Brasil

CCJ deve votar parecer para acelerar cassação de Delcídio

Parlamentares de diversos partidos teriam feito um pacto para acelerar o processo de cassação do senador


	Bancada vazia de Delcídio do Amaral: senador pediu licença de 100 dias, mas pedido deve ser negado para acelerar processo contra ele.
 (Antônio Cruz/ Agência Brasil)

Bancada vazia de Delcídio do Amaral: senador pediu licença de 100 dias, mas pedido deve ser negado para acelerar processo contra ele. (Antônio Cruz/ Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2016 às 11h44.

Brasília - O senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) apresentou na manhã desta quarta-feira, 4, um pedido de licença de 100 dias para tratar de assuntos particulares.

O pedido foi protocolado na Secretaria-Geral da Mesa do Senado às 8h28 no dia em que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) vai avaliar se o parecer aprovado nesta terça pelo Conselho de Ética pedindo a cassação de Delcídio respeitou os preceitos legais e constitucionais.

Reportagem da edição de hoje do jornal O Estado de S. Paulo revelou que uma articulação de bastidores empreendida pela cúpula do PMDB do Senado, com apoio de petistas e oposicionistas, pretende acelerar o processo de cassação do ex-líder do governo Dilma Rousseff no Senado.

A intenção é, após o caso passar pelo Conselho de Ética, adotar uma espécie de rito sumário na votação do pedido contra Delcídio.

O presidente da CCJ do Senado, o peemedebista José Maranhão (PB), convocou uma reunião extraordinária do colegiado para esta manhã a fim de avaliar se o parecer sobre Delcídio no Conselho de Ética seguiu as formalidades previstas.

No início da noite de terça, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), recém-saído do PMDB, foi designado relator. Em parecer apresentado à CCJ nesta manhã, o tucano afirmou que o processo de perda de mandato do ex-petista no Conselho respeitou os preceitos legais.

Ferraço disse que o pedido de licença de Delcídio tem por objetivo procrastinar um eventual julgamento em plenário. "Não observei, por parte do Conselho de Ética, qualquer tipo de violação", afirmou o tucano.

"Foi dado todo o direito de defesa. Ele que não quis", completou o senador, lembrando que, em várias ocasiões, o colegiado aguardou Delcídio para que apresentasse sua defesa pessoalmente, sem sucesso. Mesmo assim, disse, Delcídio apresentou defesa por escrito.

A ação de peemedebistas visa a aprovar o parecer de Ferraço - que ainda não foi sequer apresentado oficialmente - na CCJ e em seguida tentar apreciar em votação aberta no plenário a cassação do ex-líder do governo nesta tarde.

Para isso ocorrer, será preciso, além da votação do parecer, que a CCJ quebre prazos regimentais.

Se não for possível, a intenção é votar a cassação do ex-petista antes da próxima quarta-feira, 11, data em que o Senado deverá votar em plenário o afastamento de Dilma Rousseff.

O movimento suprapartidário para acelerar o processo contra o ex-petista ocorre após o caso envolvendo Delcídio ficar um mês paralisado no Conselho de Ética da Casa.

Ele ganhou impulso desde que o senador acusou importantes quadros de PMDB, PT e PSDB em delação premiada, o que lhe permitiu deixar a prisão preventiva.

Estão na lista o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); o presidente em exercício do PMDB e cotado para assumir o Ministério do Planejamento em um eventual governo Michel Temer, Romero Jucá (RR); os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Edison Lobão (PMDB-MA); o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG); a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Acompanhe tudo sobre:Delcídio do AmaralPolítica no BrasilSenado

Mais de Brasil

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas