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Chefe de gabinete do ex-ministro do Trabalho é solto

Em depoimento à PF, Bernardo admitiu que recebeu pedidos de informações de Carlos Marun sobre o andamento de registros sindicais

O então chefe de gabinete de Yomura afirmou que não conhece legislações específicas (Wilson Dias/Abril)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de julho de 2018 às 19h54.

Última atualização em 10 de julho de 2018 às 19h58.

Brasília - Preso na terceira fase da Operação Registro Espúrio, na semana passada, o chefe de gabinete do então ministro do Trabalho Helton Yomura, Júlio de Souza Bernardo, foi solto na madrugada desta terça-feira, 10, após o prazo de cinco dias da prisão temporária. A soltura se deu diante da ausência de uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) para converter a prisão em preventiva.

Ex-vereador em Paraíba do Sul (RJ) pelo PTB - partido da deputada federal Cristiane Brasil (RJ), que o indiciou ao cargo no Ministério do Trabalho - Souza Bernardo é conhecido como "Canelinha" e gravou um vídeo após a soltura afirmando que não cometeu qualquer irregularidade.

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Em depoimento à PF na semana passada, o então chefe de gabinete de Yomura admitiu que recebeu pedidos de informações do ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Marun, sobre o andamento de registros sindicais. Canelinha, no entanto, não disse que houve irregularidade ou ilegalidade em relação a pedidos de Marun nem em relação a outros pedidos recebidos. Marun havia repudiado suspeitas da PF e disse que está "sendo enxovalhado por causa de uma safadeza".

No vídeo que gravou após deixar a Polícia Federal , Canelinha afirmou que nunca foi ligado a sindicatos e não conhece legislações específicas e a parte técnica de registros sindicais.

"Tão somente eu demandava algumas ações do Ministério para os demais órgãos, para demais secretarias. Não só com a Secretaria de Relações do Trabalho, mas com outras secretarias e setores em geral. Nós demandávamos documentações no procedimento normal e republicano sem nenhum tipo de pedido para que uma coisa fosse modificada em ordem cronológica. Ainda que fosse feito esse pedido, eu não estaria cometendo o crime; estaria cometendo um ato administrativo. Mas, mesmo assim, nem isso eu fiz", disse.

"Tenho aqui alguns documentos que ainda se tornam sigilosos por a investigação ainda estar acontecendo, mas findada a operação farei questão de apresentar o relatório, apresentar os meus depoimentos e as partes que me tornaram alvo investigado", disse Canelinha.

Procurado, o advogado do investigado não informou que documentos são os citados pelo cliente. Disse também que ainda não foi concedido acesso aos autos pela presidente do Supremo, Cármen Lúcia, responsável atual pelo plantão durante o recesso do tribunal.

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