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Em crise, universidades de SP congelam salários

É a primeira vez em pelo menos dez anos que as estaduais falam em reajuste zero

Prédio da Reitoria da USP: docentes e servidores rechaçam a proposta (Marcos Santos/USP Imagens)
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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2014 às 09h11.

São Paulo - Os reitores das três universidades estaduais paulistas - USP, Unicamp e Unesp - decidiram congelar os salários de professores e servidores neste ano.

O motivo é a crise financeira das instituições e o alto nível de comprometimento das receitas com a folha de pagamento, principalmente na USP - que já extrapola o orçamento com salários. Docentes e servidores rechaçam a proposta.

É a primeira vez em pelo menos dez anos que as estaduais falam em reajuste zero.

A decisão foi anunciada ontem pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), entidade que reúne os dirigentes das três instituições, em reunião com representantes de professores e funcionários.

De acordo com o Cruesp, a condição atual não permite "realizar qualquer reajuste salarial neste momento".

Segundo as universidades, o comprometimento de orçamento com folha de pagamento atinge 94,47% na Unesp e 96,52% na Unicamp.

Na USP, esse porcentual fica em torno de 105%, fazendo com que a universidade tenha consumido, só nos três primeiros meses do ano, R$ 250 milhões de suas reservas financeiras.

Desde 2012, a USP já gastou quase 40% de sua poupança, o equivalente a R$ 1,3 bilhão.

A situação da USP foi a que mais pesou na decisão tomada pelos reitores. Questionada, a assessoria de imprensa da universidade informou que o Cruesp é que responde pelas negociações e pela proposta.

Uma nova reunião está marcada para a semana que vem com representantes dos trabalhadores.

Na proposta do Cruesp, a situação financeira seria reavaliada a partir de setembro, a depender do comportamento das transferências de recursos.

E só depois disso é que se poderia analisar um possível aumento.

As estaduais têm autonomia financeira e recebem repasse anual de 9,57% do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Assim, as transferências variam de acordo com a arrecadação estadual. Nos últimos anos, esses valores seguiram crescendo, mas em ritmo menor desde 2012.

Crítica

Professores e funcionários criticaram a proposta. O Fórum das Seis, entidade que reúne as entidades sindicais das estaduais, exige 9,78% de reajuste. O aumento pedido representaria reposição da inflação mais aumento real de 3%.

"O reajuste zero foi uma surpresa. Esperávamos que pelo menos cobrissem a inflação dos últimos doze meses", afirmou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) Magno de Carvalho.

"Apesar do discurso da reitoria de falta de dinheiro, há uma reserva financeira de R$ 2 bilhões", afirmou.

Segundo ele, um aumento salarial de 5,5% havia sido discutido no Conselho Universitário da USP no começo do ano.

Nesta semana serão feitas assembleias setoriais para discutir a proposta de congelamento.

Na próxima quarta-feira, dia 21, está marcada uma paralisação dos servidores da USP.

Em nota, a Associação dos Docentes da USP (Adusp) afirma que o congelamento é inaceitável.

"A tarefa agora é rechaçá-lo! Para tanto, precisamos nos mobilizar imediatamente". A entidade marcou uma reunião extraordinária para amanhã.

Por causa dos problemas orçamentários, a USP já cortou em 30% os gastos com custeio e investimento para 2014.

Unesp e Unicamp também reduziram despesas neste ano para conter a crise financeira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - Os reitores das três universidades estaduais paulistas - USP, Unicamp e Unesp - decidiram congelar os salários de professores e servidores neste ano.

O motivo é a crise financeira das instituições e o alto nível de comprometimento das receitas com a folha de pagamento, principalmente na USP - que já extrapola o orçamento com salários. Docentes e servidores rechaçam a proposta.

É a primeira vez em pelo menos dez anos que as estaduais falam em reajuste zero.

A decisão foi anunciada ontem pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), entidade que reúne os dirigentes das três instituições, em reunião com representantes de professores e funcionários.

De acordo com o Cruesp, a condição atual não permite "realizar qualquer reajuste salarial neste momento".

Segundo as universidades, o comprometimento de orçamento com folha de pagamento atinge 94,47% na Unesp e 96,52% na Unicamp.

Na USP, esse porcentual fica em torno de 105%, fazendo com que a universidade tenha consumido, só nos três primeiros meses do ano, R$ 250 milhões de suas reservas financeiras.

Desde 2012, a USP já gastou quase 40% de sua poupança, o equivalente a R$ 1,3 bilhão.

A situação da USP foi a que mais pesou na decisão tomada pelos reitores. Questionada, a assessoria de imprensa da universidade informou que o Cruesp é que responde pelas negociações e pela proposta.

Uma nova reunião está marcada para a semana que vem com representantes dos trabalhadores.

Na proposta do Cruesp, a situação financeira seria reavaliada a partir de setembro, a depender do comportamento das transferências de recursos.

E só depois disso é que se poderia analisar um possível aumento.

As estaduais têm autonomia financeira e recebem repasse anual de 9,57% do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Assim, as transferências variam de acordo com a arrecadação estadual. Nos últimos anos, esses valores seguiram crescendo, mas em ritmo menor desde 2012.

Crítica

Professores e funcionários criticaram a proposta. O Fórum das Seis, entidade que reúne as entidades sindicais das estaduais, exige 9,78% de reajuste. O aumento pedido representaria reposição da inflação mais aumento real de 3%.

"O reajuste zero foi uma surpresa. Esperávamos que pelo menos cobrissem a inflação dos últimos doze meses", afirmou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) Magno de Carvalho.

"Apesar do discurso da reitoria de falta de dinheiro, há uma reserva financeira de R$ 2 bilhões", afirmou.

Segundo ele, um aumento salarial de 5,5% havia sido discutido no Conselho Universitário da USP no começo do ano.

Nesta semana serão feitas assembleias setoriais para discutir a proposta de congelamento.

Na próxima quarta-feira, dia 21, está marcada uma paralisação dos servidores da USP.

Em nota, a Associação dos Docentes da USP (Adusp) afirma que o congelamento é inaceitável.

"A tarefa agora é rechaçá-lo! Para tanto, precisamos nos mobilizar imediatamente". A entidade marcou uma reunião extraordinária para amanhã.

Por causa dos problemas orçamentários, a USP já cortou em 30% os gastos com custeio e investimento para 2014.

Unesp e Unicamp também reduziram despesas neste ano para conter a crise financeira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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