Empresário Carlos Wizard Martins chega ao Senado para prestar depoimento à CPI da Covid (Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Alessandra Azevedo
Publicado em 30 de junho de 2021 às 11h40.
Última atualização em 30 de junho de 2021 às 11h43.
O empresário Carlos Wizard Martins, que depõe neste momento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, avisou, logo no início da sessão, que usará o direito de permanecer calado, garantido por habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é apontado como integrante do “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia.
Wizard foi convocado a depor em 17 de junho, mas não compareceu. Com a justificativa de que estava nos Estados Unidos desde 30 de março, ele sugeriu que fosse ouvido por videoconferência, mas o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), negou o pedido.
O ministro do STF Luís Roberto Barroso concedeu o habeas corpus na noite de quarta-feira, 16, na véspera da data marcada para o primeiro depoimento. Com a medida, ele pode ficar em silêncio e não produzir provas contra si durante o depoimento desta quarta-feira, 30.
No início da sessão, o empresário se apresentou, negou participação em gabinete paralelo e afirmou que não responderia perguntas. O advogado de Wizard, Alberto Toron, reforçou o posicionamento.
A resposta de Wizard às dez primeiras perguntas do relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), foi a mesma: "Respeitosamente me reservo no direito de permanecer em silêncio", disse Wizard. Aziz, então, interrompeu os questionamentos. "É melhor pegar um gravador e botar aqui, não precisa nem abrir a boca", disse.
O empresário continuou respondendo que prefere ficar em silêncio, e Renan continuou fazendo as perguntas. Os senadores concordaram em manter o depoimento. "O depoente tem o direito de permanecer calado, mas poderá e deverá ouvir as perguntas", disse o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).