São Paulo – A prefeitura do município de São Paulo pretende alterar o nome de ruas, viadutos, praças e outros logradouros públicos que façam referência a pessoas vinculadas à repressão do regime militar.
O projeto “Ruas de Memória”, lançado na manhã de quinta-feira, quer rebatizar os locais com nomes de pessoas que lutaram em prol da democracia, liberdade e direitos humanos.
É o caso do Viaduto 31 de março, que faz referência à data do golpe militar. Um projeto encaminhado à Câmara Municipal pelo prefeito Fernando Haddad (PT) pede alteração do nome do espaço para viaduto Therezinha Zerbini – ativista que lutou pela anistia durante a ditadura.
No período em que vigorou o regime ditatorial, foram registradas 434 mortes ou desaparecimentos, segundo relatório final da Comissão Nacional da Verdade, que investigou os crimes cometidos entre 1964 e 1985.
"Esse projeto visa celebrar a vida daqueles que se dedicaram à democracia e que lutaram pelas liberdades individuais no nosso país, substituindo o nome daquelas ruas associadas ao período de arbítrio, ao período da violência que reinou no nosso país durante mais de 20 anos”, diz o prefeito.
Até agora, a Secretaria Municipal de Direitos e Humanos e Cidadania já identificou 22 regiões que homenageiam chefes que serviram à repressão. A prefeitura promete que a escolha dos novos nomes das vias residenciais contará com a participação dos moradores da comunidade local.
Conheça um pouco sobre o nome e localização das ruas, praças e viadutos que podem ganhar novos nomes, caso o projeto seja aprovado na Câmara:
[googlemaps https://www.google.com/maps/d/embed?mid=zN_d2D1v-ukU.kBuDl8Xzsl6c&w=640&h=480%5D
Duas regiões não foram localizadas no mapa interativo.
Praça Ministro Alfredo Buzaid, Moema, Zona Sul de São Paulo
O Advogado e professor apoiou o Ato Institucional nº 5, que inaugurou o período mais intenso de repressão. Ele também foi ministro da Justiça de 1969-1974, durante o governo de Médici.
Avenida General Ênio Pimentel da Silveira, Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo
O General teve participação comprovada em casos de tortura, execução e desaparecimento forçado.
-
1. Marginais mais lentas
zoom_out_map
1/9 (Abr)
São Paulo – Quem vive em uma capital perde boa parte de seu tempo com transporte. Seja de carro, ônibus ou metrô, a média de deslocamentos do brasileiro é de 1 hora e 20 minutos por dia, de acordo com pesquisa da
Proteste, feita em oito capitais. Alterações nessa dinâmica costumam mexer bastante com o humor de quem vive na cidade.
Com o argumento de reduzir o número de acidentes fatais nas marginais dos rios Tietê e Pinheiros, a prefeitura de
São Paulo reduziu nesta segunda-feira a velocidade de circulação de 90 para 70 quilômetros por hora nas vias expressas e de 70 para 50 quilômetros por hora nas locais. Em 2014, foram 1.400 feridos e 73 mortos. A ideia é que a medida reduza as ocorrências envolvendo motos e pedestres.
A fiscalização será feita pelos 18 radares fixos que já estão instalados ao longo da pista. De uma ponta a outra da via, o paulistano leva agora mais quatro minutos no trajeto.
Trata-se de uma medida que promete muito protesto e discussão na mesa de bar. Listamos abaixo outros seis temas que mexeram com a vida na metrópole em 2015.
-
2. As ciclovias que cruzam São Paulo
zoom_out_map
2/9 (Fábio Arantes/SECOM)
De janeiro a julho, os
ciclistas paulistanos ganharam 107 quilômetros de ciclovias. No total, já são 346,4 quilômetros de faixas exclusivas de um total de 400 prometidas pela prefeitura até o fim deste ano. A mais marcante das inaugurações foi a da
Avenida Paulista, em
evento que atraiu cerca de 2 mil pessoas para comemorar e pedalar na via. Marca da gestão
Fernando Haddad, as ciclovias têm 66% de aprovação da população, de acordo com a última pesquisa
Datafolha sobre o tema. Em setembro de 2014, eram 80% os que as aprovavam, mas a popularidade levou um baque depois que problemas da falta de planejamento e casos de irregularidades que povoaram a construção das faixas para ciclistas vieram à tona.
-
3. Menos faixas para carros (e mais multas)
zoom_out_map
3/9 (Fábio Arantes/Prefeitura de São Paulo/Divulgação)
Mesmo que a tendência para 2015 seja de queda para o número de
autuações relacionadas ao tráfego de carros nos
corredores de ônibus, o ano de 2014 bateu recorde de multas no estilo. Foram 1,2 milhão de ocorrências do tipo, um número 70% maior que o registrado no ano anterior. Do início da gestão
Haddad até agora, entre ciclovias e corredores de ônibus, os carros perderam cerca de 716 quilômetros de faixas de rolagem — 476 quilômetros se tornaram corredores de ônibus, enquanto 240 quilômetros viraram ciclovias.
