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Dói no coração da gente, diz Bolsonaro sobre ex-assessor de Flávio

Em pronunciamento pelo Facebook, o presidente eleito disse que serão feitas as devidas investigações

Bolsonaro: na live, o presidente eleito também falou que pode sair do Acordo de Paris (Facebook/Reprodução)
AB

Agência Brasil

Publicado em 13 de dezembro de 2018 às 10h31.

Última atualização em 13 de dezembro de 2018 às 10h35.

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) voltou a falar nesta quarta-feira (12) sobreo caso de suposto desvio de 1,2 milhão pelo ex-assessor de seu filho, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

Em pronunciamento pelo Facebook, o presidente eleito disse que serão feitas as devidas investigações.

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"Temos problema com um ex-assessor nosso, do Flávio, com movimentação atípica. Vai ser ouvido na semana que vem. (...) Que paguemos a conta, se algo estiver errado comigo ou com meu filho, mas nós não somos investigados", destacou.

"Dói no coração da gente, porque defendemos o mais firme combate à corrupção. E usaremos o próprio Coaf para combater isso", prometeu.

Acordo de Paris

Além de comentar sobre seu filho, Bolsonaro disse também quepretende propor, via Itamaraty, mudanças ao Acordo de Paris.

"Se não mudar, sai fora. Porque temos de ficar? É um acordo possivelmente danoso para a nossa soberania", afirmou.

"Muitos estão fora, não assinaram. Por que o Brasil tem de ficar, para ser politicamente correto?", questionou.

Segundo ele, o Brasil pode não conseguir cumprir, até 2030, as exigências previstas no Acordo de Paris - e passaria a correr riscos de sofrer "sanções até de força". "Não conseguiremos reflorestar uma área do tamanho do Rio de Janeiro", exemplificou.

Bolsonaro voltou a criticar "a indústria de multas abusivas e extorsivas do Ibama", fruto supostamente de "capricho de alguns fiscais".

Ele citou vários exemplos - corte de uma árvore que está caindo, derrame de pouco combustível de trator na terra, pesca feita por pequenos pescadores que recebem multa "inacreditável".

"Não podem continuar agindo desta forma. Política ambiental não pode atrapalhar o desenvolvimento do páis", disse, defendendo a rápida concessão de licenças ambientais.

"Isso atrapalha prefeitos, impede que se abra e até se faça manutenção de estrada, principalmente na Amazônia", disse. "Vamos acabar com isso. Se precisar de nova lei, iremos ao Parlamento", afirmou.

Jair Bolsonaro também criticou o Pacto Global de Migração, assinado recentemente pelo governo brasileiro.

"Todos somos migrantes no Brasil, mas não podemos escancarar as portas para [todo mundo] vir numa boa." Segundo ele, é preciso ter cautela com a "cultura totalmente diferente da nossa".

E deu o seguinte exemplo: "Chegar aqui e querer casar com crianças de 11 anos". "Não podemos admitir certo tipo de gente que venha para o Brasil desrespeitando nossa cultura e nossa religião", resumiu.

Ele passou então a falar sobre Roraima. "Olha Roraima. Se fosse rei de Roraima, com tecnologia, eu, em 20 anos, teria economia igual ao do Japão", previu.

O presidente eleito disse que conhece estado, que é uma terra repleta de minerais - "tem toda a tabela periódica ali" - e que conversou com os indígenas locais.

Ele defendeu a "integração dos mesmos à sociedade". Segundo Bolsonaro, eles, os índios, querem o mesmo que todo brasileiro.

"Não queremos que fiquem atrapalhando o desenvolvimento da nação. Os índios podem receber royalties pela energia elétrica e pela mineração", sugeriu. "Por que eles têm de ser tratados como se estivessem na idade da pedra?".

Ainda se referindo a Roraima, afirmou: "Temos como mexer naqueles pedaços de terra mais ricos do mundo". "Como pode uma terra rica daquela ter que ficar pedindo dinheiro para União? Era para Roraima dar dinheiro pra União!", completou.

Bolsonaro terminou sua transmissão ao vivo dizendo que escolheu seus ministérios sem interferência politica.

Ele informou que repetirá semanalmente este contato para prestar contas de seu trabalho em Brasília. "O Brasil é nosso".

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