Dilma critica "espetacularização" da Operação Lava Jato
"O que você acha que acontece se vazar prova nos EUA? Se a prova é vazada sem condições de ser vazada, anula o processo", disse
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2016 às 18h21.
Brasília - Apesar de pregar a independência de poderes e instituições no País, a presidente Dilma Rousseff (PT) fez nesta quarta-feira, 13, em entrevista a um grupo de jornalistas no Palácio do Planalto, duras críticas ao que chamou de "espetacularização" das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) na operação Lava Jato , incluindo vazamentos de gravações de diálogos dela com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Uma coisa é investigar, outra coisa é a espetacularização da investigação", disse a presidente.
Segundo ela, caso ocorresse nos Estados Unidos, o processo seria anulado. "O que você acha que acontece se vazar prova nos EUA? Se a prova é vazada sem condições de ser vazada, anula o processo", disse. "Grava o presidente (dos EUA) sem a autorização do Supremo para ver o que acontece", completou.
Lembrada que no passado o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso apareceu em grampos no processo de investigação da suposta compra de votos para sua reeleição, Dilma emendou: "o fato de Fernando Henrique ter sido gravado é um escândalo".
Dilma considerou ainda que a espetacularização da, segundo ela, "polícia da situação" no Brasil atinge níveis fantásticos, afirmou. "Espetacularização significa vazamento, vazamento dirigido e sem base legal", completou.
Construtoras
A presidente defendeu construtoras brasileiras e afirmou que elas precisam ser encaradas como "agentes do desenvolvimento e não como agentes de corrupção".
Dilma pediu, no entanto, que as investigações das construtoras na Lava Jato sigam, mas sem que as empresas sejam destruídas. "Investiguem quem tem que investigar, mas não destrua a empresa", afirmou
Dilma citou que "a grande competência dos Estados Unidos", com os bancos após a crise de 2009 foi multar e penalizar as instituições financeiras por crimes praticados no mercado financeiro.
"Os Estados Unidos não eles teriam de destruir todos os bancos. A julgar por esse metro (da Lava Jato), não sobraria um banco americano depois da crise de 2009", disse.
"Você não precisa destruir a empresa, pode vender uma parte", exemplificou.
Na entrevista, Dilma citou ainda a ação do governo brasileiro em políticas públicas e criticou o estado mínimo pregado por adversários.
"É primário ter uma visão de estado mínimo no Brasil. Estado Mínimo é compatível com países desenvolvidos e mesmo assim alguns não fazem isso, como a Dinamarca e a Escandinávia toda", disse.
"Achar que se resolvem os problemas dos brasileiros e do país ignorando a herança maldita de anos e anos, em que uma parte da população foi retirada dos benefícios da riqueza, é ter uma proposta completamente dissonante em relação à realidade".
Brasília - Apesar de pregar a independência de poderes e instituições no País, a presidente Dilma Rousseff (PT) fez nesta quarta-feira, 13, em entrevista a um grupo de jornalistas no Palácio do Planalto, duras críticas ao que chamou de "espetacularização" das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) na operação Lava Jato , incluindo vazamentos de gravações de diálogos dela com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Uma coisa é investigar, outra coisa é a espetacularização da investigação", disse a presidente.
Segundo ela, caso ocorresse nos Estados Unidos, o processo seria anulado. "O que você acha que acontece se vazar prova nos EUA? Se a prova é vazada sem condições de ser vazada, anula o processo", disse. "Grava o presidente (dos EUA) sem a autorização do Supremo para ver o que acontece", completou.
Lembrada que no passado o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso apareceu em grampos no processo de investigação da suposta compra de votos para sua reeleição, Dilma emendou: "o fato de Fernando Henrique ter sido gravado é um escândalo".
Dilma considerou ainda que a espetacularização da, segundo ela, "polícia da situação" no Brasil atinge níveis fantásticos, afirmou. "Espetacularização significa vazamento, vazamento dirigido e sem base legal", completou.
Construtoras
A presidente defendeu construtoras brasileiras e afirmou que elas precisam ser encaradas como "agentes do desenvolvimento e não como agentes de corrupção".
Dilma pediu, no entanto, que as investigações das construtoras na Lava Jato sigam, mas sem que as empresas sejam destruídas. "Investiguem quem tem que investigar, mas não destrua a empresa", afirmou
Dilma citou que "a grande competência dos Estados Unidos", com os bancos após a crise de 2009 foi multar e penalizar as instituições financeiras por crimes praticados no mercado financeiro.
"Os Estados Unidos não eles teriam de destruir todos os bancos. A julgar por esse metro (da Lava Jato), não sobraria um banco americano depois da crise de 2009", disse.
"Você não precisa destruir a empresa, pode vender uma parte", exemplificou.
Na entrevista, Dilma citou ainda a ação do governo brasileiro em políticas públicas e criticou o estado mínimo pregado por adversários.
"É primário ter uma visão de estado mínimo no Brasil. Estado Mínimo é compatível com países desenvolvidos e mesmo assim alguns não fazem isso, como a Dinamarca e a Escandinávia toda", disse.
"Achar que se resolvem os problemas dos brasileiros e do país ignorando a herança maldita de anos e anos, em que uma parte da população foi retirada dos benefícios da riqueza, é ter uma proposta completamente dissonante em relação à realidade".