Arruda: defesa solicita liminar para suspender efeitos da condenação por improbidade (Elza Fiúza/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2014 às 16h38.
Brasília - A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deverá analisar se há prevenção (ou seja, indicação automática) do relator para julgar novos processos sobre os mesmos fatos, mesmo que o ministro tenha sido vencido em julgamento anterior.
Essa questão afeta diretamente os réus na Operação Caixa de Pandora, que revelou o esquema conhecido como "Mensalão do DEM".
Ou seja, essa decisão afeta o ex-governador e candidato do PR ao Governo do Distrito Federal (GDF) José Roberto Arruda.
O caso será analisado a pedido do Ministério Público Federal.
Ontem (10), os ministros da Primeira Seção acolheram pedido do subprocurador geral da República Moacir Guimarães Moraes Filho para submeter o tema da prevenção à Corte Especial, por se tratar de uma questão que poderá afetar julgamentos em diferentes Seções e Turmas.
A próxima sessão da Corte Especial está marcada para o dia 17 de setembro, mas ainda não há confirmação se a questão será apreciada pelos ministros nessa data.
A Corte Especial é o órgão julgador máximo do STJ e é composto pelos 15 ministros mais antigos do tribunal.
O STJ destaca que a decisão é fundamental para Arruda porque ele aguarda decisão em medida cautelar distribuída por prevenção ao ministro Napoleão Nunes Maia Filho.
Nessa medida cautelar, a defesa do candidato solicita liminar para suspender os efeitos da condenação por improbidade, que tornou Arruda "ficha suja" e, por consequência, inelegível, até que o recurso especial seja analisado pelo STJ.
A questão da perda da prevenção foi levantada pelo próprio ministro Napoleão, durante julgamento na Primeira Turma, na última terça-feira (9). Este recurso especial de Arruda foi distribuído ao ministro Napoleão por prevenção.
Isso porque em julgamento de recurso de outro réu na Operação Caixa de Pandora (o ex-deputado Leonardo Prudente), foi Napoleão quem proferiu o voto vencedor, sobrepondo a posição do então relator originário, ministro Ari Pargendler.
No julgamento do recurso de Arruda desta semana, entretanto, a posição do ministro Napoleão ficou vencida, e pela regra do Regimento Interno do STJ, assume a relatoria o ministro relator para o acórdão, no caso, Benedito Gonçalves.
Caso a Corte Especial decida que não há mais prevenção do relator vencido, a liminar de Arruda deverá ser decida pelo ministro Benedito Gonçalves.
Napoleão entende que a decisão da Corte Especial definirá quem será o relator para os futuros casos que chegarem ao STJ sobre a Operação Caixa de Pandora.
"Há, neste momento, pedidos urgentes no meu gabinete com relação à Operação Caixa de Pandora", disse o ministro, conforme informa o STJ.