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Coligação de Marina causa estranheza, diz Eduardo Jorge

Candidato do Partido Verde fez sua primeira agenda de campanha na capital mineira nesta sexta

Eduardo Jorge, candidato do Partido Verde à presidência (Reprodução/Partido Verde/Facebook)
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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2014 às 20h37.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2018 às 17h33.

Belo Horizonte - O candidato à Presidência da República pelo Partido Verde (PV), Eduardo Jorge , fez nesta sexta-feira sua primeira agenda de campanha na capital mineira.

À imprensa, apresentou suas principais propostas e comentou a relação com a candidata a vice-presidente pelo PSB , Marina Silva. "Estar junto com Marina seria muito importante", disse o candidato.

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Segundo ele, quando Marina se lançou candidata à Presidência pelo PV, em 2010, o partido "achou maravilhoso", mas houve dois tropeços. O primeiro, quando ela e o partido se declararam "neutros" no segundo turno.

"Eu discordei. A questão não é apoiar A ou B, é analisar quem se aproxima das ideias do partido e indicar um voto para o seu eleitor", disse.

O segundo tropeço, para o médico sanitarista, foi a briga com a direção do PV.

"Foi uma disputa pelo pequeno poder e aí ela montou um partido com a cara dela. De um lado não é bom, porque um partido tem de ser heterogêneo. Mas foi uma pena não ter conseguido registro a tempo", afirmou.

"Só que a coligação com o PSB causou estranheza a muita gente, porque não existe lugar mais tradicional que o PSB ante mesmo o próprio PT".

Apesar das críticas, Eduardo Jorge desejou "boa sorte" à candidata a vice na chapa de Eduardo Campos (PSB). "Fazer aliança é melhor do que ficar de fora das eleições. Mas essa nova relação (Marina e PSB) não será fácil", ressaltou.

Jorge foi recepcionado pelo ambientalista Apolo Heringer e almoçou com ele no restaurante Reciclo, espaço cultural da Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável do Estado (Asmare), no bairro Lourdes.

Depois, seguiu para a sede do PV estadual para conversar com jornalistas e militantes. Iria então ao Café Nice, no centro, para tomar o tradicional café de início de campanha, mas cancelou devido ao horário apertado para seu voo de volta a São Paulo.

Cortes no Estado

O candidato defendeu a redução dos atuais 39 Ministérios para 14, e propôs o corte do Ministério dos Direitos Humanos, Gênero, Nações Indígenas e Reparação das Sequelas da Escravidão.

"Eles (os outros candidatos à Presidência) levaram a questão porque leram aqui", brincou, mostrando uma cópia das "Diretrizes programáticas para o PV 2014".

Segundo ele, o documento está no site desde março e detalha a proposta da redução das atuais pastas.

Eduardo Jorge também defende o parlamentarismo e o voto facultativo e distrital misto.

"Quero reduzir radicalmente os gastos da Câmara e do Senado. Para que um senador precisa de 40 assessores? Um meio é fundir os dois órgãos. Economizará recursos e tempo e os recursos podem ser aplicados na saúde e educação", explicou, dizendo que o modelo pode ser replicado na esfera estadual.

"Sugerimos também que os vereadores não ganhem salário, como é feito na Suíça", disse.

Temas "órfãos"

Eduardo Jorge afirmou que os atuais candidatos não querem se posicionar sobre aborto, união homossexual e drogas - chamados por de temas "órfãos" - porque "falam o que os marqueteiros mandam".

"Isso é liderança política? Não vejo essa coragem de falar sobre os assuntos em pessoas bem ilustradas como essas. Não acho que essas pessoas pensam diferente do que pensamos", declarou.

"O que me atrapalha em falar sobre os temas? Nada. O comportamento deles (adversários) é preconceito, discriminação e dogmatismo. O Estado é laico", completou.

O candidato reiterou que o PV defende a legalização com moderação do uso de drogas psicoativas ilegais; a ampliação da oferta do planejamento familiar com a descriminalização do aborto, mas com a meta de reduzir a prática, e o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

"Reconhecemos o que foi feito nos outros governos. O PV não é um partido destrutivo, mas queremos fazer diferente", declarou. "Quero ajudar o Brasil a decidir as eleições em segundo turno. Se não estivermos na segunda parte do pleito, pelo menos levaremos a influência e a consciência na decisão do eleitor", completou.

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