Decisão sobre troca na PF é de Moro, diz porta-voz
Após impasse entre Bolsonaro e Moro, o delegado Valeixo já teria sido informado pelo próprio ministro que não será substituído pelo menos por enquanto
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de setembro de 2019 às 20h53.
O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou nesta quarta-feira, 18, que decisões sobre a troca de comando da Polícia Federal cabem ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro . Rêgo Barros, no entanto, disse que a PF está "sendo bem conduzida" pelo seu diretor-geral, o delegado Maurício Valeixo.
Após impasse entre Bolsonaro e Moro, o delegado Valeixo já teria sido informado pelo próprio ministro que não será substituído pelo menos por enquanto. A saída do delegado era dada como certa internamente na PF após o presidente Bolsonaro ter declarado, no mês passado, que poderia trocar a direção do órgão. Sua permanência é considerada uma vitória de Moro.
"O presidente me deixou claro o seguinte ponto: diretamente nunca fez nenhum tipo de restrição ao doutor Valeixo, reconhece o seu trabalho e reforça que decisões sobre a Polícia Federal são de responsabilidade do ministro Moro", disse Rêgo Barros.
Reunião sobre clima
O porta-voz negou que a ONU tenha vetado o discurso do Brasil na Cúpula do Clima. "Nesta reunião, que é reunião onde participam chefes de Estado, especialmente nesta reunião, o Brasil não está participando", disse Rêgo Barros.
Em nota, o Itamaraty afirmou que "a Carta da ONU não prevê mecanismo de veto da organização a discursos de Estados-membros em conferências multilaterais, que contam com regras específicas de participação". A pasta argumentou que apenas chefes de Estado ou de governo discursarão, conforme regras da organização da reunião. O Brasil será representado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, "e por esse critério não foi incluído nas primeiras versões da lista provisória de oradores", diz o Itamaraty.
Imposto
Rêgo Barros disse "desconhecer" a posição de Guedes sobre o imposto sobre transações financeiras. "A posição do presidente é de não desejar ver esse imposto ser tocado adiante. (Bolsonaro) Já disse isso algumas vezes, e reafirmo agora", afirmou o porta-voz.