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Caminhões voltam a congestionar acesso ao porto de Santos

As filas, constantes neste ano de safra recorde, foram agravadas por decreto municipal de Cubatão que proíbe os pátios de caminhões de operarem no período noturno


	Caminhões: pessoas relataram esperas de três horas nas filas que se formaram, mais que o dobro do tempo normal de viagem de São Paulo a Santos
 (Claudio Rossi/EXAME.com)

Caminhões: pessoas relataram esperas de três horas nas filas que se formaram, mais que o dobro do tempo normal de viagem de São Paulo a Santos (Claudio Rossi/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2013 às 16h28.

São Paulo - As principais rodovias de acesso ao porto de Santos, o principal do país, voltaram a registrar congestionamentos quilométricos nesta terça-feira, prejudicando as exportações de produtos agrícolas e outros bens do país.

As filas, constantes neste ano de safra recorde, foram agravadas por decreto municipal de Cubatão que proíbe os pátios de caminhões de operarem no período noturno, o que fez com que muitos veículos tomassem as vias.

Chuvas registradas ao longo do dia no porto de Santos também colaboraram para atrapalhar as operações portuárias, uma vez que os embarques de produtos agrícolas como soja e açúcar são suspensos com o tempo chuvoso.

O decreto da Prefeitura de Cubatão, que passou a valer a partir de segunda-feira, proibiu os pátios reguladores de funcionarem fora do horário comercial, com o objetivo de pressionar autoridades por uma solução para as constantes filas de veículos registradas desde o início do ano, por conta do escoamento da safra recorde de grãos.

Com os pátios fechados à noite, entretanto, os caminhões formaram quilômetros de filas nas rodovias, resultando em um congestionamentos de grandes dimensões, ressaltando os gargalos logísticos do Brasil.

Tamanha era a espera dos motoristas parados nas rodovias que muitos deles podiam ser vistos com os carros desligados, portas abertas ou até mesmo perambulando pela rodovia.

Pessoas relataram esperas de três horas nas filas que se formaram, mais que o dobro do tempo normal de viagem de São Paulo a Santos.

No início do dia foram registrados 24 quilômetros de engarrafamento na rodovia Anchieta, em direção ao litoral, e congestionamentos na rodovia Cônego Domênico Rangoni (em direção ao Guarujá) na altura do acesso aos pátios reguladores, segundo o site da Ecovias, concessionária que administra a via.


Os congestionamentos só foram parcialmente aliviados após a realização da "Operação Descida" da Ecovias, que aumentou para sete o número de vias em direção ao litoral.

Com a medida, o engarrafamento na Anchieta caiu para 16 quilômetros, indicando um tráfego ainda bastante intenso.

Medida de Cubatão

Segundo nota da Prefeitura de Cubatão, a medida de impacto visa, além da diminuição dos constantes congestionamentos nos limites municipais, cobrar respostas dos terminais portuários para a resolução do problema.

De acordo com a prefeita Marcia Rosa, os estabelecimentos e os terminais portuários foram constantemente procurados para auxiliarem na solução do problema, mas os transtornos continuam a ocorrer.

De acordo com ela, o município sofre constantes prejuízos com os problemas logísticos deste período de safra.

Segundo a Ecovias, representantes da concessionária, dos pátios, da Companhia de Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e do Conselho da Autoridade Portuária se reuniram com a prefeita nesta tarde para discutir a situação e avaliar o decreto.

As principais rodovias de acesso ao porto de Santos já haviam ficado congestionadas de caminhões na semana passada, com a chuva prejudicando o escoamento da safra de grãos e de açúcar.

Com a chuva, não é possível abrir os porões dos navios para receber as cargas agrícolas, o que atrasa o embarque e consequentemente a chegada do carregamento.

Os problemas logísticos da safra atual estão gerando custos adicionais que correm os ganhos do setor exportador.

O agronegócio do Brasil exportará em 2013 volumes recordes do seu principal produto, a soja, mas o setor exportador de grãos amargará gastos extras de mais de 1 bilhão de dólares, por conta dos problemas de logística e infraestrutura do país.

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