Brasil

"É uma bagunça", diz Dilma sobre organização da COP 21

Segundo um assessor da presidência, houve um problema de comunicação entre a organização interna da COP-21


	Dilma Rousseff: presidente retorna ao Brasil na noite desta segunda-feira
 (REUTERS/Adriano Machado)

Dilma Rousseff: presidente retorna ao Brasil na noite desta segunda-feira (REUTERS/Adriano Machado)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2015 às 19h42.

Paris - A presidente Dilma Rousseff reclamou nesta segunda-feira, 30, da organização da 21ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-21), que reuniu nesta segunda 150 chefes de Estado e de governo nas imediações de Paris, na França.

Na saída de um evento do qual participaram líderes como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o presidente da França, François Hollande, a comitiva brasileira não recebeu informações sobre qual direção tomar, não foi reconhecida pela polícia e acabou barrada, atrasando-se para um compromisso.

A situação aconteceu ao término de uma conferência sobre Mission Innovation, uma iniciativa organizada pela administração Obama e por líderes empresariais como o fundador da Microsoft, Bill Gates.

Depois de esperar pelo presidente americano por mais de meia hora, a presidente acompanhou os discursos e, ao término do evento, dirigiu-se ao centro de imprensa. Os problemas então começaram.

Orientada por assessores, a presidente esperou no interior do pavilhão, protegendo-se do frio, por alguns minutos. A seguir, saiu, expondo-se ao frio e ao vento em um dia em que estava resfriada.

De bom humor, Dilma permitiu que cinco jornalistas brasileiros, entre os quais a reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, a acompanhassem em direção a um portão no qual passaria a outra ala da conferência.

No caminho, porém, um policial barrou a delegação aos gritos: "Vocês não podem passar por aqui! Vocês não podem passar por aqui!".

A reportagem do jornal O Estado de S.Paulo então informou aos agentes que se tratava da presidente do Brasil.

Ao receber a informação, o policial autorizou que a comitiva seguisse o rumo, mas, instantes depois, o grupo foi bloqueado mais uma vez, sendo impedido de continuar.

Foi nesse momento que Dilma reclamou com assessores: "Isso aqui é uma bagunça!". O curioso é que o incidente aconteceu minutos depois de a presidente elogiar a organização da conferência, embora seus auxiliares já tivessem se queixado.

Segundo um assessor da presidência, houve um problema de comunicação entre a organização interna da COP-21, de responsabilidade da Conferência-quadro das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (UNFCCC), e a polícia da França, que não tinha a chave do portal pelo qual a delegação pretendia passar.

Dilma ainda teve de esperar vários minutos a céu aberto até que uma série de micro-ônibus chegasse para transportar a delegação.

Sem privilégio algum, a presidente sentou-se em um dos bancos e orientou os assessores que permitissem a entrada de jornalistas. Durante o trajeto, a presidente não se mostrou incomodada com os incidentes.

Com bom humor, ela lembrou-se de histórias da 15ª Conferência do Clima, realizada em Copenhague, na Dinamarca, em 2009, quando, então chefe da Casa Civil do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, comandou a delegação do Brasil.

Em razão dos atrasos sucessivos na sequência de eventos, a presidente anulou sua participação em uma reunião sobre energia solar.

A seguir ela concedeu entrevista à imprensa brasileira e internacional, antes de deixar o centro de Le Bourget, em que ocorre a COP21. A presidente retorna ao Brasil na noite desta segunda-feira.

Acompanhe tudo sobre:Aquecimento globalClimaCOP 21Dilma RousseffEuropaFrançaMetrópoles globaisPaíses ricosParis (França)PersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Bolsonaristas criticam Moraes por derrubar norma sobre aborto; governistas apoiam decisão

Enchentes agora atingem SC; mais de 800 estão fora de casa devido a inundações

Nível do Guaíba cai 17 cm em Porto Alegre e segue baixando

Adaptação das cidades à crise climática exige mudança de paradigma, dizem especialistas

Mais na Exame