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É incoerente comércio cobrar pelas sacolinhas, diz Haddad

O prefeito de São Paulo disse que é incoerente os estabelecimentos cobrarem pelas sacolinhas plásticas após a entrada em vigor da Lei das Sacolinhas, no domingo


	O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT): "o empresário deveria estar promovendo a sustentabilidade e não colocando obstáculos"
 (Marcelo Camargo/ABr)

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT): "o empresário deveria estar promovendo a sustentabilidade e não colocando obstáculos" (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2015 às 16h34.

São Paulo - O prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) disse nesta quinta-feira, 09, que é "incoerente" os estabelecimentos comerciais cobrarem pelas sacolinhas plásticas.

"Sempre puderam cobrar ou não pelas sacolinhas. Sempre puderam e nunca cobraram. Agora que você tem um projeto de sustentabilidade, vão passar a cobrar? Considero incoerente com a responsabilidade ecológica que todo empresário tem que ter. O empresário deveria estar promovendo a sustentabilidade e não colocando obstáculos para que essa sustentabilidade possa se tornar realidade", afirmou.

"O que eles fazem em termos de engenharia reversa para que as embalagens dos produtos vendidos sejam reaproveitados pela indústria?"

Com a Lei das Sacolinhas em vigor desde o último domingo, 05, os estabelecimentos comerciais estão proibidos de distribuir as tradicionais sacolas plásticas. Desde então, os supermercados começaram a cobrar R$ 0,08 por unidade. Em caso de desrespeito às novas regras municipais, o comércio pode ser multado em até R$ 2 milhões.

O prefeito fez um apelo aos empresários, pedindo colaboração para atingir a meta da Prefeitura, de 10% de coleta seletiva na cidade. Hoje, o porcentual de reciclagem é de 3%. "Se nós não pudermos contar com quem produz, com o comércio e com a chamada economia circular e engenharia reversa, que é o que nós estamos propondo, nós não vamos atingir a meta."

A Associação Paulista de Supermercados (APAS), Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Fecomercio-SP foram procuradas, mas não responderam até a publicação desta matéria.

Segundo Haddad, se não houver "esforço dos supermercados e da população em geral", as duas centrais mecanizadas de triagem da cidade, onde é feita a coleta seletiva, correm o risco de ficar ociosas. O prefeito admitiu que, nestes primeiros meses de funcionamento, as centrais ainda estão subutilizadas.

Em 2014, foram inauguradas duas centrais mecanizadas de triagem: uma em Santo Amaro, na zona sul, e na Ponte Pequena, na região central. Cada uma delas custou R$ 33 milhões. Outras duas devem ser inauguradas até 2016, segundo a Prefeitura.

Um terço da cidade de São Paulo não pode ser multado por infringir a Lei das Sacolinhas. Segundo a Secretaria de Serviços, cerca de 32% das residências da capital ainda não dispõem de coleta seletiva e, portanto, não podem ser cobradas pela nova regra da Prefeitura.

Atualmente, dez distritos da cidade não contam com o serviço, metade deles na zona leste: Guaianases, Jardim Helena, Iguatemi, Cidade Líder e Lajeado. Parelheiros, Jardim Ângela e Marsilac, na zona sul, além de Perus, na zona norte, e Raposo Tavares, na oeste, também não são atendidos por cooperativas nem por empresas de coleta.

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