Brasil

Direção do Denarc diz que ação na Cracolância é rotina

A diretora do departamento disse que a ação foi “legítima” e descartou o uso de balas de borracha no confronto com usuários de drogas


	PM na Cracolândia: segundo o Denarc, só houve confronto porque três policiais que estavam no local foram “recebidos a pauladas” quando tentaram prender um traficante em flagrante
 (Divulgação/PMSP)

PM na Cracolândia: segundo o Denarc, só houve confronto porque três policiais que estavam no local foram “recebidos a pauladas” quando tentaram prender um traficante em flagrante (Divulgação/PMSP)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2014 às 08h00.

São Paulo - A diretora do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), Elaine Biasoli, negou que seus policiais fizeram uma operação surpresa ontem na Cracolândia, disse que a ação foi “legítima”, e descartou o uso de balas de borracha no confronto com usuários de drogas.

“Não é uma ação surpresa da Polícia Civil, do Denarc. É uma ação rotineira, uma ação diária, que fazemos todos os dias. Onde tiver denúncia de tráfico o Denarc vai estar presente”, afirmou a delegada, que assumiu a direção do departamento há cerca de dois meses. Segundo ela, desde dezembro, 65 traficantes já foram presos apenas na Cracolândia

Elaine disse que só houve confronto porque os três policiais que estavam no local em uma viatura descaracterizada investigando um traficante que atua na região foram “recebidos a pauladas” quando tentaram prendê-lo em flagrante.

“Foi muito rápido. Vieram todos para cima do policial, quebraram a viatura, e o outro que estava junto foi correndo no rádio e chamou reforço”, contou a delegada. Segundo ela, 24 policiais do próprio Denarc foram socorrer os colegas usando apenas bombas de efeito moral.

“O Denarc não possui bala de borracha. Nós temos, sim, munição antimotim. Ninguém vai dar tiro lá. Os policiais estavam com arma sem munição, justamente para intimidar”, disse.


Presos. Elaine afirmou que quatro traficantes foram presos e cerca de 30 pessoas foram detidas para averiguação. Três policiais ficaram feridos, com escoriações pelo corpo. Ela não informou os nomes dos presos e disse que aguardava o laudo do Instituto de Criminalística (IC) para saber a quantidade de drogas apreendida com os presos.

Na sede do Denarc, na região central, uma mulher disse que seu marido, o vendedor José Américo Gomes de Novaes, de 40 anos, foi detido porque estava filmando a ação policial com um celular. “Ele estava lá para comprar roupa e foi preso”, afirmou. O Denarc informou no início da noite que ainda estava ouvindo os detidos.

A diretora do departamento disse que tinha conhecimento prévio da ação de ontem e que não viu necessidade de comunicar a Prefeitura de São Paulo por se tratar de uma operação rotineira da polícia. “Eu determinei que se fosse ao local e depois eu fui ao local. Foi tudo dentro da legalidade”, disse.

“Nós não estamos com esse intuito de atrapalhar, de jeito nenhum o programa (da prefeitura), não conheço a fundo, deve ser mais social. O meu problema é polcial. O tráfico de entorpecentes. Nós queremos acabar com o tráfico na Cracolândia, até para preservar os dependentes, as famílias dos dependentes”, completou.

A delegada afirmou ainda que desconhece a suposta participação de investigadores no tráfico de drogas na Cracolândia e que se isso for identificado o caso será levado para a Corregedoria da Polícia Civil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasCrackCracolândiaMetrópoles globaissao-pauloTráfico de drogasViolência policial

Mais de Brasil

Mais de 300 mil imóveis seguem sem luz em São Paulo 12 horas após temporal

Cavaliere, vice eleito do Rio: segurança pública exige coordenação entre União, estado e município

Mais de 600 mil imóveis estão sem luz em SP após chuva intensa

Ao lado de Galípolo, Lula diz que não haverá interferência do governo no Banco Central