Brasil

Coronavac: Anvisa libera uso da vacina contra covid-19 para crianças de 3 a 5 anos

De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 104 milhões de doses da Coronavac já foram aplicadas no país

Coronavac: vacina é produzida pelo Instituto Butantan (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)

Coronavac: vacina é produzida pelo Instituto Butantan (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 13 de julho de 2022 às 18h25.

Última atualização em 13 de julho de 2022 às 18h54.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, nesta quarta-feira, 13, o uso emergencial da vacina contra a covid-19 Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a Sinovac, para crianças de 3 a 5 anos, não imunocomprometidas. A decisão foi tomada por unanimidade dos cinco diretores.

O Ministério da Saúde ainda não informou se vai comprar mais imunizantes do Butantan. O esquema liberado é o mesmo para adultos: duas doses, com um intervalo de 28 dias.

A diretora da Anvisa Meiruze Freitas, relatora do processo de autorização, votou a liberação. Para ela, os riscos superam os benefícios de imunizar a população pediátrica. Meiruze se baseou em diversos estudos apresentados pelo Butantan, bem como na avaliação de entidades científicas que pesquisam os usos do imunizante em crianças.

Na avaliação de Gustavo Mendes, gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, que foi feita antes da votação dos diretores, ele defendeu a liberação. "Sugerimos também a realização de estudos que possam identificar a possibilidade de coadministração de outras vacinas pediátricas, o uso da vacina em esquemas alternativos, com doses de reforço e intervalos de doses superiores aos utilizados no estudo", disse. 

No começo do ano, a agência liberou a aplicação da vacina contra a covid-19 para crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos, com exceção dos imunocomprometidos. O pedido, feito do Instituto Butantan, abrangia crianças a partir de 3 anos, mas, segundo o órgão, na ocasião faltavam dados para uma autorização maior.

A Coronavac tem autorização para uso emergencial no país, em pessoas com mais de 18 anos, desde o dia 17 de janeiro deste ano. De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 104 milhões de doses da Coronavac já foram aplicadas, o que corresponde a 22% do total de doses usadas no país. No mundo, mais de 50 países usam o imunizante.

Em maio, Anvisa decidiu prorrogar por um ano a liberação de uso emergencial da Coronavac. A medida foi tomada porque a vacina ainda detém o uso excepcional no Brasil, condicionado à situação de emergência em saúde pública, que terminou no fim de maio. Os demais imunizantes aplicados no país, Pfizer, AstraZeneca e Janssen, já têm o registro definitivo.

LEIA TAMBÉM: Nova variante do coronavírus já deve estar no Brasil, mas vacinas funcionam, diz Gonzalo Vecina

O Butantan pediu, na semana passada, o registro definitivo da Coronavac. De acordo com a Anvisa, a avaliação desse registro será analisado em até 60 dias, mas o processo será mais ágil que o normal, devido a regras diferenciadas para vacinas, medicamentos e outras decisões que envolvem o controle da pandemia de covid-19.

Além da Coronavac, a vacina da Pfizer/BioNtech tem o uso em crianças a partir de 5 anos. Diferentemente da Coronavac, ela tem uma versão pediátrica, com uma dose específica para crianças. Já o imunizante do Butantan é o mesmo usado em adultos, adolescentes e crianças.

LEIA TAMBÉM

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusInstituto ButantanSinovac/Coronavacvacina contra coronavírus

Mais de Brasil

Rodovia de acidente que deixou 22 mortos em Minas Gerais é a mais fatal no país

Verão começa hoje e previsão é de menos chuvas na maior parte do país

Mais de 300 mil imóveis seguem sem luz em São Paulo 12 horas após temporal

Cavaliere, vice eleito do Rio: segurança pública exige coordenação entre União, estado e município