Brasil

Cerveró liga Lula a empréstimo sob investigação da Lava Jato

Cerveró é o primeiro delator a envolver Lula diretamente na Operação Lava Jato

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: Cerveró é o primeiro delator a envolver Lula diretamente na Operação Lava Jato (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: Cerveró é o primeiro delator a envolver Lula diretamente na Operação Lava Jato (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2016 às 09h01.

Última atualização em 31 de março de 2017 às 14h14.

São Paulo - Em delação premiada, Nestor Cerveró, ex-diretor da áera internacional da Petrobras entre 2003 e 2008, afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lhe indicou ao cargo de diretor da BR Distribuidora em 2008 como agradecimento pelo apoio para quitar um empréstimo de R$ 12 milhões do PT com o Banco Schahin, segundo reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal Folha de S. Paulo.

Cerveró é o primeiro delator a envolver Lula diretamente na Operação Lava Jato.

O empréstimo foi intermediado pelo pecuarista José Carlos Bumlai, que, apesar de não ter envolvido Lula em seu depoimento, admitiu ter realizado o empréstimo com o Banco Schahin em 2004 para quitar dívidas do PT.

De acordo com o jornal, a Polícia Federal considera este empréstimo fraudulento.

Ainda segundo a reportagem da Folha de S. Paulo, Cerveró aceitou contratar, anos depois, a Schahin Engenharia por US$ 1,6 bilhão para a operação do navio-sonda Vitoria 10.000.

Esse contrato pode ter sido uma maneira do PT compensar o grupo pelo dinheiro dado à Bumlai em 2004, diz o jornal. A propina estimada na contratação do navio-sonda é de US$ 25 milhões, de acordo com a reportagem.

O ex-presidente Lula preferiu não fazer comentários sobre o texto da Folha de S. Paulo.

FHC

Cerveró também afirmou que a venda da empresa petrolífera Pérez Companc envolveu uma propina ao Governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) de US$ 100 milhões.

As informações constam de documento apreendido no gabinete do senador Delcídio Amaral (PT/MS), ex-líder do governo no Senado.

Em outubro de 2002, a Petrobras comprou 58,62% das ações da Pérez Companc e 47,1% da Fundação Pérez Companc. Na época, a Pecom, como é conhecida, era a maior empresa petrolífera independente da América Latina. A Petrobras, então sob o comando do presidente Francisco Gros, pagou US$ 1,027 bilhão pela Pérez Companc.

No documento, o ex-diretor citou valores que teriam feito parte da negociação. "Cada diretor da Pérez Companc recebeu US$ 1 milhão como prêmio pela venda da empresa e Oscar Vicente, US$ 6 milhões. Nós juntamos a Pérez Companc com a Petrobras Argentina e criamos a PESA (Petrobras Energia S/A) na Argentina

Em reposta, o ex-presidente FHC afirmou que declarações "vagas como essa, que se referem genericamente a um período no qual eu era presidente e a um ex-presidente da Petrobras já falecido (Francisco Gros), sem especificar pessoas envolvidas, servem apenas para confundir e não trazem elementos que permitam verificação".

Texto atualizado às 7h56 para acréscimo de informações

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCombustíveisCorrupçãoEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEscândalosEstatais brasileirasFraudesIndústria do petróleoIrregularidadesLuiz Inácio Lula da SilvaNestor CerveróOperação Lava JatoPersonalidadesPetrobrasPetróleoPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Ao vivo: Lula faz pronunciamento sobre balanço de 2024

Vai chover no Natal? Defesa Civil de SP cria alerta para o feriado; veja previsão

Acidente em MG: Motorista de carreta envolvida em tragédia se entrega após passar dois dias foragido

Quem é o pastor indígena que foi preso na fronteira com a Argentina