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ÀS SETE - A terça-feira foi marcada por diversas reviravoltas no Brasil: desde o encontro de R$ 51 milhões de Geddel, até a denúncia contra Lula e Dilma

Fortuna de Geddel: o trabalho de contagem durou mais de 14 horas e utilizou sete máquinas (Polícia Federal/Divulgação)

Fortuna de Geddel: o trabalho de contagem durou mais de 14 horas e utilizou sete máquinas (Polícia Federal/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2017 às 05h32.

Última atualização em 6 de setembro de 2017 às 07h44.

Fortuna de Geddel chega a 51 milhões de reais

A Polícia Federal conclui a contagem do dinheiro apreendido em um apartamento que seria utilizado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), em Salvador, e chegou à incrível quantia de 51 milhões de reais, sendo 42,6 milhões em notas de real e outros 2,7 milhões de dólares.

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O trabalho de contagem durou mais de 14 horas e utilizou sete máquinas. Segundo a polícia, é a maior apreensão de dinheiro da história. De acordo com nota da PF, o apartamento onde foram encontradas pelo menos oito malas e cinco caixas com notas foi localizado com base em informações coletadas nas fases anteriores da operação Cui Bono?, que investiga o pagamento de propinas em troca de facilitação de empréstimos pela Caixa Econômica Federal.

Ex-ministro do governo de Michel Temer, Geddel foi preso em 3 de julho, acusado de tentar pressionar o doleiro Lúcio Funaro para evitar que ele fizesse uma delação premiada. Geddel é acusado de intermediar a facilitação de crédito para empresas na Caixa quando era diretor de pessoa jurídica do banco. O ex-ministro foi solto dez dias depois para cumprir prisão domiciliar e continua em sua casa, em Salvador.

Janot denuncia Lula e Dilma

A Procuradoria-Geral da República ofereceu nesta terça-feira denúncia por formação de organização criminosa contra os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, por crimes praticados contra a Petrobras no período entre 2002 e 2016.

Também foram denunciados os ex-ministros Antonio Palocci, Guido Mantega, Edinho Silva, Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo, além do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que está preso pela Operação Lava-Jato.

Segundo o procurador-geral, os denunciados “integraram e estruturaram uma organização criminosa com atuação durante o período em que Lula e Dilma Rousseff sucessivamente titularizaram a Presidência da República, para cometimento de uma miríade de delitos, em especial contra a administração pública em geral”.

Segundo a denúncia, o esquema petista chega 1,485 bilhão de reais, além de ter contribuído para que o PP desviasse 391 milhões, o PMDB do Senado, 864 milhões, e o PMDB da Câmara, 350 milhões.

O Supremo reage

A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, disse que o áudio de uma conversa entre o empresário Joesley Batista e o executivo Ricardo Saud, ambos da JBS, é uma agressão inédita à dignidade da Corte.

Ela enviou ofícios ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, e ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedindo uma investigação urgente para apurar os fatos citados. Pelo menos quatro ministros do Supremo — Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Edson Fachin e Cármen Lúcia — são mencionados na gravação da conversa de Joesley e Saud.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, pelo menos três ministros defendem o cancelamento imediato da delação premiada da empresa, firmado em maio com o Ministério Público Federal.

Delação de Funaro é homologada

O ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo, homologou a delação do doleiro Lúcio Funaro. Ele é tido como operador do PMDB no esquema de corrupção e, justamente por isso, seria a delação que poderia complicar a vida do presidente Michel Temer.

Ao ser perguntado sobre o assunto na semana passada, Temer disse ter preocupação “zero” com o assunto. “Temor nenhum. Nem o conheço.

Se eu conheço, conheço de pessoas que vem perto, cumprimentar, mas não tenho nenhuma relação”, ressaltou. No final de semana, a jornalista Andreia Sadi, da GloboNews, divulgou que o presidente encontrou com Funaro em um hangar do aeroporto de Congonhas.

A defesa de Temer admitiu que o encontro “pode ter acontecido”. O ex-deputado Eduardo Cunha também estaria no encontro, mas nega. Ele tinha interesse em fechar delação premiada, mas o acordo de Funaro deixaria sua contribuição menos importante.

CPMI da JBS

O Congresso Nacional instalou, na tarde desta terça-feira, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS para investigar o acordo de delação entre os executivos da empresa de frigoríficos, os irmãos Batista, e o Ministério Público Federal (MPF), entre outros assuntos.

O primeiro ato da CPMI foi eleger os senadores Ataídes Oliveira (PSDB-TO) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) como presidente e vice-presidente da comissão, respectivamente. Em seu primeiro discurso, Ataídes rechaçou qualquer questionamento sobre a CPMI ter como objetivo retaliar autoridades do Judiciário.

Apesar disso, o presidente da CPMI aproveitou para destacar a necessidade de averiguar o “polêmico” acordo de delação estabelecido entre os executivos da JBS e o MPF, por meio do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Lava-Jato chega à Olimpíada

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) realizam operação nesta terça-feira para investigar um esquema de compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Batizada de “Unfair Play”, a operação tem como objetivo um esquema de pagamento de propina em troca da contratação de empresas terceirizadas pelo governo do Rio de Janeiro.

