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"Eles têm direito a uma farda por ano", diz mãe de PM

Salários baixos obrigam policiais militares a trabalharem como seguranças nas horas vagas

Polícia Militar: familiares se preocupam com a saúde dos policiais (Polícia Militar do Espírito Santo/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de fevereiro de 2017 às 12h04.

Vitória - A crise na segurança pública que levou o caos às ruas do Espírito Santo reflete a situação de penúria vivida por policiais militares do Estado.

Sem reajuste nos salários há quase quatro anos, os PMs não conseguem pagar suas contas e acabam fazendo "bicos" como seguranças particulares para complementar a renda, o que é proibido.

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Um PM relatou ao Estado as dificuldades que enfrenta ao longo do mês. Pai de duas meninas, uma de 3 e outra de apenas 1 ano, ele afirma que o salário líquido de menos de R$ 2.300 é insuficiente. Gasta metade do valor com aluguel, luz e água.

Há ainda as compras da casa, principalmente com alimentação. "Complemento fazendo serviço de segurança particular, para pessoas ou em festas. Às vezes ganho R$ 100, outras R$ 200. Tem semanas que não rola nada."

A mulher dele cuida das filhas, mas também tem uma empresa que realiza festas infantis. "O problema é que o trabalho também é incerto", relatou.

Seu maior medo é com a saúde do marido. "Graças a Deus ele está bem, mas tem muitos casos de colegas que entraram em depressão. Eu me preocupo."

A mãe de um policial que preferiu não se identificar reclamou de outros gastos a que os PMs são submetidos. "Eles têm direito a uma farda por ano. Se quiserem outra, têm de comprar. Se estraga o coturno, tem de comprar. Se quiser tocar na banda da PM, tem de comprar a farda. É uma vergonha", reclamou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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