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Economistas do Plano Real pedem saída do PSDB do governo Temer

Em carta, especialistas dizem que o PSDB optou por "deixar vazio o centro político ético de que o País tanto precisa"

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Gustavo Franco: é um dos especialista solicitaram que o PSDB desembarque do governo Michel Temer e renove sua direção (Germano Lüders/Exame)

Gustavo Franco: é um dos especialista solicitaram que o PSDB desembarque do governo Michel Temer e renove sua direção (Germano Lüders/Exame)

Mariana Sallowicz e Marianna Holanda, de Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de agosto de 2017 às, 09h40.

Rio e São Paulo - Em carta endereçada ao presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), os economistas tucanos Elena Landau, Edmar Bacha, Gustavo Franco e Luiz Roberto Cunha fizeram um "apelo" para que a sigla desembarque do governo Michel Temer e renove sua direção - hoje oficialmente sob o comando do senador Aécio Neves (MG), presidente licenciado.

Os especialistas integram um grupo de economistas ligados à PUC-Rio que teve influência na política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso, nos anos 1990, sendo Bacha e Franco os mentores do Plano Real. Elena foi diretora do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante o governo tucano.

O texto foi divulgado na quarta-feira, dia 2, após a vitória do presidente Temer no plenário da Câmara dos Deputados, em rede social de Elena - o texto, no entanto, não está mais público no perfil da economista.

"A opção de nos desligar do PSDB pareceu-nos no momento precipitada tendo em vista sua sábia decisão de marcar uma convenção do partido para o próximo mês de agosto", disse o texto. "Fica nosso apelo para que, na convenção de agosto, sob sua liderança o PSDB - reafirmando seu apoio à equipe econômica e mantendo-se à frente das reformas no Legislativo - decida (i) renovar sua direção, (ii) entregar os ministérios que têm no governo, e (iii) refundar-se programática e eticamente", concluiu o texto.

A carta disse ainda que o PSDB optou por "deixar vazio o centro político ético de que o País tanto precisa", ao ser "incapaz de se dissociar de um governo manchado pela corrupção institucionalizada que herdou do PT".

Após pedir a renovação da direção do PSDB, Elena elogiou o anúncio feito na quinta-feira (3) de que Jereissati ficará no comando interino do partido até o fim do ano, quando ocorrerá uma nova eleição da Executiva Nacional. Na visão dela, o primeiro passo foi dado e não se deve estabelecer um prazo para que esse processo de reconstrução ocorra.

"Ficamos muito satisfeitos que o Tasso tenha o controle do partido para conduzir uma reconstrução. Vamos ver agora se ele consegue com a credibilidade, a força e a legitimidade dele conduzir esse grupo que vem apoiando ele de volta aos princípios que criaram o PSDB", afirmou a economista em entrevista ao Estadão/Broadcast.

Segundo Elena, o PSDB precisa voltar a ter uma posição programática mais definida. "A gente não pode exigir dos outros o que não faz no próprio partido. O partido tem de ter uma postura bastante clara eticamente, que foi a origem do partido", disse, lembrando que o PSDB surgiu numa dissidência do PMDB controlado então por Orestes Quércia. "Precisamos ter esse partido de volta."

Elena se disse satisfeita com a repercussão da carta na qual o grupo afirmou ter estudado se desligar do partido. "Mostra que há outras pessoas pensando como nós e isso causou uma reflexão", disse.

Já os economistas Edmar Bacha, Gustavo Franco e Luiz Roberto Cunha não quiseram dar entrevista para comentar o assunto.

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