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"Eles sabem que eu poderia ter 40%", diz Lula sobre pesquisas

Apesar do petista liderar as pesquisas de intenções de voto para as eleições de 2018, em sua opinião, ele deveria ter 40% e não 35% da preferência popular

Lula: "Todo dia eles me prendem, todo dia inventam um crime que eu não cometi" (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Lula: "Todo dia eles me prendem, todo dia inventam um crime que eu não cometi" (Rodolfo Buhrer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de outubro de 2017 às 21h56.

Última atualização em 2 de outubro de 2017 às 21h59.

Rio - Dois dias após divulgação da pesquisa que revela a sua liderança numa pesquisa de intenção de votos para a presidência da República, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contestou o porcentual divulgado.

Em sua opinião, teria 40% e não 35% da preferência popular, caso a pesquisa não considerasse um candidato virtual. Ele não revelou, no entanto, quem seria esse candidato.

"Todo dia eles me prendem, todo dia inventam um crime que eu não cometi. A surpresa deles foi pegar a pesquisa no sábado. Eu tinha 35%. E eles sabem que eu poderia ter 40%. E aí eles não se conformaram. Hoje, fiquei estarrecido", disse o ex-presidente, acrescentando que a pergunta feita na pesquisa divulgada hoje, sobre a vontade da população de vê-lo preso, induziu a uma resposta negativa.

"Hoje, fiquei estarrecido. A Folha de S.Paulo (a pesquisa é do Datafolha) faz uma pergunta com a seguinte frase: Você acha que o Lula deve ser preso em função das denúncias da Lava Jato? E 56% dizem que eu deveria ser preso. A pergunta não é essa. A Polícia Federal mente quando faz inquérito, o Ministério Público mente quando faz denúncia e o senhor Moro (juiz Sérgio Moro) não deveria aceitar. Mas como está predestinado a não deixar Lula voltar, vai aceitar todas as mentiras", contestou.

Lula ainda desafiou o MP, a PF e Moro a "apresentar uma única prova de um real desviado" e disse que, retornando à Presidência, vai lançar um referendo revogatório para desfazer medidas tomadas durante o governo de Michel Temer.

"Me sinto como se fosse um menino de 30 anos, com uma vontade de lutar maior do que quando eu tinha 25", afirmou em discurso de quase uma hora, durante o 8º Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que estimou 3,5 mil participantes.

Trump

O ex-presidente afirmou também que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "deveria cuidar um pouco mais dos Estados Unidos para que não aconteça a tragédia de um cidadão matar pessoas. Se tivesse mais preocupado com o povo americano, não permitiria que coisas como essa acontecesse".

Ao iniciar sua fala durante o encontro, Lula destacou a presença de representantes de movimentos sociais da Venezuela, para, em seguida, afirmar que os Estados Unidos têm problemas internos para estar preocupado com países vizinhos.

"Tem muita gente boa da América Latina e Europa (no evento). Queria citar a Venezuela e pedir para que gritem ao presidente dos Estados Unidos que quem decide o destino da Venezuela é o povo da Venezuela. Não é o tal do Trump", disse.

Em seguida, Lula direcionou sua fala aos pequenos produtores rurais e aos trabalhadores, em geral.

"Eu sonhei junto com vocês que era possível construir um País melhor. Durante 12 anos, todas as categorias organizadas tiveram aumento acima da inflação. Por isso, ajudamos tantas pessoas, sobretudo as que participavam da previdência social", discursou.

O ex-presidente ainda destacou a criação da Lei da Partilha durante o seu governo, que determinava a participação obrigatória da Petrobras em pelo menos 30% dos reservatórios localizados na região do pré-sal, mas foi alterada no Congresso durante o governo de Michel Temer.

"A primeira coisa que falamos é que o pré-sal seria o passaporte do futuro. Por isso aprovamos a lei da partilha, para que o petróleo não fosse multinacional", afirmou.

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