-
4. As torneiras secas
zoom_out_map
4/9 (Paulo Fridman/Bloomberg)
“Não falta água em São Paulo. Não vai faltar água em São Paulo.” A frase do então governador e candidato à reeleição,
Geraldo Alckmin, ficou marcada como uma das principais promessas não cumpridas das últimas eleições.
Até julho deste ano, a situação de abastecimento não mudou. Os
reservatórios seguem esperando maior volume de chuvas enquanto muitos bairros atendidos ainda têm as torneiras secas por até 20 horas ao longo do dia.
Usado como grande trunfo para conscientizar a população da necessidade na redução de consumo, o desconto para quem economizasse ao menos 20% em relação à leitura anterior foi mantido.
Acontece que nem diminuindo o consumo, o alívio veio - de fato - para o bolso. Desde janeiro, a
Sabesp realizou um reajuste de 15,24% na conta de água. A medida atinge todos os 359 municípios atendidos pela empresa em todo o estado, o que equivale a mais de 28 milhões de clientes. À época do anúncio dos aumentos, o governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin, usou a elevação dos custos do setor energético para justificar o preço mais salgado da conta de água.
-
5. A conta de luz mais cara
zoom_out_map
5/9 (Marcos Issa/Bloomberg News)
Depois de um longo período de represamento de preços, as tarifas de
energia elétrica foram reajustadas pelo governo federal. Para recuperar o rombo nos cofres de empresas geradoras, distribuidoras e transmissoras, a conta agora está sendo repassada para o consumidor. Nos últimos seis meses, o reajuste real já gira em torno de 50% para todo o Brasil, de acordo com cálculos da consultoria Thymos Energia. Em
São Paulo, a situação é ainda mais crítica. Até junho, os clientes da
AES Eletropaulo já contavam com quase 84% de aumento.
Desde o início do ano, a cobrança é pautada pelo sistema de bandeiras tarifárias, que indica as condições de produção de energia. Com a falta de água nos reservatórios de hidrelétricas e o intenso uso das termoelétricas, mais caras e poluentes, todos os meses vigorou a bandeira vermelha nas contas de energia elétrica pelo país, que eleva em R$ 5,50 o valor cobrado a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
-
6. A explosão dos casos de dengue
zoom_out_map
6/9 (AFP/Getty Images)
Até junho deste ano, ao menos 295 pessoas morreram no estado de São Paulo vítima da
dengue. No Brasil, foram 474 óbitos, de acordo com o último levantamento do
Ministério da Saúde sobre a evolução da
doença. Só na capital, os boletins da prefeitura mostram que a cidade teve, entre 4 de janeiro e 30 de maio, cerca de 87 mil casos confirmados, contra quase 27 mil no mesmo período de 2014. Até mesmo tendas de enfrentamento à doença foram montadas em alguns bairros de
São Paulo para dar conta da demanda de pacientes.
-
7. Um novo perfil de protestos
zoom_out_map
7/9 (REUTERS/Paulo Whitaker)
As trapalhadas na política econômica aliadas às denúncias a empreiteiras e políticos ligados ao governo e base aliada no Congresso nas investigações da
Operação Lava Jato fizeram com que um novo perfil de manifestantes ocupasse a Avenida Paulista. Considerada “elite” e apelidados de “coxinhas”, grupos antigovernistas ganharam projeção e organizaram, no dia 15 de março,
um dos maiores protestos já vistos na cidade. Com estimativas que variam de 220 mil pessoas, segundo o
Datafolha, a 1 milhão de manifestantes, de acordo com cálculos da Polícia Militar. O movimento de pauta variou entre pedidos pelo fim da corrupção, o impeachment da presidente
Dilma Rousseff e até clamores (mais raros) por “intervenção militar”. Em sua segunda edição, o entusiasmo perdeu força e registrou cerca de 680 mil pessoas, segundo a PM, ou 100 mil, de acordo com a projeção do
Datafolha. Mais uma está marcada para o próximo dia 16 de agosto.
-
8. A polêmica em torno do Uber
zoom_out_map
8/9 (Germano Lüders / EXAME)
Paulistanos, agora, não podem mais usar o
Uber. O aplicativo de caronas pagas, que vinha ganhando força por oferecer mais conforto com preços próximos aos cobrados por táxis foi considerado irregular pela prefeitura, que está até apreendendo carros que prestam o serviço.
Apesar de não haver qualquer lei que proíba o uso do aplicativo em
São Paulo, o Departamento de Transportes Públicos considera “clandestino” todo o transporte de passageiros sem a devida autorização. A fiscalização ao transporte clandestino é feita pelo órgão com 105 agentes, 24 horas por dia. Já foram apreendidos 33 veículos de motoristas do
Uber. Por fora, taxistas vêm rachaçando o uso do aplicativo, que consideram como “concorrência desleal”, já que os carros do
Uber não pagam licença para rodar.
-
9. Veja agora a lista de locais mais seguros do Estado
zoom_out_map
9/9 (Divulgação/PMSP)