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Educação profissional é conquistar a cidadania, defende Lula

Segundo Lula, a profissionalização muda a história de vida de quem se qualifica


	O ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva: “Na medida que se tem uma profissão, você passa a ser valorizado em qualquer lugar", afirmou.
 (REUTERS/Andres Stapff)

O ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva: “Na medida que se tem uma profissão, você passa a ser valorizado em qualquer lugar", afirmou. (REUTERS/Andres Stapff)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2013 às 17h08.

Leipzig (Alemanha) – O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (4) em palestra no torneio de educação profissional WorldSkills Competition 2013 que ter uma qualificação é uma forma das pessoas conseguirem melhores empregos e tornarem-se cidadãos.

“O diploma do Senai [Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial] me fez arrumar um emprego melhor, trabalhar em uma empresa melhor, ganhar um salário melhor. A partir disso, eu pude ter coisas que nenhum parente meu tinha tido na vida”, disse Lula ao lembrar sua trajetória para exemplificar os efeitos da formação profissional. “Depois do Senai, eu conquistei a cidadania”, completou na palestra feita em Leipzig (a 150 quilômetros de Berlim), onde ocorre o torneio.

Segundo Lula, a profissionalização muda a história de vida de quem se qualifica. “Na medida que se tem uma profissão, você passa a ser valorizado em qualquer lugar [...] Passa a ser tratado com respeito porque as pessoas sabem que você sabe fazer alguma coisa”, enfatizou. O ex-presidente comparou a situação de um profissional formado com a de um jovem sem qualificação que procura emprego.

“Qualquer que seja a empresa, eles perguntam o que você sabe fazer”, disse, ao lembrar que ter formação técnica-profissional pode permitir acesso ao curso superior. “A profissão pode pagar um salário melhor e garantir a universidade”, salientou.

A mesma opinião tem Roberto Spada, diretor de Relações Externas do Senai de São Paulo, que avalia o ensino técnico como pré-requisito importante para quem pretende ingressar no ensino superior. “O profissional passa a ser não apenas um gestor pelos conceitos, mas um gestor que tem conhecimento dos processos”, disse se referindo, a um caso hipotético como de quem inicia a carreira como técnico de edificações e após a profissionalização vai estudar engenharia.


Esse é o caminho que está fazendo o web designer Natan Barbosa, ouro na WorldSkills Competition 2011, realizada em Londres. Após vencer a competição, ele foi escolhido para fazer um estágio de três meses na sua área de trabalho em Cingapura (sudeste da Ásia) e agora prepara-se para morar nos Estados Unidos por um ano, onde irá fazer uma graduação sanduíche (bacharelado em sistema de informação) com bolsa de estudos do Programa Ciência sem Fronteiras.

Natan é o primeiro da sua família a ter curso superior. Segundo ele, há muitas pessoas com o seu perfil entre os 41 brasileiros participantes desta edição da WorldSkills Competition. Para ele, a possibilidade de ascensão social faz com que os competidores se dediquem mais. “Eles chegam com muito garra, enxergam como possibilidade de mudar a vida deles e se dedicam muito para vencer aqui. O resultado vai ser consequência da preparação. A participação no torneio abre muitas portas. Comigo aconteceu assim e tenho certeza de que com eles vai ser dessa forma”.

“A educação profissional é a melhor estratégia para a transformação econômica e social”, resume Roberto Spada, do Senai. Estudo feito pelo serviço com 40 mil alunos egressos (2010-2012) aponta que um ano depois de completarem o curso profissionalizante, os trabalhadores de nível técnico conseguem aumentar a renda em 24%. O levantamento também verificou que sete em cada dez ex-alunos dos cursos técnicos ficam ocupados em atividades relacionadas à área de formação e conseguem trabalho no primeiro ano depois da formatura e têm renda média inicial de 2,6 salários mínimos.

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