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A três meses das eleições, cenário já mostra favoritos e disputas emboladas nas capitais; confira

Neste sábado, 6, uma nova fase da disputa foi iniciada, com os políticos proibidos de realizarem inaugurações ou anúncios de obras

(Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 6 de julho de 2024 às 16h17.

A três meses das eleições municipais , o Brasil tem capitais com diversos cenários, que vão desdeatuais prefeitos favoritos à reeleição até cenários embolados com vários pré-candidatos empatados nas pesquisas eleitorais.

Neste sábado, 6, uma nova fase da disputa foi iniciada, com os políticos proibidos de realizarem inaugurações ou anúncios de obras. A EXAME mostrou como os incumbentes aceleraram a agenda de entregas para mostrar serviços para a população. O próximo passo no calendário eleitoral deste ano serão as convenções partidárias, que vão confirmar os candidatos, para então, em agosto, as campanhas iniciarem de fato.

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A EXAME detalhou a disputa para prefeito em dez capitais com uma ou mais pesquisa eleitoral. Veja a seguir:

O cenário eleitoral nas capitais do Brasil

São Paulo

Na capital paulista, as últimas pesquisas divulgadas mostram um cenário mais incerto do que no início do ano, resultado da entrada de novos atores na disputa. O atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) segue empatado tecnicamente com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) na liderança, mas viu o influenciador Pablo Marçal (PRTB) e o apresentador José Luiz Datena (PSDB) “roubarem” intenções de votos mais à centro-direita.

Nas últimas semanas, as movimentações da dupla líder das pesquisas foram diferentes. Enquanto Boulos parece “jogar parado”, sem grandes novidades na pré-campanha, mas intensificando uma agenda de rua com a sua pré-candidata a vice, Marta Suplicy (PT), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus ministros, Nunes terceirizou o anúncio do seu vice, o coronel da reserva da PM e ex-Rota, Ricardo Mello Araújo, ao governador Tarcísio de Freitas, e intensificou a agenda de entregas na cidade.

Hoje, Datena, Marçal e a deputada federal Tabata Amaral (PSB) formam um segundo pelotão em busca de desidratar os líderes. Datena e Marçal surgiram na disputa marcando dois dígitos, mas ainda vivem com a desconfiança do meio político se estarão nas urnas em outubro. Amaral não cresceu nos últimos meses, mas mantém números resilientes para uma pré-candidata com alta taxa de desconhecimento.

Rio de Janeiro

A capital fluminense caminha para reeleger o atual prefeito Eduardo Paes (PSD), segundo as últimas pesquisas. Todos os adversários somados não chegam a metade das intenções de votos do prefeito, que aparece com porcentagens entre 48% e 53%. Os adversários mais bem posicionados no momento são o deputado federal Delegado Ramagem (PL), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, e o psolista Tarcísio Motta (PSOL), que não passam de 12% nas pesquisas. Nenhum dos dois parece, pelo menos no momento, capaz de ameaçar Paes.

Enquanto nada de braçada nas pesquisas e aumenta sua avaliação positiva de governo, Paes lida com a pressão para indicar o seu vice. O presidente Lula e o PT, que apoiam a candidatura, pleiteiam a vaga. A ideia de Paes, porém, parece ser indicar um aliado do PSD.

Recife

A capital pernambucana é mais uma onde a eleição parece resolvida sem a campanha nem ter começado. O atual prefeito João Campos (PSB) lidera com mais de 70% em algumas pesquisas. A grande questão da sua pré-campanha hoje é quem será o seu vice. O PT exige a vaga em troca de um eventual apoio ao nome de Campos para a disputa ao governo do estado em 2026.

Os adversários de Campos hoje são Daniel Coelho (PSD), o ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL), Dani Portela (PSOL), Simone Fontana (PSTU) e Técio Teles (Novo). Nenhum marca um percentual de intenções de votos de dois dígitos nas pesquisas.

Belo Horizonte

A capital mineira tem um dos cenários mais indefinidos do Brasil. Diferentes pesquisas mostram empate técnico entre três ou mais candidatos na liderança. Fuad Noman (PSD), o atual prefeito, enfrenta o desafio do desconhecimento, por ter assumido o cargo após Alexandre Kalil (PSD) deixar a prefeitura para disputar o governo do estado, e não ter uma grande marca da sua gestão. Ele também não tem o apoio do seu ex-companheiro de chapa.

