Câmara decide hoje cassação de Eduardo Cunha; veja rito
No mais longo processo de cassação na Câmara, deputados podem decidir hoje fim do mandato de Eduardo Cunha, que virou um mestre em manobras
Marcelo Ribeiro
Publicado em 12 de setembro de 2016 às 06h00.
Brasília — Os holofotes voltam a se concentrar na Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (12) para acompanhar a sessão que pode determinar a cassação de mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou à presidência da Casa em julho.
Interlocutores do ex-presidente da Câmara garantem que a sessão, que começará às 19h, deve ser longa. Por outro lado, quem se opõe ao peemedebista alega que “o “jogo já está jogado” e que as tentativas de travar a votação serão rapidamente descartadas.
Dez meses após o início da tramitação do processo no Conselho de Ética, a sessão foi marcada para uma segunda-feira, dia da semana em que os parlamentares habitualmente estão em agenda nos seus estados. Por isso, a primeira grande dúvida é se haverá quórum suficiente para que a cassação seja votada.
Quem abre a sessão que colocará em votação o parecer do Conselho de Ética pela perda de mandato de Cunha é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O quórum mínimo para que a sessão seja aberta é de 51 deputados.
Depois disso, o relator do parecer Marcos Rogério (DEM-RO) terá até 25 minutos para fazer a exposição da matéria. O advogado do deputado, Marcelo Nobre, contará com o mesmo tempo para fazer a defesa do cliente. Se comparecer ao plenário, como vem prometendo nos últimos dias, o ex-presidente da Câmara também poderá se defender por 25 minutos.
Na sequência, os parlamentares inscritos poderão falar por até cinco minutos cada um. A lista de inscrição será liberada no início da sessão. Após a discussão, dois deputados de cada parte terão até cinco minutos para argumentar a favor ou contra a perda de mandato de Cunha.
Vale lembrar que questões de ordem para levantar questionamentos sobre o processo poderão ser apresentadas a qualquer momento pelos deputados. Aliados do peemedebista pretendem pedir que seja votado um projeto de resolução no lugar do parecer do Conselho de Ética.
Esse projeto de resolução fatiaria a votação em duas partes, assim como ocorreu no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado. A estratégia tem como objetivo assegurar que Cunha não perca os direitos políticos mesmo que seja cassado. Consultados por EXAME.com, membros da Secretária-Geral da Casa acreditam que recurso será rejeitado por Maia.
Caso o presidente da Câmara rejeite a questão de ordem, caberá recurso, com efeito suspensivo, contra a decisão. Se o recurso for apresentado pelos aliados de Cunha, uma votação simbólica será realizada para que os deputados decidam se o processo deve ser suspenso até que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) se manifeste sobre o assunto. Um terço dos deputados precisa erguer as mãos para que o pedido de suspensão seja votado formalmente.
Se isso ocorrer, a maioria simples dos deputados presentes precisa se manifestar favoravelmente para que o efeito suspensivo seja aprovado. Se for acatado, a votação é suspensa até que o recurso seja analisado pela CCJ. Se não for aprovado, a sessão continuará normalmente. Ainda assim, o recurso será enviado para análise da comissão.
Os líderes partidários também poderão falar por um prazo que varia de três a dez minutos, dependendo do tamanho da bancada que representam.
A última fase da sessão será marcada pela votação do parecer, que será aberta, nominal e eletrônica. Nas últimas semanas, Maia já afirmou que só iniciará a votação com a presença de 420 parlamentares no plenário.
Para que a cassação seja aprovada, pelo menos 257 dos 511 deputados aptos a votar precisam apoiar a perda de mandato de Cunha. O deputado não tem direito ao voto por estar afastado do mandato. Pelo regimento, Maia só vota em caso de empate, o que dificilmente acontecerá. Caso o parecer do Conselho de Ética seja aprovado, Cunha tem o mandato cassado e fica inelegível até 2026.
Brasília — Os holofotes voltam a se concentrar na Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (12) para acompanhar a sessão que pode determinar a cassação de mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou à presidência da Casa em julho.
Interlocutores do ex-presidente da Câmara garantem que a sessão, que começará às 19h, deve ser longa. Por outro lado, quem se opõe ao peemedebista alega que “o “jogo já está jogado” e que as tentativas de travar a votação serão rapidamente descartadas.
Dez meses após o início da tramitação do processo no Conselho de Ética, a sessão foi marcada para uma segunda-feira, dia da semana em que os parlamentares habitualmente estão em agenda nos seus estados. Por isso, a primeira grande dúvida é se haverá quórum suficiente para que a cassação seja votada.
Quem abre a sessão que colocará em votação o parecer do Conselho de Ética pela perda de mandato de Cunha é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O quórum mínimo para que a sessão seja aberta é de 51 deputados.
Depois disso, o relator do parecer Marcos Rogério (DEM-RO) terá até 25 minutos para fazer a exposição da matéria. O advogado do deputado, Marcelo Nobre, contará com o mesmo tempo para fazer a defesa do cliente. Se comparecer ao plenário, como vem prometendo nos últimos dias, o ex-presidente da Câmara também poderá se defender por 25 minutos.
Na sequência, os parlamentares inscritos poderão falar por até cinco minutos cada um. A lista de inscrição será liberada no início da sessão. Após a discussão, dois deputados de cada parte terão até cinco minutos para argumentar a favor ou contra a perda de mandato de Cunha.
Vale lembrar que questões de ordem para levantar questionamentos sobre o processo poderão ser apresentadas a qualquer momento pelos deputados. Aliados do peemedebista pretendem pedir que seja votado um projeto de resolução no lugar do parecer do Conselho de Ética.
Esse projeto de resolução fatiaria a votação em duas partes, assim como ocorreu no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado. A estratégia tem como objetivo assegurar que Cunha não perca os direitos políticos mesmo que seja cassado. Consultados por EXAME.com, membros da Secretária-Geral da Casa acreditam que recurso será rejeitado por Maia.
Caso o presidente da Câmara rejeite a questão de ordem, caberá recurso, com efeito suspensivo, contra a decisão. Se o recurso for apresentado pelos aliados de Cunha, uma votação simbólica será realizada para que os deputados decidam se o processo deve ser suspenso até que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) se manifeste sobre o assunto. Um terço dos deputados precisa erguer as mãos para que o pedido de suspensão seja votado formalmente.
Se isso ocorrer, a maioria simples dos deputados presentes precisa se manifestar favoravelmente para que o efeito suspensivo seja aprovado. Se for acatado, a votação é suspensa até que o recurso seja analisado pela CCJ. Se não for aprovado, a sessão continuará normalmente. Ainda assim, o recurso será enviado para análise da comissão.
Os líderes partidários também poderão falar por um prazo que varia de três a dez minutos, dependendo do tamanho da bancada que representam.
A última fase da sessão será marcada pela votação do parecer, que será aberta, nominal e eletrônica. Nas últimas semanas, Maia já afirmou que só iniciará a votação com a presença de 420 parlamentares no plenário.
Para que a cassação seja aprovada, pelo menos 257 dos 511 deputados aptos a votar precisam apoiar a perda de mandato de Cunha. O deputado não tem direito ao voto por estar afastado do mandato. Pelo regimento, Maia só vota em caso de empate, o que dificilmente acontecerá. Caso o parecer do Conselho de Ética seja aprovado, Cunha tem o mandato cassado e fica inelegível até 2026.