Às vésperas da eleição, brasileiro ainda fala pouco sobre o tema nas redes, mostra levantamento
Entre o público classificado como "não militante", eleições responderam por menos de 10% das postagens na primeira quinzena de julho, segundo a .MAP
Carolina Riveira
Publicado em 22 de julho de 2022 às 18h43.
Última atualização em 22 de julho de 2022 às 18h50.
A menos de três meses das eleições brasileiras de outubro, o público brasileiro na internet ainda comenta pouco sobre as candidaturas e o pleito oficialmente.
Levantamento da consultoria .MAP sobre as publicações nas redes sociais na primeira quinzena de julho mostra que, entre o público considerado “não militante”, postagens diretamente ligadas às eleições 2022 tiveram só 8% de participação, segundo a consultoria.
Por outro lado, dominaram o debate nesse grupo os temas sociais, racismo e segurança — assuntos que, ainda que políticos na prática, não estão diretamente associados às eleições.
O levantamento é resultado da avaliação qualitativa amostral da .MAP, em um universo de posts no Facebook e Twitter entre 5 e 18 de julho.
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Dentre os grupos temáticos analisados pela consultoria nos perfis não militantes, as eleições ficaram atrás de dois grandes temas que lideraram no período: “pluralidade” e “segurança pública”.
No primeiro grupo, em especial o racismo (com 98% das postagens classificadas como “de apoio”) se destacou. Dentre outros fatores, o tema aparece em uma quinzena em que o podcast “A mulher da Casa Abandonada”, do jornalista Chico Felitti para a Folha de S. Paulo, ganhou ampla repercussão no Twitter.
Já o grupo temático de segurança pública esteve entre os mais comentados puxado por relatos de roubos nas redes e por casos de crimes com repercussão nacional. Foram comentados sobretudo o crime de estupro cometido pelo anestesista Giovanni Quintella durante um parto e o assassinato do petista Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu (PR). O levantamento aponta que os três assuntos tiveram “condenação quase unânime” dos usuários nas postagens.
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Na discussão de segurança pública que dominou o período, a esquerda foi mais atuante: o crime contra Arruda e o estupro cometido por Quintella foram a pauta da vez nos perfis alinhados a esse campo na análise da .MAP, enquanto pouco foram comentados pelos perfis à direita.
Em linha com o grupo não militante, o caso de estupro respondeu, sozinho, por 51,20% das postagens da esquerda, enquanto o assassinato de Arruda teve outros 37% do total.
Os perfis classificados como de direita na análise, bolsonaristas ou não, evitaram a discussão, segundo a .MAP.
Embora parte dos temas não seja diretamente ligado a eleições, Marília Stábile, diretora geral da .MAP, aponta que “o momento é crucial” para as candidaturas se posicionarem nas redes em meio ao período de oficialização dos candidatos.
Os dados da quinzena, para Stábile, mostram que a agenda social é prioridade para a opinião pública não militante, que detém 24% de participação no debate nas redes, segundo a .MAP.
A eleição ainda não entrou no dia-dia do público geral, mas, com a temporada de candidaturas a partir desta semana, a caça aos corações e mentes será cada vez mais ativa — seja qual for o assunto da vez.
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