Curtas - uma seleção do mais importante no Brasil e no mundo
O primeiro debate das eleições 2018 ocorreu ontem, na TV Bandeirantes, e foi o primeiro desde a redemocratização sem um integrante do PT
EXAME Hoje
Publicado em 10 de agosto de 2018 às 07h21.
Última atualização em 10 de agosto de 2018 às 07h22.
O debate presidencial
Durou mais de três horas o primeiro debate das eleições 2018 com os oito candidatos à presidência da República na TV Bandeirantes, em São Paulo.
Participaram Álvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT).
Os candidatos responderam questões sobre o déficit fiscal do país, corrupção, aborto e programas sociais, entre outros temas.
“O debate foi previsível e deu o tom que pautará toda a campanha. Fora o aspecto folclórico, o debate programático ficou entre Alckmin e Ciro: de um lado a defesa das reformas e do outro o desenvolvimentismo de traço populista”, avalia o cientista político Fernando Schüler.
No primeiro bloco, houve embate entre Guilherme Boulos e Bolsonaro. O candidato do PSOL atacou o parlamentar e o chamou de racista, machista e homofóbico. Em seguida, a candidata Marina Silva (Rede) atacou a aliança do candidato Geraldo Alckmin (PSDB) com os partidos do chamado Centrão. O tucano criticou a vida partidária da ex-ministra e disse que há ótimas pessoas “em todos os partidos”.
Quando o assunto foi a reforma trabalhista, aprovada no ano passado, a divergência foi entre os candidatos Ciro Gomes e Geraldo Alckmin. Ciro questionou o ex-governador se ele iria manter a reforma que, na avaliação do ex-ministro, introduziu insegurança jurídica no país. O tucano defendeu a reforma e a classificou como um avanço.
Durante as discussões, Cabo Daciolo pediu a inclusão do seu nome nas pesquisas de intenção de voto e defendeu a mudança no formato de votação do País – para o candidato do Podemos, há fraude nas urnas eletrônicas.
Esse foi o primeiro debate, desde a redemocratização, sem a presença de um representante do Partido dos Trabalhadores (PT). Os únicos petistas presentes na plateia foram o tesoureiro do PT, Emídio Souza, e o advogado Marco Aurélio Carvalho. Veja os bastidores do debate.
Recorde da violência
O Brasil atingiu em 2017 o maior número de mortes violentas intencionais, como homicídios e latrocínios, da sua história, segundo dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, nesta quinta. Foram 63.880 vítimas, o equivalente a 175 mortos por dia, 7 por hora. A taxa de mortes por 100.000 habitantes atingiu a marca de 30,8. O Rio Grande do Norte assumiu a liderança entre os estados mais violentos do país, com uma taxa de 68 por 100.000 habitantes, seguido pelo Acre (63,9) e Ceará (59,1). As menores taxas foram constatadas em São Paulo (10,7), Santa Catarina (16,5) e Distrito Federal (18,2). Outros crimes também registraram alta. As mortes decorrentes de ações policiais chegaram a 5.100, crescimento de 20% em relação a 2016. No período, 367 policiais foram mortos, queda de 4,9%.
164 estupros por dia
Ainda segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número de estupros no país cresceu 8,4% em relação a 2016, chegando a 60.018 estupros —164 casos por dia. O órgão também captou, pela primeira vez, dados sobre crimes enquadrados na Lei Maria da Penha. Foram 221.238 casos do tipo registrados, um total de 606 por dia. Mas, segundo especialistas do Fórum, ambos números devem ser maiores, dado que muitas vezes as vítimas não denunciam esses crimes. Ainda assim, a quantidade é considerada alarmante e pede a implementação de políticas específicas, como treinamento adequado de policiais que atuam em delegacias especializadas em atendimento à mulher.
Fim da pesquisa?
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) poderá perder mais um terço dos recursos em 2019, segundo a proposta orçamentária em discussão. Nesse caso, para não cortar bolsas, o órgão terá de praticamente zerar investimentos em pesquisa. Pela proposta inicial, o orçamento do CNPq – principal agência de fomento à pesquisa científica no País – cairia de 1,2 bilhão de reais para 800 milhões; uma redução de 33%. “É um valor inaceitável”, disse ao jornal O Estado de S.Paulo, com exclusividade, o presidente do conselho, Mario Neto Borges. Só as bolsas atuais já custam mais do que isso: cerca de R$ 900 milhões. O CNPq paga atualmente cerca 80.000 bolsistas, em sua maioria jovens pesquisadores que formam a base da pirâmide de ciência e tecnologia no Brasil.
