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Temer tira urgência de projetos de Dilma contra a corrupção

Michel Temer vai tirar a urgência de três projetos contra a corrupção, propostos por Dilma Rousseff, que tramitam no plenário da Câmara


	Michel Temer: propostas contra corrupção incluem criminalização do caixa 2 e tipificação de crime de enriquecimento ilícito de funcionários públicos
 (Reuters/Adriano Machado)

Michel Temer: propostas contra corrupção incluem criminalização do caixa 2 e tipificação de crime de enriquecimento ilícito de funcionários públicos (Reuters/Adriano Machado)

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Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2016 às 09h19.

Brasília - O presidente em exercício Michel Temer vai tirar nesta quarta-feira, 6, o regime de urgência dos três projetos de combate à corrupção propostos pela presidente afastada Dilma Rousseff, no ano passado, que tramitam atualmente no plenário da Câmara.

A proposta foi feita ontem pela base aliada de Temer na Casa, após reunião com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Com a determinação, o governo deve incluir as propostas a partir da próxima semana na comissão especial que analisará o projeto 10 Medidas Contra a Corrupção, apresentado pelo Ministério Público Federal e por uma ação popular que coletou mais de 2 milhões de assinaturas. Da reunião com Janot participaram 18 deputados de 14 partidos.

Segundo o líder do governo, André Moura (PSC-SP), houve um acordo com Janot para tirar o regime de urgência das medidas, pois algumas matérias são consideradas correlatas com os projetos anticorrupção propostos pelo Ministério Público Federal.

Para o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, as propostas poderão ser compatibilizadas na comissão.

O pacote de Dilma foi lançado como resposta às manifestações de março de 2015 e inclui criminalização de caixa 2 e tipificação do crime de enriquecimento ilícito de agentes públicos.

Moura diz que a iniciativa se justifica por causa da necessidade de discutir as propostas, o que poderá ocorrer na comissão especial para onde os textos serão enviados. A estimativa é de que os trabalhos durem de dez a 40 sessões plenárias.

O líder do governo alegou que o regime de urgência precisa ser retirado para que outros textos prioritários para o Planalto sejam apreciados, como a renegociação das dívidas dos Estados e o projeto que muda regras de exploração do pré-sal.

O parlamentar afirmou que todos os partidos vão indicar nomes para a comissão até hoje, para que o colegiado seja instalado na próxima semana. O compromisso teria sido firmado na reunião com Janot, que pediu celeridade na análise das matérias.

Até a manhã de ontem PMDB, PP, PT, PSC e PC do B não haviam indicado integrantes. Mas, no início da tarde, o PC do B indicou Angela Albino (SC) e o PMDB, Celso Maldaner (SC), Alexandre Serfiotis (RJ), Josi Nunes (TO) e Valdir Colatto (SC). Faltam PT e PSC.

Em nota, Janot destacou que é importante existir uma conversa "franca e aberta" entre Ministério Público e Congresso. Ele afirmou que o objetivo das medidas não é criminalizar a política. "Respeitamos o Parlamento e entendemos que, sem a política, não há solução."

Abuso de autoridade

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem que votará o projeto que define crimes de abuso de autoridade antes do recesso parlamentar, em 13 de julho. A proposta causou estranheza pelo fato de abrigar pontos semelhantes às reclamações de parlamentares em relação à condução da Lava Jato.

"Esse projeto vai ser votado, sim. A lei de abuso de autoridade é de 1965. Está velha, anacrônica, gagá. Precisa ser atualizada. A lei não é contra o Ministério Público nem contra o Executivo. É contra o carteiraço, que é hoje uma prática generalizada no Brasil", disse Renan.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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