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Eduardo Cunha chama denúncia de Janot de “ilações”

Denunciados hoje pelo procurador-geral da República, o presidente da Câmara e o senador Fernando Collor refutaram as denúncias


	O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2015 às 20h45.

Denunciados hoje (20) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o senador Fernando Collor (PTB-AL) refutaram as denúncias. Cunha contestou com “veemência” o que chamou de “ilações” a denúncia apresentada por Janot. 

Em nota à imprensa, Cunha diz que é inocente e aliviado “já que agora o assunto passa para o Poder Judiciário”, disse. Na peça, Janot pede ao STF que Cunha seja processado pelos crimes de “corrupção passiva e lavagem de dinheiro”. 

O presidente da Cunha foi denunciado em função das investigações feitas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato e das denúncias feitas em delação premiada pelo lobista Júlio Camargo.

À Justiça Camargo afirmou que o parlamentar recebeu propina no valor de US$ 5 milhões para viabilizar a contratação de dois navios-sonda pela Petrobras ao estaleiro Samsung em 2006 e 2007. 

O negócio foi formalizado sem licitação e ocorreu por intermediação do empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que está preso há nove meses em Curitiba, e o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. 

Cunha voltou a atribuir a Janot o fato de ter sido incluído na investigação. “Fui escolhido para ser investigado e, agora, ao que parece, estou também sendo escolhido para ser denunciado”.

Ainda na nota, Cunha atacou o PT e o governo, a quem atribui também o fato de ser alvo da denúncia. Segundo ele, a denúncia visa a retirar os escândalos na Petrobras do colo do PT e do governo e colocá-los “em quem sempre contestou o PT”. 

Na nota, Cunha diz ainda estar com a “consciência tranquila”. Rompido com o governo desde julho passado, o parlamentar disse que continuará fazendo seu trabalho na presidência da Câmara com “lisura e independência”. 

Cunha lembrou que em 2013 foi denunciado pelo Ministério Público Federal e que a denúncia foi aceita pelo pleno do STF, sendo posteriormente absolvido por unanimidade. Ao finalizar a nota, ele disse confiar “plenamente” na isenção do STF para conter o que chamou de tentativa de injustiça.

Já o senador Fernando Collor se manifestou por meio das redes sociais classificando a denúncia como “lances espetaculosos”. ”Como um teatro, o PGR [Janot] encarregou-se de selecionar a ordem dos atos para a plateia, sem nenhuma vista pela principal vítima dessa trama, que também não teve direito a falar nos autos.”

Collor acrescentou que, por duas vezes, solicitou o depoimento, “que foi marcado e, estranhamente, desmarcado às vésperas das datas estabelecidas.”  

Segundo ele, “se tivesse havido respeito ao direito de o senador se pronunciar e ter vista dos autos, tudo poderia ter sido esclarecido. Fizeram opção pelo festim midiático, em detrimento do direito e das garantias individuais”, disse.

Também por meio de nota, o ministro-chefe da  Secretaria de  Comunicação Social da Presidência da Republica, Edinho Silva, informou que o governo não se pronunciará sobre o conteúdo da manifestação do presidente da Câmara dos Deputados.

"O governo da presidenta Dilma acredita na isenção das instituições que apuram as denúncias", afirmou o ministro.

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