Como cada partido e deputado votou para salvar Temer

São Paulo — Quase sem conseguir quórum suficiente para a votação após uma disputa entre governistas e oposição, a Câmara dos Deputados salvou o presidente Michel Temer de uma investigação mais uma vez.

No total, foram 251 votos favoráveis a arquivar a denúncia, 233 contrários, duas abstenções e 25 ausências.

Temer precisava de ao menos 171 votos para se safar da investigação; a oposição precisava de pelo menos 342 para encaminhar o processo. Em relação à primeira denúncia, Temer perdeu o voto de 12 deputados.

Alguns partidos, da base aliada de Temer, orientaram a bancada pelo voto no Sim: PMDB, PSD, PR, DEM, PRB, PSC, Solidariedade, Avante e PEN. Nem todos os deputados desses partidos obedeceram à ordem. No próprio PMDB, o partido de Temer, seis deputados (entre 61) votaram por investigar o presidente.

Outras siglas orientaram os deputados a votar não: PT, PSB, PDT, Podemos, PCdoB, PPS, PHS, PSOL e Rede. Toda a bancada do PT, de 57 deputados, compareceu à votação e votou não. O PCdoB e a REDE também tiveram fidelidade total. PDT e PSOL tiveram algumas ausências, mas todos os deputados que estavam lá também votaram não.

Por fim, dois partidos liberaram a bancada para votar como quisessem: PSDB e PV. O PSDB, que formalmente é aliado do governo, deu um sinal invertido desta vez: mais da metade da bancada votou contra o presidente Temer.

O PSDB enfrenta uma cisão interna, cada vez mais evidente, entre duas alas: a dos "cabeças pretas", mais jovens, que querem romper com o governo Temer; e a dos "cabeças brancas", dos líderes históricos, que defendem a permanência.

Veja a lista

Veja a seguir a lista de como votou cada deputado da Câmara, dividida por partido. Para consultar os deputados do seu estado, use a ferramenta de busca do seu navegador, ou acesse a lista dividida por estado no site da Câmara.

Os deputados estavam votando de acordo com o parecer da CCJ, que recomendava o arquivamento da denúncia. Portanto, nessa lista, um "sim" foi um voto para salvar Temer, e um "não" foi para investigá-lo.