Estão sendo cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu (RJ) e em Paris, na França. A operação envolve uma cooperação internacional com a França e com os Estados Unidos.

Um dos alvos de busca e apreensão é o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, investigado por suposto pagamento de propina de 1,5 milhão de dólares. O dinheiro teria sido intermediado por Arthur Soares, conhecido como “Rei Arthur”, braço direito do ex-governador Sergio Cabral.

Maia assina acordo com o RJ

Em seu último dia no exercício da Presidência da República, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, agradeceu ao presidente Michel Temer a “honra” que ele recebe com a interinidade ao poder sancionar projetos, como o da recuperação fiscal do Rio, que foi homologado nesta terça-feira à tarde em cerimônia no Palácio do Planalto.

“Só tenho a agradecer, quando eu fico na interinidade, a oportunidade que me dá de poder participar do governo e tomar decisões que entram para o história do Brasil e para minha história política”, disse.

“Queria agradecer ao presidente Michel Temer a humildade de transferir para mim a possibilidade de sancionar um projeto que todos sabem que é muito importante, que tem um impacto político importante, então, a humildade do presidente de transferir esse momento à minha pessoa. É um gesto de grandeza dele claro comigo e também com o Congresso Nacional”, disse Maia.

O presidente da Câmara, que é carioca, não segurou as lágrimas ao assinar o projeto que ajudará nas finanças do estado.

Produção industrial cresce

A produção industrial subiu 0,8% em julho em comparação com o mês anterior e chegou ao maior nível desde outubro de 2015. O resultado de julho também representa o quarto mês seguido de alta, segundo dados do IBGE divulgados nesta terça-feira.

Na comparação com julho do ano anterior, a alta de 2,5% na produção foi o melhor resultado para o mês desde 2013, quando cresceu 3,4%.

“Você claramente tem uma melhora recente no ritmo de produção industrial, mas as perdas do passado ainda são muito significativas. A produção ainda está 17,2% abaixo do pico alcançado em junho de 2013”, disse André Macedo, gerente da coordenação do IBGE.

Bolsa nos 73.000? Ainda não

O Ibovespa chegou a subir 1,45%, chegando aos 73.180 pontos, durante a manhã desta terça-feira, o maior patamar desde 2008. O motivo da abertura seria a percepção dos investidores de que o governo Temer sairia fortalecido de uma nova denúncia da Procuradoria-Geral.

Durante a tarde, após a abertura dos mercados americanos, o índice brasileiro perdeu forças e fechou o dia com alta de 0,03%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones recuou 1,07%, e o S&P 500, 0,76%, seguindo o cenário de maior tensão global com as ameaças da Coreia do Norte.

Ásia se prepara contra Coreia do Norte

O governo da Coreia do Sul afirmou, nesta terça-feira, que um acordo com os Estados Unidos facilitaria a retaliação contra a Coreia do Norte. No fim da semana passada, a Coreia do Norte lançou um míssil sobre o Japão, despertando novamente a tensão militar entre os países vizinhos.

O novo acordo permitiria a fabricação de mísseis sem peso definido, o que aumentaria o potencial bélico da Coreia do Sul. O país tem se preparado para possíveis retaliações: a marinha sul-coreana iniciou também nesta terça-feira treinos na costa do país. Mas a Coreia do Sul não é o único país a se preparar contra a Coreia do Norte. Mike Pence, vice-presidente dos Estados Unidos, afirmou que o Japão poderá virar um país nuclear rapidamente para se proteger da Coreia do Norte.

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o Japão foi proibido de produzir armamentos nucleares e de recorrer à guerra para resolver conflitos externos.

E mais sanções?

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, concordaram em realizar sanções mais duras contra a Coreia do Norte. Em conversa pelo telefone nesta segunda-feira, os representantes da Alemanha e do Japão afirmaram que o lançamento do míssil norte-coreano sobre o Japão violou a resolução do Conselho de Segurança da ONU e que, por isso, sanções mais duras deveriam ser aplicadas contra o país.

Essa, porém, não é a opinião do presidente russo, Vladimir Putin. Durante o fim de semana, em encontro com membros dos Brics, Putin afirmou que as sanções e as ameaças militares contra a Coreia do Norte só aumentariam o risco de uma “catástrofe planetária”.

Cólera afeta mais de 600.000 no Iêmen

A Organização Mundial da Saúde publicou nesta terça-feira a informação de que 612.703 pessoas foram infectadas pelo cólera no Iêmen. Segundo as informações, as infecções começaram a ocorrer em abril deste ano, e mais de 2.000 pessoas já morreram.

O Iêmen está no extremo sudoeste da Península Arábica e enfrenta, além da epidemia de cólera, uma guerra civil desde 2015. Por causa dos conflitos, mais de 15,7 milhões de pessoas não têm acesso a saneamento básico, o que é considerado um fator para a propagação da bactéria do cólera.

Também nesta terça-feira o Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, pediu uma investigação internacional no Iêmen. Segundo ele, a comissão iemenita não é parcial, e uma comissão internacional contribuiria para uma atuação humanitária mais eficaz no país.

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