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Moro se compara a agente que prendeu Al Capone

Ao programa "60 Minutes", da CBS, o juiz responsável pela Lava Jato se comparou ao famoso agente do FBI que capturou o gângster Al Capone, em 1931

Entrevista juiz Sérgio Moro para o programa "60 Minutes" (CBS NEWS/Divulgação)

Entrevista juiz Sérgio Moro para o programa "60 Minutes" (CBS NEWS/Divulgação)

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Clara Cerioni

Publicado em 25 de maio de 2017 às 09h30.

Última atualização em 25 de maio de 2017 às 09h36.

São Paulo - O juiz federal Sérgio Moro disse em entrevista ao programa "60 Minutes", da emissora norte-americana CBS, que se sentiu como Elliot Ness, o famoso agente do FBI que prendeu o gângster "Al Capone", em 1931, quando o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa (Abastecimento) começou a delatar o que sabia do esquema de corrupção na petroleira.

Segundo o magistrado, "esse foi o ponto em que não havia mais volta, como no filme Os Intocáveis", fazendo referência à cena em que Sean Connery diz a Ness (interpretado por Kevin Costner) que aquele era um mundo conturbado e que não haveria mais volta, se ele enveredasse por ali. Durante a entrevista, a edição do programa mostra essa cena em que os personagens falam sobre a perseguição a Al Capone.

Diz Sean Connery no filme: Se você passar por aquela porta, você estará caminhando para um mundo de problemas e não há como voltar atrás. Você entende isso?

Kevin Costner (carregando uma arma) diz: Sim, eu entendo.

A fala de Moro foi transmitida durante o programa do último domingo, que dedicou um bloco inteiro à operação Lava Jato (Operation Car Wash, em inglês) , definida pelo jornalista Anderson Cooper como a maior contra a corrupção da história brasileira.

Além do juiz federal, o programa "60 Minutes" também ouviu o coordenador da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol, e transmitiu uma entrevista com a ex-presidente Dilma Rousseff, gravada três semanas antes de seu impeachment.

Para Cooper, Dallagnol revelou acreditar que a Lava Jato é "muito, muito maior" do que Watergate  escândalo político ocorrido em 1972 nos Estados Unidos e que levou à renúncia do então presidente americano Richard Nixon. O procurador justifica seu posicionamento dizendo que a Lava Jato já processou mais de 200 pessoas por centenas de crimes, cuja propina chega a "cerca de US$ 2 bilhões".

Procuradores da Lava Jato em entrevista ao programa "60 Minutes"

Procuradores da Lava Jato em entrevista ao programa "60 Minutes" (CBS NEWS/Divulgação)

Nos minutos destinados à entrevista com a ex-presidente Dilma Rousseff, o repórter explica que seu impeachment foi influenciado pelos desdobramentos da Lava Jato. Cooper questiona a então presidente, dizendo que para muitas pessoas é difícil acreditar que ela desconhecia os escândalos.

A entrevista completa pode ser vista no site do programa "60 Minutes".

 

 

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