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Datena afirma que candidatura a prefeito de SP não é mais "prioridade"

Para disputar as eleições municipais, Datena teria de deixar a TV até 30 de junho

Datena: "Estou vendo que meu papel como jornalista está sendo importante para ajudar as pessoas. Eu não sei se seria o momento de parar agora" (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

Datena: "Estou vendo que meu papel como jornalista está sendo importante para ajudar as pessoas. Eu não sei se seria o momento de parar agora" (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de abril de 2020 às 09h49.

Última atualização em 9 de abril de 2020 às 09h51.

Pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo MDB, o apresentador José Luiz Datena afirmou que, mais uma vez, pode desistir de uma disputa eleitoral. O motivo agora, segundo ele, é a pandemia do coronavírus.

O apresentador disse que, diante das mortes e da crise econômica, a eleição não é mais sua prioridade e que seu papel como jornalista tem sido mais importante para ajudar as pessoas.

"Eu já estava em dúvida, mas, agora, (a eleição) não é minha prioridade. Eu não sei o que te dizer, o que te responder. Estou vendo tanta gente morrer, tanta gente passando fome, que não é minha prioridade. Estou vendo que meu papel como jornalista está sendo importante para ajudar as pessoas. Eu não sei se seria o momento de parar agora", disse o apresentador à reportagem, por telefone.

Desde o aumento de casos da covid-19, seus programas na rádio e na TV Bandeirantes têm recebido autoridades do governo para falar sobre a pandemia. O presidente Jair Bolsonaro concedeu quatro entrevistas a Datena: uma no programa de rádio e outras três no programa de TV Brasil Urgente - a última foi ontem à noite.

O presidente sonhava em ver o jornalista como seu candidato à Prefeitura de São Paulo, mas, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo em fevereiro, Datena declarou que tinha liberado Bolsonaro de apoiá-lo e que não precisava estar alinhado politicamente a ele.

Para disputar as eleições municipais, Datena tem de deixar os programas até 30 de junho. Na cobertura do coronavírus, ele tem ficado até seis horas no ar. "Acho que estou ajudando com meu papel de jornalista levando a informação. Nem faço mais cobertura policial. É só política e a cobertura do coronavírus", disse, acrescentando que não mantém contato com o presidente fora do ar.

O apresentador admitiu ainda que pode adiar a entrada na vida política para concorrer ao Senado em 2022, que era sua pretensão inicial ao se filiar ao MDB. "Hoje não me faria falta a eleição. Sei lá, talvez eu aguarde mais tarde para o Senado, o que eu sempre quis", afirmou.

Apesar disso, o jornalista disse não ter tomado uma decisão sobre a Prefeitura. Por causa da pandemia, afirmou, todas as conversas sobre possíveis alianças estão suspensas. A possibilidade de sair como vice na chapa do prefeito Bruno Covas (PSDB) também não avançou.

"Nós não falamos mais sobre isso. Ninguém falou comigo sobre aliança. Se eu tiver que sair (candidato), sairia a prefeito mesmo pelo MDB. Mas não estou pensando nisso. E tenho a impressão de que o prefeito (Covas) também não, porque ele está enfrentando uma pandemia", disse o apresentador.

Fundo

Datena defendeu a transferência do valor do fundo eleitoral, cerca de R$ 2 bilhões, para ajudar no enfrentamento ao coronavírus.

"Os políticos deveriam pensar em abrir mão do fundo eleitoral. Reduz para R$ 1 bilhão ou o mínimo possível. Se for ter eleição, eu sou favorável de o cara fazer a campanha com telefone celular. Não dá para gastar um dinheirão com eleição num país que com certeza ficará com cicatrizes depois dessa pandemia."

O apresentador tem um histórico de desistências de candidaturas. Em 2016, então filiado pelo PP, desistiu de concorrer à Prefeitura de São Paulo. Em 2018, voltou atrás após se lançar ao Senado pelo DEM. Ao assinar a ficha de ingresso no MDB, em 4 de março, em Brasília, disse que dificilmente não sairia candidato.

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