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Deputado diz que foi retirado da CCJ para facilitar arquivamento

Segundo ele, sua saída da função de titular "é o preço do arquivamento" da denúncia contra o presidente Michel Temer e ministros

Jorginho Mello: parlamentar avisou que manterá o voto a favor do prosseguimento do processo contra Temer e seus ministros (Gustavo Lima/Acervo/Agência Câmara)

Jorginho Mello: parlamentar avisou que manterá o voto a favor do prosseguimento do processo contra Temer e seus ministros (Gustavo Lima/Acervo/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de outubro de 2017 às 14h44.

Brasília - Retirado sumariamente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o deputado Jorginho Mello (PR-SC) disse na manhã desta terça-feira, 3, que sua saída da função de titular "é o preço do arquivamento" da denúncia contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).

Assim como na apreciação da primeira denúncia contra Temer na CCJ, Jorginho contou que foi apenas informado da troca pelo líder da bancada José Rocha (PR-BA). "Meu líder me chamou, me comunicou da intenção do partido para facilitar o arquivamento na CCJ", declarou.

O parlamentar avisou que manterá o voto a favor do prosseguimento do processo contra Temer e seus ministros. Para o deputado, não se trata de "cassar por cassar", mas, sim, permitir que ninguém no País fique "acima da lei". "Por que não investigar o presidente da República? O Brasil está andando sozinho, a economia descolou. Vamos em frente", afirmou.

Como revelou o Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) na semana passada, o Palácio do Planalto havia mapeado os votos contrários aos governos na CCJ entre os partidos da base aliada. Os alvos do Planalto eram Jorginho e Expedito Netto (PSD-RO), este último ainda titular na CCJ. Ambos votaram a favor da primeira denúncia contra Temer por corrupção passiva. A vaga de titular de Jorginho foi repassada ao delegado Edson Moreira (PR-MG).

Troca-troca

Desde a chegada da nova denúncia contra Temer, a base governista promoveu três mudanças na CCJ com o objetivo de manter maioria contra o andamento do pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Além da saída de Jorginho, o PTB tirou Nelson Marquezelli (SP) da suplência e o pôs na vaga de titular. Marquezelli votou com o governo na primeira denúncia. O Avante colocou Luís Tibé (MG) numa vaga de titular do PP que estava ociosa. Tibé também ajudou a enterrar a denúncia contra Temer no plenário.

Uma quarta mudança na composição da comissão não trouxe alterações relevantes na contabilidade do governo. O PSDB tirou o deputado João Gualberto (BA) da suplência e o colocou como titular na comissão. Gualberto foi para a vaga de Jutahy Júnior (BA), que ocupa agora a suplência. Como ambos votaram a favor do prosseguimento da primeira denúncia contra Temer, a inversão de papéis não mudou a perspectiva de votos do tucanato no colegiado.

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