Embratur)
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13. 13. Mato Grosso do Sul - 155,54 litros por dia
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13/28 (Wikimedia Commons)
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14. 14. Rio Grande do Sul - 152,19 litros por dia
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14/28 (Flickr)
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15. 15. Goiás - 146,12 litros por dia
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15/28 (Wikimedia Commons)
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16. 16. Acre - 144,62 litros por dia
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16/28 (Marcos Rosa/Veja)
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17. 17. Paraná - 143,77 litros por dia
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17/28 (Henri Bergius / Flickr / Creative Commons)
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18. 18. Roraima - 142,05 litros por dia
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18/28 (Tiago Orihuela/ Prefeitura Boa Vista)
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19. 19. Paraíba - 139,13 litros por dia
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19/28 (Divulgação / Cacio Murilo)
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20. 20. Piauí - 134,88 litros por dia
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20/28 (Embratur/Fotos Públicas)
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21. 21. Tocantins - 132,96 litros por dia
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21/28 (Embratur)
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22. 22. Ceará - 128,39 litros por dia
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22/28 (Divulgação)
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23. 23. Sergipe - 123,41 litros por dia
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23/28 (Divulgação/ Prefeitura de Propriá)
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24. 24. Rio Grande do Norte - 114,78 litros por dia
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24/28 (REUTERS/Gary Hershorn)
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25. 25. Bahia - 110,57 litros por dia
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25/28 (Mario Tama/Getty Images)
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26. 26. Pernambuco - 105,30 litros por dia
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26/28 (Heudes Regis / Guia Quatro Rodas)
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27. 27. Alagoas - 99,65 litros por dia
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27/28 (Wikimedia Commons)
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28. Veja onde há melhores condições para viver no Brasil
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28/28 (REUTERS/Paulo Santos)