Entre os nomes postos nesse momento da corrida eleitoral, o mais competitivo é do deputado estadual e apresentador do Cidade Alerta-BH, Mauro Tramonte (Republicanos). Ele lidera numericamente os cenários de primeiro turno e vence seus principais adversários em projeções de segundo turno.

Apesar disso, o cenário mostra outros nomes, como o ex-deputado estadual João Leite (PSDB), a deputada federal Duda Salabert (PSOL), que costurou um acordo por uma chapa com Rogério Correia (PT), o deputado estadual Bruno Engler (PL), apoiado por Bolsonaro, e o senador Carlos Viana (Podemos).

Curitiba

Na capital do Paraná, a disputa se mostra aberta com diversas figuras conhecidas da política curitibana como pré-candidatos. O atual vice-prefeito, Eduardo Pimentel (PSD), aparece na frente, mas longe de ter uma margem confortável.

Outro candidato que se mostra competitivo na disputa é o deputado federal e ex-prefeito da cidade, Luciano Ducci (PSB), apoiado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que aglutinou o apoio do PT e de Lula em torno do nome do PSB. O deputado estadual Ney Leprevost (União) e os ex-governadores Beto Richa (PSDB) e Roberto Requião (Mobiliza) também estão no páreo.

Porto Alegre

Devastada após as enchentes que atingiram todo o estado do Rio Grande do Sul no início de maio, Porto Alegre viu o cenário das eleições mudar. O atual prefeito, Sebastião Melo (MDB), que liderava as intenções de votos de forma isolada, viu seu capital eleitoral diminuir e a deputada federal Maria do Rosário (PT) avançar. Hoje, a dupla aparece tecnicamente empatada nas pesquisas, com Rosário à frente numericamente.

Outro pelotão da disputa inclui Juliana Brizola (PDT), Any Ortiz (Cidadania), Doutor Thiago Duarte (União), Luciano Zucco (PL) e Felipe Camozzato (Novo).

Manaus

Em Manaus, a disputa aparece neste momento empatada entre o deputado federal Amom Mandel (Cidadania), de apenas 23 anos, o atual prefeito, David Almeida (Avante), e o C apitão Alberto Neto (PL), apoiado por Bolsonaro. Roberto Cidade (União Brasil) e Marcelo Ramos (PT) também se mostram como candidatos competitivos com dois dígitos na disputa.

Belém

Na capital que vai receber a COP30, o deputado federal delegado Éder Mauro (PL), apoiado pelo ex-presidente Bolsonaro, lidera as últimas pesquisas. O deputado estadual, Igor Normando (MDB), aparece em segundo e tem o apoio do governador Helder Barbalho (MDB)

O atual prefeito, Edmilson Rodrigues (PSOL), convive com uma alta rejeição e aparece apenas em terceiro. Rodrigues teve uma crise relacionada à zeladoria da cidade, com problemas com empresas de coleta de lixo. A ideia do psolista foi acelerar entregas para tentar reverter o quadro difícil na corrida eleitoral.

Salvador

Na capital da Bahia, o atual prefeito, Bruno Reis (União), lidera com folga rumo à reeleição, com alta taxa de aprovação. Todos os adversários somados, até o momento, não têm nem metade das intenções de votos de Reis. O principal concorrente na disputa é o vice-governador do estado, Geraldo Júnior (MDB), seguido por Kleber Rosa (PSOL).

Fortaleza

Em Fortaleza, a disputa se concentra entre o ex-deputado federal Capitão Wagner (União), o atual prefeito, José Sarto (PDT), André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT). Wagner aparece nas últimas pesquisas à frente, mas vê Sarto e Fernandes no retrovisor. O pré-candidato do PL, inclusive, é um concorrente direto do ex-deputado federal por disputar votos da direita e o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Outro nome na direita que está no pleito é o senador Eduardo Girão (Novo).

A cidade, assim como o restante do estado, enfrenta um problema de segurança pública, o que tem minado a popularidade de Sarto. No último mês de junho, Fortaleza teve uma chacina que deixou quatro mortos.

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