Comerciantes tradicionais deixam a rua 25 de Março
A estimativa de comerciantes da região é de que mais de dez lojas tradicionais já fecharam as portas nos últimos dois anos para dar lugar a galerias
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2012 às 09h22.
São Paulo - Abdo Schahin, Afonso Kherlakian, Assad Abdala... Os nomes das ruas nos arredores da 25 de Março são de origem árabe, mas estão cada vez mais com jeito de 'Chinatown'. Depois do português, o mandarim e o cantonês são as línguas mais faladas. Galerias lotadas de comerciantes chineses não param de tomar o lugar dos tradicionais armarinhos de libaneses, armênios e turcos.
Descendente de armênios, Fernando Parsequian, de 49 anos, teve de deixar o imóvel onde sua loja, o Depósito Gregório, funcionou por 21 anos. No lugar, o dono do local abriu a Galeria Chinesa, onde dezenas de boxes alugados por no mínimo R$ 3.500 cada garantem, juntos, muito mais do que os R$ 50 mil que Parsequian chegou a pagar. "Minha família trabalhava na região havia mais de 50 anos, mas eu fui expulso pela especulação imobiliária", reclama o comerciante, que mudou para a zona norte.
A estimativa de comerciantes da região é de que mais de dez lojas tradicionais já fecharam as portas nos últimos dois anos para dar lugar a galerias. "O último reajuste do aluguel era de 40%, ficou impossível pagar. Chineses pagam mais e vira 'shoppinho'", diz o comerciante Edson Donizetti, de 46 anos, que transferiu seu Palácio das Bonecas para a zona leste.
Dentro das galerias, os chineses predominam. Na Galeria Chinesa, o gerente do local, Diego Catan, de 30 anos, diz que a convivência é harmoniosa, apesar da dificuldade de comunicação. "Eles são os mais sossegados", garante. A conversa com brasileiros, porém, dificilmente avança além do preço e da suposta qualidade dos produtos. Mesmo os que sabem bem o português, esquivam-se das perguntas. "Falo só um pouquinho. Pergunta para outro", disse um comerciante, ao ser abordado pela reportagem.
Pelos postes e nas paredes das galerias da região de comércio popular mais movimentada do País, já é comum ver anúncios em mandarim. Restaurantes, cabeleireiros e escolas voltadas apenas à comunidade chinesa também têm se multiplicado, assim como os prédios em que praticamente todos os moradores são orientais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - Abdo Schahin, Afonso Kherlakian, Assad Abdala... Os nomes das ruas nos arredores da 25 de Março são de origem árabe, mas estão cada vez mais com jeito de 'Chinatown'. Depois do português, o mandarim e o cantonês são as línguas mais faladas. Galerias lotadas de comerciantes chineses não param de tomar o lugar dos tradicionais armarinhos de libaneses, armênios e turcos.
Descendente de armênios, Fernando Parsequian, de 49 anos, teve de deixar o imóvel onde sua loja, o Depósito Gregório, funcionou por 21 anos. No lugar, o dono do local abriu a Galeria Chinesa, onde dezenas de boxes alugados por no mínimo R$ 3.500 cada garantem, juntos, muito mais do que os R$ 50 mil que Parsequian chegou a pagar. "Minha família trabalhava na região havia mais de 50 anos, mas eu fui expulso pela especulação imobiliária", reclama o comerciante, que mudou para a zona norte.
A estimativa de comerciantes da região é de que mais de dez lojas tradicionais já fecharam as portas nos últimos dois anos para dar lugar a galerias. "O último reajuste do aluguel era de 40%, ficou impossível pagar. Chineses pagam mais e vira 'shoppinho'", diz o comerciante Edson Donizetti, de 46 anos, que transferiu seu Palácio das Bonecas para a zona leste.
Dentro das galerias, os chineses predominam. Na Galeria Chinesa, o gerente do local, Diego Catan, de 30 anos, diz que a convivência é harmoniosa, apesar da dificuldade de comunicação. "Eles são os mais sossegados", garante. A conversa com brasileiros, porém, dificilmente avança além do preço e da suposta qualidade dos produtos. Mesmo os que sabem bem o português, esquivam-se das perguntas. "Falo só um pouquinho. Pergunta para outro", disse um comerciante, ao ser abordado pela reportagem.
Pelos postes e nas paredes das galerias da região de comércio popular mais movimentada do País, já é comum ver anúncios em mandarim. Restaurantes, cabeleireiros e escolas voltadas apenas à comunidade chinesa também têm se multiplicado, assim como os prédios em que praticamente todos os moradores são orientais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.