Dinheiro tem
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) afirmou que os desinvestimentos em participações em empresas já somam cerca de 6 bilhões de reais neste ano. Segundo a diretora de investimentos do banco, Eliane Lustosa, o BNDES tem mais 8,5 bilhões de reais a receber da operação de união entre a Suzano Papel e Celulose e Fibria Celulose, que ainda está em análise por autoridades reguladoras, e que a carteira do banco ainda está muito concentrada em participações em grandes empresas, mas a ideia é diversificá-la. “Estamos num processo de venda aos poucos por que ninguém vai rasgar dinheiro, mas temos 1,8 bilhão de reais em 37 fundos de investimento e num total de 300 empresas ao todo”, afirmou.
Tudo nosso
O presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, afirmou, nesta sexta-feira, que todos os funcionários do Banco do Brasil serão acionistas da empresa. Atualmente, todos os 98.416 funcionários da ativa do banco ganharam três ações do BB. A novidade na remuneração dos servidores é parte de um plano de incentivo de resultados e representa de mais 9,6 milhões de reais em ações. Em entrevista exclusiva a VOCÊ S/A, Caffarelli ainda afirmou que o mote da empresa será que “o cliente é atendido pelo dono”. A ação ficará custodiada pelo BB sob o CPF do servidor. Além disso, sua participação nas ações do banco pode aumentar ao longo dos anos, já que os servidores receberão metade do bônus semestral (por meio do Plano de Desempenho Gratificado – PDG – premiação vinculada ao resultado e ao desempenho dos funcionários participantes) em ações do banco.
Discussão continua
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, afirmou, nesta quinta-feira (9), que o debate sobre o aborto vai continuar no país. O comentário ocorreu pouco depois que o Senado rejeitou um projeto para legalizar o aborto até 14 semanas de gestação, além de garantir o aborto legal, seguro e gratuito no país. O projeto já tinha sido aprovado pela Câmera dos Deputados em junho. Foram 38 votos contra e 31 a favor no Senado. Em entrevista coletiva, Macri afirmou que o aborto já é uma realidade no país e que é necessário “continuar trabalhando para que todas essas mulheres realmente tenham a possibilidade de escolher”. Além disso, para fazer frente ao elevado número de abortos clandestinos – 354.627 ao ano, segundo o Ministério da Saúde – o presidente considerou “muito importante” continuar trabalhando em uma formação integral dos professores das escolas que inclua “o capítulo da educação sexual”. Macri também insistiu na necessidade de distribuir métodos anticoncepcionais de longa duração no país.
Sanções à Rússia
O governo da Rússia afirmou que a nova rodada de sanções dos Estados Unidos é ilegal, e que por isso considera tomar ações retaliatórias. Na quarta-feira, o Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmou que vai adotar novas sanções até o final do mês depois de concluir que Moscou usou um agente nervoso contra um ex-espião duplo russo, Sergei Skripal, e sua filha, Yulia, no Reino Unido. O anúncio fez com que o rublo sofresse sua pior queda em dois anos, desencadeando uma liquidação ainda maior de ativos devido aos temores de que Moscou esteja presa em uma espiral de punições ocidentais sem fim. Segundo o Ministério das Relações Exteriores do país, as sanções são inamistosas e a medida americana se choca com o “clima construtivo” do encontro do presidente Donald Trump e Vladimir Putin em Helsinque, no mês passado. Por isso, o país planeja responder com outras sanções “no mesmo espírito” de qualquer restrição que vier a ser imposta pelo país americano.
Ataques no Iêmen
Ataques aéreos da coalizão liderada pela Arábia Saudita realizados nesta quinta-feira mataram dezenas de pessoas, inclusive crianças que viajavam em um ônibus, na província iemenita de Saada. Segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), o ataque atingiu o ônibus que levava crianças a um mercado de Dahyan, na região norte de Saada, estimando que 50 pessoas tenham morrido, e 61 ficaram feridas. A maioria dos feridos tem menos de 10 anos de idade. Segundo a coalizão, os aviões seguiam para um combate contra o grupo houthi, na cidade industrial Jizan. O Iêmen está em guerra civil desde 2014. Mais de 10.000 pessoas morreram desde o início do conflito.