Brasil

CNI decide ir ao STF contra tabelamento do frete

De acordo com a entidade, peça está em fase final de elaboração e irá questionar a MP que estabeleceu preços mínimos obrigatórios para os fretes

Caminhoneiros: nova versão foi contestada pelos representantes da categoria (Washington Alves/Reuters)

Caminhoneiros: nova versão foi contestada pelos representantes da categoria (Washington Alves/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de junho de 2018 às 15h28.

Brasília - A Confederação Nacional da indústria (CNI) decidiu ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o tabelamento do frete para transporte rodoviário de cargas.

Em nota, a entidade diz que ingressará nos próximos dias com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo.

"O tabelamento é insustentável, porque provoca prejuízos extremamente danosos para a economia, especialmente para o setor produtivo, e para a população", afirma, em nota, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. Ele destaca ainda que a fixação de preços mínimos infringe o princípio da livre-iniciativa e é ineficaz.

De acordo com a CNI, a peça está em fase final de elaboração e irá questionar a Medida Provisória 832/2018, que estabeleceu preços mínimos obrigatórios para os fretes praticados no País.

Para a entidade, a MP é inconstitucional por desrespeitar a livre-iniciativa, a concorrência e os contratos firmados, entre outros pontos, "caracterizando intervenção indevida do Estado na economia".

A tabela de preços mínimos de fretes foi definida para atender a uma das reivindicações dos caminhoneiros, no fim de maio.

Na quinta, o governo chegou a fazer uma mudança na tabela, divulgando uma nova versão, com uma redução média de 20% nos valores em comparação com a primeira tabela, publicada em 30 de maio, atendendo principalmente a um pleito agora do setor produtivo.

No entanto, essa nova versão foi contestada pelos representantes de caminhoneiros e o governo suspendeu sua vigência e negocia com a categoria, durante toda a sexta-feira, uma alternativa.

Impactos

A CNI informa, na nota, que levantamentos feitos pelas associações industriais estimam que, com o tabelamento, os fretes tiveram aumentos médios entre 25% e 65%. Em algumas situações, os custos subiram mais de 100%.

A entidade alerta ainda que os consumidores sentirão no bolso os efeitos da medida, pois ela levará a um aumento de preços, dada a "alta dependência rodoviária do País".

"Uma das razões alegadas pelos caminhoneiros para defender o tabelamento dos fretes é a imprevisibilidade gerada pela política de aumento de combustíveis. Para a CNI, na verdade o estabelecimento de preços mínimos dos fretes gera ainda mais insegurança, uma vez que a medida aumenta os custos de todo o setor produtivo", diz a nota da confederação.

Acompanhe tudo sobre:CaminhoneirosCNI – Confederação Nacional da IndústriaGrevesJustiçaSupremo Tribunal Federal (STF)Transportes

Mais de Brasil

Número de praias impróprias para banho no litoral paulista sobe para 51

Gilmar Mendes, do STF, diz que governo da Venezuela não é democrático

Prefeito de BH, Fuad Noman passa por traqueostomia e está consciente

Exportação de bens de alta tecnologia foi a que mais cresceu entre os setores industriais em 2024