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Empresa admitiu vantagens ilícitas à Eletrobras, diz Machado

O ex-presidente da Transpetro afirmou que o proprietário da empresa de serviços Bauruense Tecnologia disse ter pago "vantagens ilícitas" para a Eletrobras


	Eletrobras: citação à estatal federal de energia, de acordo com conteúdo da delação de Machado divulgado nesta quarta-feira, é mais uma
 (Tiago Queiroz)

Eletrobras: citação à estatal federal de energia, de acordo com conteúdo da delação de Machado divulgado nesta quarta-feira, é mais uma (Tiago Queiroz)

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Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2016 às 16h25.

São Paulo - O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou em depoimento à Justiça que o proprietário da empresa de serviços Bauruense Tecnologia disse ter pago "vantagens ilícitas" para a Eletrobras, além de ter viabilizado propinas também junto à Transpetro, subsidiária de transporte da Petrobras.

A citação à estatal federal de energia, de acordo com conteúdo da delação de Machado divulgado nesta quarta-feira, é mais uma em meio a acusações de irregularidades que envolvem também a hidrelétrica de Belo Monte, que está sendo construída no Pará, e a usina nuclear de Angra 3, que está com as obras paralisadas em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

Todas acusações originaram-se de depoimentos ao Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção entre estatais brasileiras, empresas privadas e partidos políticos.

Segundo o termo de colaboração de Machado à Justiça, a Bauruense Tecnologia firmou contrato com a Transpetro em janeiro de 2008 e fez "alguns pagamentos de vantagens ilícitas, no valor total de 300 mil reais" à subsidiária da Petrobras.

No depoimento, Machado afirmou que tinha contato com o dono da Bauruense, Airton Daré, que teria lhe explicitado "que o pagamento de vantagem ilícita era o modo como a empresa Bauruense trabalhava na Eletrobras". Ele não citou valores ou motivos dos pagamentos que teriam sido feitos à Eletrobras.

Machado disse que, no caso da Transpetro, as "vantagens ilícitas" foram pagas pela Bauruense de forma "esporádica".

O contato com as empresas que pagavam as propinas, segundo ele, era sempre feito sempre "por meio dos donos", e na Transpetro envolvia 3 por cento do valor dos contratos de prestação de serviços.

"Esse apoio não era regra e era solicitado apenas de uma parte das empresas com as quais eu tinha maior relacionamento com os donos", disse Machado.

Procurada, a Bauruense Tecnologia não comentou imediatamente.

A Eletrobras e a Transpetro também não comentaram imediatamente.

Segundo informações de seu site, a Bauruense possui uma unidade de Tecnologia e Serviços, uma dedicada a Transportes e Logística e outra a Empreendimentos Imobiliários, com um total de cerca de 1,7 mil colaboradores e matriz na cidade de São Paulo.

Entre seus principais clientes a Bauruense lista três subsidiárias da Eletrobras: Itaipu Binacional, Furnas e Eletronuclear.

Procuradas, as empresas não responderam imediatamente a pedidos de comentário.

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