CPMI da JBS vai ouvir procurador que criticou Janot
ÀS SETE - Ângelo Goulart Villela, que chegou a ser preso por suspeita de vender informações sigilosas, ficará em frente aos parlamentares nesta quarta-feira
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2017 às 06h13.
Última atualização em 27 de setembro de 2017 às 07h13.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que foi criada para investigar as delações premiadas de executivos da JBS vai ouvir hoje o primeiro dos convocados.
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O procurador Ângelo Goulart Villela, que chegou a ser preso em maio, após os delatores afirmarem que ele teria vendido informações sigilosas sobre investigações contra o grupo pela procuradoria, ficará em frente aos parlamentares para responder perguntas. Villela deveria ter sido ouvido ontem, mas teve seu depoimento adiado.
Como o principal objetivo de boa parte dos parlamentares se tornou esclarecer se as delações foram direcionadas de alguma forma pela procuradoria, Villela, que fora próximo ao ex-procurador-geral Rodrigo Janot, é uma das principais nomes da lista de investigação da CPMI.
Ele disse, em recente entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que Janot tinha pressa com as delações para retirar Temer do poder e impedir a escolha de Raquel Dodge, sua sucessora, para o cargo.
Os parlamentares esperam que Villela tenha mais a entregar sobre os procedimentos internos da PGR. O procurador foi preso acusado de receber 50.000 reais mensais para vazar informações da Operação Greenfield, que investiga o uso de recursos de fundos de pensão de forma irregular.
Villela foi fotografado junto com o advogado Willer Tomaz, que seria o responsável pela intermediação do pagamento. Ele foi solto no início de agosto.
Além de Villela, parlamentares também esperam que o ex-procurador da República Marcello Miller, já convocado pela CPMI, também leve fatos inéditos sobre a PGR. A procuradoria chegou a pedir a prisão de Miller, junto com Joesley Batista e Ricardo Saud, porque eles teriam omitido dados e direcionado a delação entregue.
Além disso, o ex-procurador teria atuado como advogado da JBS por um período em que ainda estava na PGR. Na reunião da CPMI ontem, foi aprovada a quebra de sigilo telefônico de dos executivos, de Miller e do diretor jurídico do Grupo J&F, Francisco de Assis e Silva.